Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 


REIVALDO VINAS
 

Belém do Pará, 1963.  Quase uma dezena de livros de poesia, três deles premiados em editais de literatura. Dentre suas obras destacam-se Ércia (poemas) e Valsa para Edgar Furioso (contos). Foi professor de Língua Portuguesa na UFPA e de Teoria da Literatura no UniCEUB, de Brasília.

Atuou na década de 80 como jornalista nos jornais O Liberal e Diário do Pará, ambos com circulação na capital paraense. Editor da Letraviva e da Projecto Editorial, editoras com sede em Brasília/DFD, cidade onde reside há mais de uma década.

Escreveu 21 poemas para fotografias de Sebastião Salgado, publicadas no livro Quem Está Escrevendo o Futuro? (Letraviva, 2000).

Poemas extraídos da obra de Olga Savary POESIA DO GRÃO-PARA (Rio de Janeiro: Graphia Editorial, 2001).

 

SEM TÍTULO

 

Beijo as espadas,

rezo aos fuzis,

tarde exausta.

Há um calor de estopim

queimando na ponta errada,

um vapor de sal, de gorduras,

que vaza em todas as portas.

 

A morte não desola os ombros,

o que destrói é a espera,

esse aguardar ansioso

que mina as forças e as almas,

que é o gozo de mil abutres

que espreitam nossa batalha.

Em círculo, no céu, voam

em busca de nossa carne,

tais aves desajeitadas.

 

O vento bate à porta,

range os dentes, pede entrada.

Mas todos estão fechados

em seus sustos, suas derrotas.

O exército inimigo enfim,

mostra de vez sua cara,

desce as encostas em nuvem

de pérfida cavalgada.

 

Os morteiros estão prontos,

cospem de vez sua raiva,

abrem o inferno das dores,

para o inverno das almas.

 

 

SEM TÍTULO

 

O coração que definha

humanamente ainda

não se mede em estrias.

 

Ouvir seu coração

pulsar

sua medida

como um relógio marca

em horas

o suplicio

de sua delicada fibra.

 

Ouvir não

a dor

a que se achou submetida

a flácida ilusão

de sua perspectiva.

 

Esquecer não

que lhe tiraram a linha

demarcadora

de sua terra e vida.

 

Terra

que jamais

esqueceria.

 

 

SEM TÍTULO

 

O Deus que se aproximou de mim,

com olhos ternos e tensos

me disee:

 

—  Foge!

 

 

SEM TÍTULO

 

Vivo aqui meus desejos

de mulher até a cintura,

todos insatisfeitos,

todos na escora do medo,

todos à beira do abismo.

Um tanto de febre arde

na fronte da angustura

— beco que corre dentro,

quando lá fora há fartura

de horizonte sem nada

e nada dentro povoa.

(Nada de um só

e um só mesmo.)

As pedras seguem-me o passo

e sigo atrás do que sobra,

entre a rocha e o mormaço,

cobra que sibila a esmo.

 

 

Página publicada em fevereiro de 2008.



Voltar para a página do Pará Voltar para a  página do Distrito Federal

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar