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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

FÉLIX AIRES

(1904-1979)

 

Felício Alves  nasceu em Buriti Bravo, M aranhão, Brasil. Poeta, prosador, médico veterinário, membro da Academia Maranhense de Letras.

 

Obra:  Antologia de Sonetos Piauienses (1972), Apanágio (Poesia,1936), Buriti Bravo  (Poesia, 1931),  Cromos (1953), O mais Lindos Sonetos Piauienses (crítica, teoria e história literárias, 1940), O Maranhão na Poesia Popular (1977 ), O Natal na Poesia Brasileira (1957), O Piauí na Poesia Popular (1975), Os Menores Versos da Língua (crítica, teoria e história literárias, 1962), Ouro Bravo (Poesia, 1960), Pequenas Palestras (1936), Poemas aos Imortais (1937  ), Relâmpagos (Poesia, 1960). 

 

 

IMPREVISTO                                    

 

O viajante, ao passar., joga e esquece, na mata,

a ponta do cigarro, inconsciente do mal;

e nas folhas do chão a fagulha desata

o fogo que não veio ali proposital.

 

Irrompe a labareda, alarmante arrebata

ramos, troncos, rechãs a investida infernal!

Rubra serpente enorme em fúria desbarata

a fragrância, o viçor do reino vegetal!

 

Queima-se o campo, a roda, a um sopro, de improviso!

E longe, o causador de todo o prejuízo

vai muito alheio ao dano, olhos não volve atrás.

 

- Também há quem nos jogue o olhar flamante e quente

que o coração nos leva a uma paixão ardente

e a dona desse olhar nem sabe o mal que faz! 

 

 

SONETO ARTIFICIAL

 

Do alto do meu sonho inadiável, do cimo da

impressãp que conduz em prol de novo estilo,

às vezes vejo a Musa - uma Vênus de Milo,

outras vezes, porém, uma pobre quasímoda!

 

A lira - o coração - a jóia que esmerilo,

tímida, pronuncio aqui no verso - tímida;

metaplasmo ajuda a isto, alcança o arrimo da

antítese que vem para servir de asilo.

 

Hei de também vencer! O caminho mais reto dos

trabalhos vou a seguir, vendo que se desaba do

esforço que porfio, a rigidez dos métodos.

 

E fico, noite e dia, alerta, neste afã:

- segunda, terça, quarta, e quinta, e sexta, e sábado,

domingo... E vencerei? - Vencerás, amanhã! 

 

 

PORTO DE SÃO LUIS

 

De momento a momento, amuado, o mar esmurra,

bruto, esbaqueia, esbate, esbraveja, esbarronda!

Os mais fortes murais o seu chicote surra

e atrevido intromete, estruge, atroa, estronda!

 

Enche, transborda e vaza, encharca, estoira, esturra,

inquieto, a retesar seus pulsos de onda em onda!

Hércules que protesta e incrivelmente empurra

enormes vagalhões, sem ter quem lhe responda!

 

Gigante intempestivo, intrépido, arruaceiro,

que de rosto fechado ameaça o mundo inteiro,

espragueja a cuspir os portos das cidades!

 

- Mar que amedronta a terra em doudos temporais

o ódio, pior que tu, de arremessos fatais,

incha, resmunga e explode em negras tempestades!

 

                                               (In Vagalume, jan./fev., 1994) 

 


TROVAS

 

Longe, a gaivota voando,

é um til perdido nos ares...

E eu viajo, me recordando

da bênção dos teus olhares!

 

Por tua beleza tanta

se enflora meu pensamento,

e a boca da noite canta

as melodias do vento.

 

Da mais pura filigrana,

com esse encanto de lenda,

tu és uma trova humana

vestida de seda e renda.

 

Quando ela chega, seu riso

é um lírio abrindo a corola

e então nascem de improviso

flores ao pé da viola.

 

Que lindo o mar! Nestas rotas

vejo as velas nos folguedo!

Alva toalha de gaivotas

sobre a mesa dos rochedos!

 

Da caboclinha bonita

armam-se os seios seguros,

que são dois frutos maduros

dentro de um ramo de chita!

 

 

In Clóvis Ramos/Minha Terra Tem Palmeiras (Trovadores Maranhenses)  Janeiro, 1970)

 

 

 

RAMOS, Clovis.   Minha terra tem palmeiras... (Trovadores maranhensess) Estudo e antologia.  Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1970.   71 p.   Ex. bibl. Antonio Miranda   

 

 

         Longe, a gaivota voando,
é um til perdido nos ares...
E eu viajo, me recordando
da bênção dos teus olhares!

 

        Por tua beleza tanta
se enflora meu pensamento,
e a boca da noite canta
as melodias do vento.

 

        Da mais pura filigrana,
com esse encanto de lenda,
tu és uma trova humana
vestida de seda e renda.

 

        Quando ela chega, seu riso
e um lírio abrindo a corola
e então nascem de improviso
flores ao pé da viola.

 

        Que lindo o mar! Nestas rotas
vejo as velas nos folguedos!
Alva toalha de gaivotas
sobre a mesa dos rochedos!

 

        Da caboclinha bonita
armam-se os seios seguros,
que são dois frutos maduros
dentro de um ramo de chita!

 

 

Página publicada em outubro de 2019

 

 

Página preparada por ZENILTON DE JESUS GAYOSO MIRANDA,

publicada em junho de 2008.

 




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