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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

WANDA CRISTINA

 

Wanda Cristina da Cunha e Silva nasceu em São Luis do Maranhão. Jornalista, escritora, poetisa, professora. Cinco livros publicados: UMA CÉDULA DE AMOR NO MEU SALÁRIO (poesias), ENGRAXAM-SE SORRISOS (crônicas), REDE DE ARAME (poesias) GEOFAGIA RUMINANTE NO SÓTÃO DA PREAMAR (poesia) e FLOR DE MARIAS NO BUQUÊ DE COSTELAS (antologia poética). Em fase de publicação, estão os seus livros: O PAÍS ESTÁ NU (crônicas); CACHOEIRA DA SAUDADE (crônicas), MENINAS-DOS-OLHOS DE DEUS (contos); CARLOS CUNHA: planos jornalístico e literário (monografia) e CONFISSÕES DA ILHA (reportagens). Estréia na literatura aos dezoitos anos. Pertence ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhãoe à UBE. Formada em Comunicação Social (Jornalismo), pela Universidade Federal do Maranhão e Letras, pela Universidade Estadual do Maranhão, com pós-graduação em Língua Portuguesa, pela Salgado de Oliveira e Comunicação e Reportagem, pela UEMA. Ganhou prêmio promovido pela Academia sobre a Vida e a Obra de Coelho Neto e ficou entre as 20 melhores colocadas no III Concurso Escribas de Contos de Piracicaba, com o conto PAREDE TEM OUVIDO. Dirigiu e coordenou várias páginas literárias de jornais maranhenses, dentre os quais a do Atos e Fatos e do Jornal o Debate. Colaborou no "Ponto de Prosa", caderno de o Jornal O IMPARCIAL e tantos outros. Professora de Língua Portuguesa e Literatura.

Fonte da biografia: www.varaldaliteratura.ale.nom.br 

 

 

Poema para a Morte

 

Não adianta, Morte,

encheres a varanda de vazios,

 

desarrumares o cheiro de terra molhada

que vem dos sonhos das Cristinas.

 

Não adianta, mesmo

mudares os meus versos,

 

soprando ventos frios

no meu peito.

 

Eu sei que os 18 anos

que Tereza deixou

esperaram os meus

que já não são.

 

Mas, mesmo assim,

não adianta encheres de procura

tudo que encontramos,

na busca de Tereza.

 

Não adianta, Morte,

labirintares a nossa espera,

porque amanhã, quando Tereza voltar,

rindo o seu riso, os nossos risos,

tu serás, apenas, uma lembrança

da brincadeira de Tereza.

 

 

Mensagem

 

Asfaltando minha cabeça, 

Meus cabelos brancos 

buscam suas raízes 

dentro de um cérebro 

que levou ao meu coração 

a mensagem de te amar 

nesta poesia.

 

Poema do ser assim

 

Você precisa conhecer a solidão.

Ela é baixinha como eu,

e é magra, e é triste

e fuma todas as melancolias

que, um dia, alguém fumou.

 

E faz poesia em espírito gonçalvino,

e adentra o Modernismo sem saber inglês...

 

Já foi boêmia como Baudelaire,

e bebeu a multidão de um gole,

embriagando-se do perdido

pra nunca mais deixar de ser

a bêbada predileta

dos bares de todos os homens.

 

Você precisa conhecer a solidão.

..........................................

Ela é a consciência,

o abrigo, a chave de todas as portas

que guardam o segredo do SER ASSIM...

 

Ela nunca morreu em alguém,

antes desse alguém ter morrido.

............................................

(Uma Cédula de Amor no Meu Salário,1981)

 

 

Olhar Descalço

 

Calcei os olhos com o olhar de sempre 

e sai a rua para olhar o sol... 

E voltei com o silêncio pegado a minha língua, 

e chorei com o olhar pegado às minhas lágrimas... 

Invadi um jardim de um cão sem dono 

e o meu olhar descalço pisou nas rosas.

 

 

Babugem de esperança

 

Este soneto que sai a boca,

salgado e amargo, exalando dor,

é a babugem da esperança louca,

que desbotou em lágrimas de amor.

Inúteis foram as noites acordadas,

poemas tristes, olhos que choraram:

inúteis foram as dores suicidadas

nos meus carinhos que te desculparam.

Estou sozinha com a minha mão.

E estes meus dedos que te compreenderam

puseram a culpa no meu coração.

E as saudades que me envelheceram,

presas em jaulas de ingratidão,

insistem em viver, mas já morreram. 

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Termologia de Tereza

 

Tenho tecido Tereza todo tempo, 

teimando ter tido todo tempo tudo. 

Tecendo Tereza, tenho todo tempo 

Tentativa de ter todo tempo tudo. 

Turbulenta, traduzo o termo "ter tudo". 

Ter tudo é ter tido o tempo de Tereza, 

Torrrente de travessa num tempo tronchudo, 

transformo a tristeza em Tereza-tardeza. 

 

Tereza tricota o termo ternura, 

traduz a tristeza com tanta ternura, 

Tangente, tão gente, trajando Tereza. 

 

Tracejo um terceto trilhando a tristeza: 

tropeço, trafego... e a tarde tintura 

O meu termo todo do termo: Tereza!

 

Poema-quero

 

Eu quero um poema da cor

da minha cor.

 

Um poema-pálido

que banhe na chuva.

 

Um poema-pobre

que more nos mangues.

 

Um poema-irmão

que tenha meu sangue.

 

Um poema-pão

que tenha minha fome.

 

Um poema-esmola

no chapéu do povo.

 

Um poema-rasgado

de vestir meu sujo.

 

Um poema-insensato

pra falar sentindo.

 

Um poema-tema

de televisão.

Um poema-jornal

para o imprevisto...

 

Um poema-planeta

para eu habitar, quando não mais existir condição

para controlar a natalidade do absurdo.

 

 

Aliteração

 

Eu quero dançar contigo

dentro do poesia,

como dança o povo dentro do Estado.

 

Eu quero rebolar contigo em cada rima,

como rebola o povo dentro do salário.

 

Eu escolho uma aliteração

para a nossa vida:

filhos, felicidade, família, feijão, farinha...

como o povo, em fé, faz folia, forra a fome com futebol e fantasia.

 

(Rede de Arame,1986)

 

 

Página organizada por Zenilton de Jesus Gayoso Miranda e publicada em out. 2008




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