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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA GOIANA
Coordenação de SALOMÃO SOUSA

 

LUIS DO COUTO

 

 

No ano de 1904, o grande poeta Luiz Ramos de Oliveira Couto estréia na literatura com o seu livro Violetas, seguido mais tarde por Lilazes (1913) e Moema (1924).
Foi além de poeta arrebatado, um grande jurista e combativo jornalista na imprensa de Goiás e do Triângulo Mineiro. Nasceu em Goiás em 1888 e faleceu na mesma cidade, em 1948, aos 60 anos de idade.

Fonte da biografia:  https://www.dm.com.br/opiniao

 

 

 

EXCÊNTRICA

 

 

Salve! Senhora das castanhas tranças

de ebúrneas faces e de olhar sereno!

Sois a deusa das minhas esperanças,

por quem vivo feliz e por quem peno.

 

Às vezes sois iguais às pombas mansas,

outras vezes matais com um vago aceno…

Trazei os lábios risos de crianças,

trazei nos níveos seios o veneno.

 

No vosso caminhar pela existência

dais a uns, da paixão, a rubra essência,

feris a outros com terríveis lanças!

 

No vosso caminhar pela existência

dais a uns, da paixão, a rubra essência,

feris a outros com terríveis lanças!

 

Eu gosto dessa excêntrica figura

de olhares ternos, de elegante altura…

– Salve! Senhora das castanhas tranças!

 

 

TUDO VOLTA ?

        A Augusto Rios


E vão-se as aves, meigas, forasteiras,
Da estação linda consagrada às flores,
Deixando em pranto os leques das palmeiras,
Deixando o prado sem os seus rumores...

As copas das virantes laranjeiras
A pouco e pouco vão perdendo as cores,
E vão caindo as folhas das mangueiras
E vão perdendo os bosques os verdores...

Mas, depois de tudo volta sorridente:
A estação, o campo que chorou,
A água cristalina, o céu nitente...

E volta a passarada que voou,
A flor, o bosque, o prado, o sol nascente,
- Só não volta o prazer a quem amou!

                (De Violetas, 1904)

 

 

À SESTA

 

Descansa o sertanejo à fresca sombra

De um grande cedro antigo... Que paz bendita, que macia alfombra

Naquele sítio amigo...

Feliz descansa. A rude fronte inclina.

Do sono baixa o véu... Pelos lados desdobra-se a campina,

Em cima o azul do céu...

Além, tranquilo, pasta o gado. Corre

A linfa cor de prata, E serpenteia pelo campo e morre

No silêncio da mata..

Doirada flor bizarra entreabre o cálix,

E o vento a acaricia E espalha na mudez dos verdes vales

Olímpica harmonia...

De vez em quando o som de uma harpa

Um pássaro modula Cantos, e ao longe um pombo numa escarpa Mimosa pomba arrula..

Crestado o rosto pelo sol, descansa

E dorme a sono solto O sertanejo. A brisa oscula, mansa,

Seu cabelo revolto...

E a natureza portentosa e grande

Esplêndida, festiva, Tem a feição de uma alma que se expande

Numa alegria viva..

Largas sombras se estendem na planura

Dos galhos enfolhados. - São pequenos oásis de frescura

Nos ermos abrasados... O sertanejo dorme. Tem risonhos

Os lábios; perto flores

 

Vecejam: e ele dorme e os sonhos
Dedica aos seus amores...

 

E o sol em meio vai, no céu nitente
Do seu itinerário.
Alagando de luz vermelha e quente
O campo solitário...

 

 

(De Lilazes, 1913)

 

 

COUTO, Luiz do.   Violetas e Lilazes. Poemas(Rogério Arédio Ferreira – org.)           Apresentação: Ms. Elizângela Gonçalves Pinheiro.  Goiânia:       Kelps, 2013.  102 p.       15 x 20,5 cm.  
ISBN 978-85-400-0586-0-0     
Ex. bibl. Antonio Miranda   - Doação do livreiro Jose Jorge Leite de Brito, em 2021.

No livro, aparece o Copyright em nome do organizador da reedição da obra de Luiz Couto, proibindo a reprodução até mesmo parcial de textos do autor. Mas já havíamos publicado uma página em homenagem ao poeta, com três de seus poemas, originários de suas obras Violetas (de 1904) e Lilases (1913), no presente Portal de Poesia.  

Na edição da obra de Luiz do Couto, de 2013, a apresentadora, Elizângela Gonçalves Pinheiro, professe de Literatura da UEG, revela:
"Com esta organização, Rogério Arédio Ferreira reforça o trabalho de redescobrimento de Luiz Ramos Couto, um poeta pouco conhecido e porque não dizer esquecido pela crítica."

Por isso achamos conveniente anunciar a edição da recente edição, com a intenção de divulgar e promover o trabalho para o redescobrimento do autor. E escolhemos apenas um poema dele, chamando a atenção para a edição e para ressaltar, como frisou a professora, "o bom gosto do romantismo e submergir no ritmo e na rima cadenciados que essa época viveu", mantendo também a grafia da época.      

 

         Perversos

Eu levo o funeral da minha crença
Dentro desta alma espedaçada e fria,
Lugubre como a dor enorme e immensa,
De uma pesada e lúgubre agonia!

Noites escuras! Ai! que treva densa,
Cheia de prantos e melancolia,
Cerca-me a vida! Invade-me a descrença,
Com ella o olvido e o lucto e a dor sombria!

E assim mesmo sorris minhas penas,
Perversos! Corações de gelo! Hyenas!
Quando tendes a mesma ou peior sorte!

Não posso, como vós, viver mentindo:
Passar a vida eternamente rindo,
Tendo no peito a gelidez da morte!

 

 

Página ampliada em julho de 2021.

Página publicada em dezembro de 2019

 


 

 

 
 
 
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