MIGUEL J. MALTY
Nascido em São José - SC/filho de Jorge M. Malty e Clélia S. Malty, Miguel J. Malty é jornalista, escritor e poeta, com assento na cadeira n° 28 da Academia São José de Letras, patrono Othon da Gama D'Eça. Formado em Ciências e Letras, Teologia e Comunicação. Profissional de Imprensa, repórter, publicitário, redator e diretor de órgãos da mídia escrita em São Paulo, mais notadamente no ABCD paulista, onde fez parte de entidades de cultura e artes de Santo André.
O autor de Abkar - A Cidade Encantada, foi o fundador do Clube de Poesia editando Cadernos de Poesia e o jornal de letras Acádemo. Editor, tradutor e redator da Casa Publicadora Brasileira, responsável pela criação e lançamento da revista infantil
Nosso Amiguinho.
Miguel J. Malty faz parte de instituições congêneres de letras. Em Brasília é membro da Associação Nacional de Escritores, Casa do Poeta (Elos Club) e Sindicato dos Escritores do Distrito Federal.
Com 40 obras publicadas, Malty edita desde 1988 o alternativo poético Estro, já no n° 123. Reside em Brasília há 34 anos.
MALTY, Miguel J. Abkar – A cidade encantada. Brasília: 208. 52 p. 15x21 cm. Edição do autor. Col. A.M. (EA)
PROGÊNlE DIVINA
Vim da estelar corte do Infinito
onde flutuam sons de teofania.
Trago no peito o altar em que, contrito,
realizo a inaudita eucaristia.
Vim do páramo ignoto onde o conflito
original dos males ousaria,
no mistério de um réprobo maldito,
a subversão no reino da Harmonia.
Ó, quanto tempo eu sigo o tempo instável,
guiado pelo Excelso Soberano
sob uma luz mirífica, inefável.
Esperançoso vou, sem temer dano,
até que um dia, vindo o inevitável,
ao seio, voltarei, do Grande Arcano.]
ÊXTASE
No azul-cobalto da infinita esfera
da altura etérea que se estende infinda,
lobrigo luzes vindas da astrosfera,
num vislumbre de muito além, ainda.
Espraio o olhar, perlustro a ionosfera
e vejo um áureo campo que não finda,
como se fosse a eterna Primavera
da própria Divindade, assim provinda.
Em êxtase mính'alma descobria,
ante o esplendor de tanta pedraria,
revérberos da santa Claridade.
Voltei a mim. Um sonho, uma visão?
Seria toda aquela aparição
mostras da apocalíptica Cidade?
MALTY, Miguel J. Da trova e do trovador. Brasília: Edição do Autor, 2003. 4i p. 14x21 cm. ilus. Capa e ilustrações: Larissa Malty. Ex. bibl. Antonio Miranda
Como pedra lapidada,
de cortes os mais diversos,
a trova é joia assentada
No engaste de quatro versos.
*
Sem introito, sem prefácio
sem requintado proêmio
Trovas, flores do meu Lácio
Que considero por prêmio.
*
Quatro versos, quatro luzes
compõem a trova da vida,
luzindo por sobre as urzes
da vereda percorrida.
*
Eu penso, e a escrever me Atrevo
busco ser franco, não minto.
Eu sempre sinto o que escrevo;
nem sempre escrevo o que sinto.
MALTY, Miguel J. Sonhos e anseios. Poesias. Brasília: Editora Gráfica e Editora Distrital, s.p. 53 p. Capa: Larissa Malty. N. 09 406
NUVENS
Nuvens calmas, silentes, peregrinas
no domínio da imensa esfera astral;
velas pandas de naves netuninas
navegando por mares de cristal.
Fico perdido, olhando estas divinas
guardadoras do Arcano sideral,
quando passam nas horas vespertinas
cheias de encanto e graça angelical.
Estas plácidas nuvens silenciosas,
são indecisos sonhos flutuando
no céu profundo, imenso das Distâncias...
Nuvens brancas, de imagens caprichosas,
sois irmãs dos meus sonhos que, voando,
vão perder-se no céu das minhas ânsias.
SONHO, AVE MANSA
Nuvem branca que aparece
no céu e aos poucos se esfuma,
como a ilusão esvaece,
mas surge logo mais uma...
Assim coração de poeta,
aos sonhos sempre se abrindo.
Estende as mãos à coleta
e vê os sonhos fugindo...
Mas sonhador não se cansa,
cantando não desanima.
O sonho é como ave mansa:
Voa, voa e a gente estima...
Página publicada em junho de 2012; ampliada em julho de 2017.
|