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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto extraída de http://www.estacaocapixaba.com.br/

 

 

OSCAR GAMA FILHO

 

poeta, crítico, historiador, psicólogo, nasceu em Alegre, Espírito Santo, em 1958. Publicou : De amorà política (poemas), 1979, Congregação do desencontro (poemas), História do teatro capixaba, Estação Treblinka Garden (tragicomédia), Teatro ro­mântico capixaba, O despedaçado ao espelho (poemas), Eu conheci Rimbaud & Sete poemas para amar um possível Rimbaud (mesclado com "O barco ébrio"/ "Le bateau ivre" edição do Departamento Estadual de Cultura e Fundação Ceciliano Abel de Almeida (1989) e Razão do Brasil (sociopsicanálise da literatura capixaba), José Olympio editora / Fundação Ceciliano Abel de Almeida, Rio, 1992.

 

 

 

DE AMAR A AMOR. Org. Jorge Solé e Carlos Nejar.  Vitória, ES: Fundação Ceciliano Abel de      Almeida, 1992.    73 p.  ilus.  15x21 cm.   Ilustrações e capa de Jorge Solé. Inclui poemas de Carlos Nejar, Gilberto Mendonça Telles, Lêdo Ivo, Marcus Accioly, Marien Calixto, Olga Savary, Oscar Gama Filho, Paulo Roberto do Carmo, Roberto Almada. Ex. bibl. Antonio Miranda


 

 

CORPO DE ORQUESTRA

 

 

Entendo estes músculos que distendo,
Tesas cordas do corpóreo violão
que toco no nevrálgico tendão.

 

Tocaria os tenros metais
com milhões e mais uma cordas
Mas som e som nenhum dos tais
lá se faz ouvir e acorda

 

seu sonoro corpo de orquestra
para tocar lá, sem ensaio,
O amor em que me esvaio
numa hora esta, sinistra e destra.

 

Mas até no silêncio toca a orquestra,
Pois música não se faz só de som :
Tocando a única nota que resta,
Desperto o resto e toca e é bom.

 

 

ÊXTASE

 

Quando te corpo o nada,

Te zero no quês ex-,

Amante néscia d'ocês,

Eus que se rederramam de muros varonis

em meio a pores-do-sol - em gris,

 

Gralha a ave um elo surdo

entre mim e o mundo de que me rest´tudo,

O ás de paus em tocar igual de três lutos;

 

E encontrei o elo da flor travestida de mulher,

Inversão oposta ao que eu deveria ser se eu não fosse

o que único que se pode perder poder,

Fosse eu o que eu fosse o que estou a ser,

Beirada do nada, Valhala do ócio,

De nada me valho nem me negocio

por vós ou por mim, ao menos por enquanto,

Canto eu ao conto de poema de cânticos

de cantos, de cacos, de caos, de asco

de flores que explodem em luz,

Gesto por demais orgásmico e sementeiro

da luz que reluz por onde o universo

se enche de pus que, fluorescente, floresce em luz.

 

E o universo se enche de luz.

 

 

 

 

AMOR E GUERRA

 

 

Se amas o que tu amas,
Não o tragas sempre junto assim.
Perde-o, de vez em quando,
E de novo o acharás junto a ti.

 

 

Depois de suas insistências e cuidados,
Resolvi tê-la ao meu lado:
Circuncidada, amada e alada
anja trazida podre triste pregada

 

nos tornozelos na alma nos calcanhares
que ela um dia carregara com ares
esquisitos, árvore nua na terra chã,
Inauguração do nada na bela manhã.

 

Um dia, ouvi com sangue sua bela sinfonia

de mordoma, e dela se via

alguém que era ela, a primeira criminosa,

Culpada do estupro da rosa

sanguínea que abandono menstruada no cais,

Cheia de esperma e gritos e ais,

Pisada por populares, filhos futuros e pais

temerosos pela filha que se esvai.

Avesso a tumultos,

Fujo da cena do sepulcro.

Levo seus braços e lábios de lembrança :

Apaixonados, eles me abraçam e beijam com ânsia.

 

O seu nome, escrevi-o a sangue

no meu sangue e guardei-o

onde tive depois de abri-las ao meio : nas minhas veias

das minhas veias saiu seu nome escrito no papel

à força arterial de um jorro que chegou ao céu :

Por que te amar é coisa tão inesperada

que o percebê-lo quase me mata ?

 

 

 

BUSCA DO AMOR

 

Silêncio e silêncio.

Som da música além da música

se ouve no silêncio

 

de um lenço sendo esquartejado
por narizes gotejantes, portanto.

 

Felizes depois e antes e anchos,

Achamos por horas o tesouro que procuramos

por anos e por anos procuramos o amoroso.

 

Mas achá-lo é não ter o que buscar.

 

Então o perdemos e vamos à procura do ar

 

que nos rodeia.

E enterramos a cabeça na areia
para nunca mais o achar.

 

Vamos, então, em procura do nada,
Pois importa mais a procura
quando a jóia achada não dura.

 

Sim, começamos a perder o amor
mal acabamos de o encontrar.

 

 

 

 

Página publicada em outubro

 

 


 

 

 
 
 
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