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RICARDO GUILHERME DICKE

RICARDO GUILHERME DICKE
(1936-2008)

 

  Ricardo Guilherme Dicke nasceu em 16 de outubro de 1936. Bacharelou-se em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1971. Em 1972 , licenciou-se em Filosofia, pela Faculdade de Educação também da Universidade Federal de Rio de Janeiro. Fez especialização em "Heidegger e o Problema do Absoluto" e "Fenomenologia" de Merleau Ponty e ainda frequentou a Escola Superior de Museologia. Trabalhou como professor, tradutor e jornalista para várias editoras e jornais de grande circulação no Rio de Janeiro e Cuiabß. Foi revisor e copy-desk em vßrias editoras e especialmente entre 1973 e 1975 no jornal O Globo, do Rio de Janeiro. Como artista plástico estudou pintura e desenho, entre 1967 e 1969 com Frank Scheffer e entre 1969 e 1971, com Ivan Serpa e Iberê Camargo. Estudou Cinema no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Fez exposições em Cuiabá e no Rio de Janeiro. Publicou os seguintes romances: "Deus de Caim"; "Como o Silêncio"; "Caieira"; "A chave do Abismo"; "Madona dos Páramos"; "O Último Horizonte"; "Cerimônias do Esquecimento"; "Conjuctio Opositorium no Grande Sertão", tese de mestrado em Filosofia na UFRJ; "O Salário dos Poetas"; "Rio Abaixo dos Vaqueiros". Escreveu, além destes, mais de dez títulos de romances e outras vinte obras, de contos, teatro e poesia, que permanecem em sua casa aguardando um editor.  Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Mato Grosso.   Fonte: http://rmtonline.globo.com

 

Extraído de:
2011 CALENDÁRIO   poetas     antologia
Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, 2010.
Editor: Edson Guedes de Morais

 

/ Caixa de cartão duro com 12 conjuntos de poemas, um para cada mês do ano. Os poetas incluídos pelo mês de seu aniversário. Inclui efígie e um poema de cada poeta, escolhidos entre os clássicos e os contemporâneos do Brasil, e alguns de Portugal. Produção artesanal.

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VII

 À beira do ouvido a música

à beira da cama o sono

à beira do silêncio as palavras

à beira do abismo Deus:

que mais queres além de música sono palavras Deus?

 

VII

Sei a hora em que a tarde úmida

penetra nos ossos

sei a hora em que o sol de inverno

se adentra no sangue

sei a hora em que a última luz

cala fundo no coração

sei a hora em que a íntima pulsação

da tarde cede lugar

à íntima pulsação do nascimento da noite

sei a hora em que se quebram os sentidos

silenciosamente e no segredo a alma

toma súbito conhecimento da beleza do abismo

e do abismo da morte

sei a hora da última devoção adoração

e do suave último êxtase bálsamo

que brotam dos murmúrios de Deus

 

 XVI

 Saciado

como a preponderância do sonho sacia

entre os caminhos que se multiplicam no presente

saciado enfim do Tempo que quanto mais sacia

mais fica por saciar persigo o sonho que não sacia

saciado da opulência do sonho

sequioso da sofrida realidade.

  

XX

 A morte com seus caminhos de sombras...

vou-me pelas quebradas onde vagam as sombras dos avós...

busco eu mesmo e não acho:

onde estarei entre essas sombras nas quebradas?

já morri por acaso? nem eu sei...

pelas quebradas vaga a Morte

como uma sombra errabunda e fugidia

com seus caminhos de sombras

erram as sombras dos antigos e dos avós...

 

 XXVI

Nuvens fogem ao longe

pássaros voam e desaparecem

eterna espera em vão

e as lágrimas como pérolas descem sem fim

 

 XXVIII

 Pássaros retumbam nos bosques

perfume dos grandes bosques negros

dos abismos dos precipícios

dos desfiladeiros vem a lembrança

da palavra perdida de Deus

longa é a noite de outono

céus azuis e planícies imensas sob a noite

 

 XXX

Corações de exilados à lua e ao vento de outono

as folhas que vão tombando dançam revoluteiam

e parecem se afligir pela saudade da pátria: a floresta

ouves essa voz alta noite que sobe das profundezas dos

                                                                              [bosques?

quantos outonos transcorreram? o rio passa sozinho sozinho...

de ano em ano parecidas são as flores que vem

de ano em ano diferentes são os homens que vem

ouve-se ao crepúsculo a tristeza dos pássaros

sol posto há muito fica a recordação das tardes

dentro do âmago do coração das noites profundas

ignoro antes de mim os homens que se foram para sempre

ignoro depois de mim os homens que virão e esperam chegar

nasce em meu coração um sonho infinito do universo imenso

que faz brotar-me nos olhos lágrimas de amargura

estradas desertas e brancas sob a lua calma eterna

longevidade longevidade seria quase querer a Eternidade

 

                                                        de A CHAVE DO ABISMO         

 

 

Página publicada em junho de 2010

 

 

 

 

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