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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



ZEKA DE QUEIROZ

 

“A Poesia Marginal de Zeka de Queiroz é um convite explícito ao empirismo e nos remete ao talento indiscutível do autor, que sobrepuja as limitações do artista enquanto ser racional. Zeka é um poeta do subconsciente, e suas imagens transcendem o pensamento e penetram no inconsciente coletivo com a força de negativos. O que dizer deste marginal de capa e casaco numa potente máquina em um subterrâneo de uma super-quadra qualquer em Brasília? Apenas o óbvio: que são infinitas as possibilidades da criação. Zeka percorre estes caminhos como sisse sobre o escritor Guido Heleno: “destemido e sem hesitações”, ou como gostava de compará-lo Esmerino Magalhães Jr. A um gênio do actor´s Studio segundo o qual “ele tem a sabedoria instintiva de Marlon Brando em todo seu talento e intuição”, afirmava o mestre da geração de 64 sobre Zeka de Queiroz. Ele tinha razão. (Esmeralda D´aquino Schultz)


ZEKA DE QUEIROZ

 

De
Zeka de Queiroz
RÉQUIEM
Brasília: Thesaurus, 2007
ISBN 978-85-7062656-1

 

Pronominal

O meu nome
Que me fez
E que me faz
É o mesmo
Da casa de meus Pais

 

Cristálida II

Palavras ficam
Sentimentos seguem
O curso dos ventos
E a profusão
Do que sentíamos
É o ocaso
De um amor
Repleto de cisões
E de fulgor
Que tínhamos
Ao alcance
Das mãos, dos corpos
Dos olhos...
Uma Polaroid autêntica
Do que somos
Para que haja o entendimento
Dessa intenção
Quer era e será válida
Pois há uma borboleta escondida
Nesse invólucro de crisálida.

 

De
Zeka de Queiroz
POEMAS DO CREPÚSCULO
Brasília: Thesaurus, 2008
ISBN 978-85-7062-769-8

 

Chuva na tela

Não choveu no meu jardim
Não choveu no meu quintal
Nem choveu só para mim.
A televisão se apagou
E os chuviscos bem desenhados
Na tela do meu computador
chegaram ao fim...

 

A Primeira Reflexão

 

Tu me destes a rima rica

Chicletes com Orkut

Yakult com poesia...

Eu não saquei...

Tu me destes a dor-de-cotovelo

Para que no meio do pesadelo eu dissesse

Pronto! Acordei!!! Estou quase vivo...

Tu me destes estes dez mil orgasmos

Que tive meio que escondido

No coito perdido

Fiz vingança sim

Apenas nestes versos mal escritos que te emprestei

Não os devolvi e tu nem ao menos me cobrastes

Mesmo sendo a dona da (ins)piração

Eu não paguei o seu preço

mas também não os levei

Nem os versos nem você pra cama

Somente te desbaratinei.

 

 


De

R.P.M.

RETRATOS DA POESIA MARGINAL

A GERAÇÃO XEROX

Brasília: Thesaurus Editora; FAC, 2008.

 

 

ADEUS

 

Nós marginais
Berxícolas;

Teteístas;
Turibalistas;
Benélistas;
Chacais em gerais
Digamos somente a Deus:

Mas Adeus jamais!!!



SENTINELA DE ARAME

 

“De repente perder um dos sentidos é
descobrir que ainda temos cinco”.

(Zeca)

        

Procurar alguém,
longe de mim.
Ser algo que é também
Promíscuo e rebelde até o fim.

Não quero obter nenhum elo perdido com o apocalipse,
nesse rebanho maldito repleto de ovelhas negras.

 

Atmosfera poluída,
sendas movediças.

Buscando como os meus olhos de aço
em cada rosto uma praga ou maldição.
Fendas e promessas.
Abismos, vales e a eclipse do que somos
não transforma nada,
procuro o rosto gêmeo ao meu rosto sem feição.
Olhando a fisionomia do meu irmão
que é uma sentinela de arame na escuridão.

 

 

CAVALEIRO (MARGINAL) DO TEMPO

 

Meu tempo é muito pouco
Mal dá prá gente mudar de assunto
Meu tempo é este lábaro louco
No eixo infinito do nosso mundo
Posso ser neste tempo um pássaro
E voar por um segundo.
Meu tempo é este grão de areia
Na ampulheta de tudo.
Meu tempo é o novo tempo
Desta nova era dos novos
Meu tempo é o relógio
Da paz e da guerra entre os povos.
O tempo nos meus olhos
Passa quase invisível
Assim sigo no tempo
Pelo tempo sendo levado
Na estrada em que meu futuro
É o pêndulo do meu passado...

 

 

“IDEOLOGIA”

 

EU SÓ OBSERVO
SUA IDEOLOGIA,
ENQUANTO VEJO A LUA.
NA MINHA LUNETA
FALANDO DA ECLIPSE
DA EXISTÊNCIA.

 

EU SÓ OBSTRUO
SUA ANÁLISE,
ENQUANTO O CAPITAL
REGE NOSSO PLANETA
NUMA ELIPSE
DE INCOERÊNCIA.

EU SÓ ABSORVO
SEU PENSAMENTO,
ENQUANTO AS FLORES
DESABROCHAM NOS CANTEIROS
TOTALMENTE ALHEIAS A REVOLUÇÃO
SANGRANDO VIOLÊNCIA.

EU SÓ ABSTRAIO
SEU INCONFORMISMO,
ENQUANTO A SOCIEDADE
É CADA VEZ MAIS VIOLENTA
COM OS FILHOS PRÓDIGOS
DE NOSSA GERAÇÃO.

ENTÃO, EU COMPREENDO
SUA DELIQUÊNCIA.
TALVEZ ATÉ PARTILHE
SUA INSATISFAÇÃO.

EU SEI QUE ELES VIOLENTARAM
TODOS SEUS SOLHOS DE LIBERTAÇÃO.

VAMOS FAZER UMA LAVAGEM CEREBRAL
PARA VOCÊ SE ENQUADRAR.
VAMOS FAZER UMA TRANSFUSÃO DE IDÉIAS
PARA VOCÊ NÃO VER A VERGONHA
QUE ESTE MURO ESCONDE

 

 

 

QUEIROZ, Zeka. Poemas do crepúsculo.  Brasília: Thesaurus, 2008.  112 p.  15x15 cm.  Col. A.M.  (EA)

 

 

Grafite físico no paraíso absoluto de nosso quarto

 

Apenas me perdoem por isso tudo e por estes dias de ressaca.

Já disse a vocês hoje não é dia de sangrar, não há mais tempo.

Já disse a vocês hoje não é dia para mentir, não há motivos.

Já disse a vocês não é ou há dia certo para amar

Ou ser amado mesmo sendo ente mitológico : ela está

          perto ou mais longe de verdade de todos nós.

Não dá mais para se apaixonar sem ter problemas.

Compartilhar segredos ou mentiras ou agulhas com parentes e criados.

Ou alguém possuir sem destruir sua alma no vazio do depois...

Hoje não, não é o dia de transpassar nenhum amigo     

          com minhas farpas e seringas descartáveis...

Também não é dia para entrar ou sair de mim mesmo   

         pelas portas escusas ou as famigeradas janelas para o céu da
         minha alma - tenho eu sim que penetrar no teu corpo orquídea
         aberta com o meu falo no silêncio físico do grafite físico
          do espaço absoluto sacro santo pichado na parede em nosso quarto...

 

 

 

QUEIROZ, Zeka dePaisagem.  Brasília, DF:  Edição do Autor, 1987.   98 p.  15x21 cm.   ilus   770  “ Zeka de Queiroz “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

O que é o que é

 

PAISAGEM É O INÍCIO

 

UMA VITRINE LUMINOSA ONDE POSSO VISLUMBRAR O AMANHÃ

 

É UM COMEÇO, UM RECOMEÇO E O HM DO MOMENTO QUE VIVO AGORA

 

É UMA CÉLULA MAIER, QUE SE RENOVA CADA VEZ QUE SE FAZ PRSENIE

 

É O QUE EU ACREDITO. SÃO MINHAS PALAVRAS, MEUS VAIDRES

 

MINHAS REALIDADES EM SIMBIOSE COM MINHAS OBSCURAS FANTASIAS

 

PAISAGEM É MINHA VISÃO CRISTAUNA DO MUNDO, DO AMOR, DAS PESSOAS

 

PAISAGEM É COMO O CONJUNTO DE PEQUENAS GRANDES COUSAS EM QUE ACREDITO

 

SÃO COUSAS OOMPARITLHÁVEIS COMO O PÃO TRABALHADO DESDE A SEMENTE

 

GOMO O BRINDE, QUE SEM OÜIRA TAÇA QUE RESSOE NÃO SE REALIZA

 

É SIMPUCIDADE DAS MINHAS IDEIAS EM UBERDADE,

 

PAISAGEM: SOU EU, DESNUDO.

 

 

 

QUEIROZ, Zeka de.  Flandres.  [Brasília: Edição do Autor], 2005. 18  p.  14,5x21 cm.   ilus  “ Zeka de Queiroz “  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

Ocaso

 

Cá em meu feudo

acordo cedo.

Ando cabisbaixo,

chorando baixo.

Lembrando os mortos nas cruzadas

e os tributos que já não tenho

vejo meus servos

tornando-se mestres

bebendo vinho de seus mosteiros

enquanto seguem rumo à flandres

não vou a nenhum lugar

acordo cedo.

No almoço, como em segredo

diante da mulher.

Não sei o que quero, ou espero.

Eu não consigo

nem mais viver.

 

QUEIROZ, Zeka de.  Flandres.  2ª edição.  Brasília, DF: Thesaurus Editora, s.d.  10,5x15 cm.                Ex. bibl. Antonio Miranda


Visão (Insurreição) 

Então não era vosso servo
não vos devia nenhuma obrigação
não devia nenhuma homenagem,
nenhum juramento mais nos unia.
Nem vassalagem, nem suserania.
Podia ir onde quisesse
livre dos limites do feudo.
Podia partir junto com as cruzadas
para subjugar os incrédulos mouros,
podia ser o cavaleiro armado na ordem da cruz
e cavalgar por campos dourados de luz
confiscando tesouros se firmamentos azuis.
Quero ouvir canções finais
por que só elas nos dão
a coragem dos mortais.
Quero lutar até morrer com a espada em minhas mãos
pois a batalha contra a morte
é a razão de um cavaleiro viver.
Mas as cruzadas partiram e eu fiquei
soldado do feudo...



Elegia Decadente

Cá em meu feudo
sonho acordado
.
Com um passado
não muito longe.
Bebo das vinhas
as quais meus servos plantam em meu feudo
volto então a ser soberano e tirano
bêbado – soberbo
Cuspo no rosto
dos meus vassalos.
Tenho prestígio
Poder e cavalos.
Durmo intranquilo
jamais sozinho.
Atormentam-me almas flamejantes
hórrido fantasmas
que nunca d´antes
me assombraram.

 

Página publicada em setembro de 2008.Ampliada e republicada em julho 2012

Ampliada e republicada em fevereiro de 2015

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