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FRANCISCO MARANHÃO

 

MARANHÃO, Francisco.  Beirais do Tempo.   [São Luis, MA?: edição do autor?, s.d.] 107 p.  ilus.  Ilustrações de Maryse. “ Francisco Maranhão “.Ex. bibl. Antonio Miranda, autografado em 1982.

 

A SINA DO BOI

 

Fogo no ferro,

marca as cadeiras

e BUFANDO, BABA BIRRANDO o BOI...

 

Nó na canga,

senta a pua

e BIRRANDO, BUFA BABANDO o BOI...

 

Dobra a carga,

finca a vara

e BABANDO, BIRRA BUFANDO o BOI...

 

Firma o nó,

mete a faca

e GEMENDO, MORRE BERRANDO o BOI.

 

Abre a roda,

gemem as matracas

e DANÇANDO, BRINCA BUMBANDO o BOI...

 

          BUMBA MEU BOI

 

 

 

AGRESTE

 

ATÉ QUE

             a rapadura e a farinha se esgotem

               a moenda de cana me proíba o açúcar do bolo

                 os dedos paralisem os bilros de renda

                    o bordado engula o novelo de linha

                      a mão-de-pilão cesse sua cantiga rouca

                        a cadeira de vime perca o assobio

 

                      ATE QUE EU AINDA POSSA

  

                        cuidar do canteiro de coentro

                      salivar angu na colher de pau

                    enxotar o gato do pé do fogão

                  abanar o fogo mascando fumo-de-rolo

                imitar as galinhas ciscando minhocas

              catar piolhos da cabeça dos meninos

            tirar carrapatos das costelas dos cachorros

          espremer as tetas murchas das cabras

        escutar os galos tecendo as manhas

      entrar na conversa dos boiadeiros com os bois

    enxergar o sol empedrando a lama

  sentir a seca estalando os capões de mato ralo
pedir que a desgraça se canse de mim...

 

 

VOZES DAS RUAS

 

"Pamonha quentinha,

da fábrica de nhá Ela,

quem quiser comprar dela,

vem na porta ou na janela"

 

"Tem manuè, quebra-queixo, pé-de-moleque...

"tem murici, bacuri, açaí, buriti...

                    "tem maxixe, quiabo, vinagreira, pimenta de cheiro.

 

       "Dos miúdos são trezento

       "dos graúdo é quinhentos"

 

"É uma beleza, dona Tereza,

tá pá termina, dona laia"

 

Verdurèèèèèèèèè.... ro

                     Carvoèéèèèèèè..ro carvão de varüniiüumi....nha

 

Camaroêèêèèêééè. .ro...... Camarèèèèé.... réu... réu. ..eu... réu... branco

Picolezêêêêêê-.ro, éro, éêéèéé...ro... Maria...ia...ia...ééééèro

Pèéèééèé...xe, pexe, pexe pedra de Ribamar... éxe..éxe..jesquíiiiii...nho

 

Pregões das ladeiras de São Luís,

ecos das janelas da minha infância,

onde estão?... onde estào?

perderam-se pelo éter do tempo,

ou será que morreram?

 

Página publicada em julho de 2014

 

 

 
 
 
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