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                   ZÉ  DE ÁVILA 
                    
                    
                  Zé de Ávila é o  pseudônimo literário do poeta, trovador, romancista e contista José de Ávila. 
                  José de Ávila nasceu e estudou em Alfenas, Santa Rita do  Sapucaí e São Paulo. Ingressou no curso de Contabilidade, mas não concluiu. Foi  pecuarista até 1945, e, mais tarde, já residindo em São Paulo, trabalhou como  comerciante, jardinista e artesão. Mudou-se para Barretos e por lá viveu até  falecer. Fez versos desde a infância e leu grandes autores da literatura  universal. Publicou diversos livros de poesia e prosa. Fez parte de  instituições literárias, tais como a Academia Municipalista de Letras de Minas  Gerais, a Arcádia de Letras de Alfenas, a União Brasileira de Trovadores, a  Academia de Ciências, Filosofia e Letras de Anápolis – Goiás, a Academia  Eldoradense de Letras, a Academia de Poesia Raul de Leone – Petrópolis (RJ) e a  Academia Barretense de Cultura. 
                    Viveu em Barretos, Estado de São Paulo. 
                  Biografia  e foto: www.unifal-mg.edu.br/  
                    
                  Livros    de poesia: Alô Motorista e etc… 1986    Intec; Chuva de Flores;    Copo de Veneno – Trovas;  Dádiva; Eu,    Garimpeiro – 1985; Galo Músico – 1998  - Intec; Nós e a Poesia; Nós e Ela - 1988 Intec; Palhaço Nu – 1982; Coletânea (Pingo d'água, Viola de amor,    Criança) – 1980;  Realejo -1975; Riacho de Prata; Seara do Destino 1952 Edições Alarico; Última Safra – 1975.
                   
                  
                  ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL.   2º. VOLUME.    Organização de Aparício Fernandes    Capa   de Ney Damasceno.  Rio de Janeiro:  Folha Carioca Editora Ltda., 1977.  496  p.  Ex. bibl. Antonio Miranda 
                    
                    
                           Ó POESIA 
                     
                    Amo-te  pura e simples — ó Poesia! 
                      como  o aroma na flor e o som no guizo, 
                      quer  derives da dor ou da alegria. 
                      Amo-te,  como ao sol, no paraíso, 
   
                      Eva,  nua e sem culpa, se exibia! 
                      Não  te amo se me negas teu sorriso; 
                      se  barroca te mostras mas, vazia 
                      e  entre véus sob os quais mal te diviso. 
   
                      Amo-te  como digo. Assim te quero 
                      e  assim, também, altiva e deslumbrante, 
                      ornada  de rumores e clarões, 
   
                      cada  vez mais, agigantando Homero; 
                      cada  vez mais, divinizando Dante 
                      e  a eternizar — cada vez mais — Camões! 
                    
                    
                         APRENDIZ 
                     
                    Pouco  tendo a ensinar, sonho aprender, 
                    Por  isso, ao vir da aurora me desperto 
                    Ponho-me  em marcha. Pelo rumo certo, 
                    busco  o Eldorado que desejo ter. 
   
                    Transformo  o coração em campo aberto 
                    à  pródiga semente do saber. 
                    Ávido  e atento escuto — por dever — 
                    ao  que prega na rua ou no deserto. 
   
                    Aprendiz  da verdade, com carinho, 
                    recolho  ensinamentos de valor 
                    das  pedras que me ferem no caminho. 
   
                    Lições  preciosas, ricas de beleza, 
                    dão-me  a raiz, a folha morta, a flor... 
                    Aprendo  com o sábio e a Natureza. 
                   
                     
                     
                    CIÊNCIA 
   
                      Nós  deixamos o berço em agonia 
                    imensa  de saber. Pais professores, 
                    por  amor e dever, com alegria, 
                    nos  vão mostrando da verdade as cores. 
   
                    A  seguir, nos ilustra a academia. 
                    Cientistas,  filósofos — doutores! — 
                    dão-nos  grandes lições de alta valia 
                    e  o mundo nos ensina... mas, senhores! 
   
                    esse,  o que da verdade cristalina 
                    na  fonte bebe luz e se ilumina; 
                    o  que muito procura e muito alcança, 
   
                    esse  medita entristecido, sério 
                    e  sabe — encarcerado no mistério — 
                    que  sabe pouco mais do que a criança. 
 
                    
                   * 
                           
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                  Página  publicada em junho de 2021 
                
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