MEIRELUCE FERNANDES DA SILVA |
Paraense, nascida em Marabá. Residente em Brasília há 37 anos. Doutorado em Propriedade Intelectual pela Universidade de Sussex, Brighton, Inglaterra (1998) (não concluído). Mestrado em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília , Brasília, DF (1981) Bacharelado em Letras pela UnB/CEUB (1976).Analista de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
Prêmios: Em 2000, recebeu o prêmio “Destaque Cultura” de Taguatinga, DF, em referência a todos os trabalhos culturais que já realizou, dentre os quais a publicação de livros (vide próxima sessão).Em 1983, foi premiada em Washington, DC, pela American Society for Information Science – ASIS, devido a sua dissertação de Mestrado ter sido considerado o melhor trabalho escrito na área de Ciência da Informação.
Livros Publicados: Em 1991, “O Consultor Internacional do Desenvolvimento da Informação em Ciência e Tecnologia no Brasil”. Em 1993, publicou essa obra em inglês pela Associação de Bibliotecários do Distrito Federal – ABDF. Em 1994, “Páginas de Uma Vida”. Gráfica e Editora Brasil, Brasília, DF. Em 1997, “Pensando Versos”. Gráfica e papelaria Distrital Ltda. Brasília, DF. Em 1999, “Vimos e ouvimos: Contos e Encontros internacionais”. Gráfica e papelaria Distrital Ltda. Brasília, DF.Sonhar... Amar... Viver, Gráfica e Editora EDICEL, Brasília, DF. 2002.
É membro efetivo da Academia de Letras do Distrito Federal desde 2006.
O Mar
O mar estava tranqüilo
Sem vento,
A água morna,
O sol abrasante...
E eu a sonhar,
Um sonho distante...
Vendo as ondas
Batendo nas pedras,
O horizonte infindo...
Qual uma longa espera,
O marulhoque vem
De longe...
Não é qualquer barulho,
É aquele que faz vibrar
O mais distante pensamento.
O cheiro é sensual...
Em mim provocante...
Porque não dizer
Afrodisíaco?...
Mar, introspeccões e reflexões
Nos traz...
Com tuas pedras, tuas rochas
E o teu brilho,
Que reluz, parecendo cristais.
Meus cabelos esvoaçantes
Como barcos velejantes...
Querem em ti flutuar,
Porém só me resta desejar...
Tudo no Mundo Passa
Passa o amor, passa a saudade,
Passa, às vezes, o que sinto por você
Passa todo o sentimento,
Passam as coisas boas e as banais.
O sentido infinito das coisas
É que nunca pode passar,
Assim como o sentimento verdadeiro,
Que no coração dos fracos reside.
A tristeza também passa,
O silêncio é o melhor remédio...
A dor que hoje sinto no peito,
Um dia também passará
Assim, espero...
Luz
Luz que com intensidade reluz,
Que ascende e seduz,
Com beleza, clareza,
E leveza, qual sombra traduz,
É a luz que ilumina
Os meus passos,
É a chama repleta
E completa...
Dos teus longos abraços!...
E com que grandeza,
Eliminando as tristezas,
Brilhas e alumias,
Purificando esta infinda natureza...
Luzes do passado...
Ofuscando a luta presente,
Tentando trazer o luar
E suavizar meu leve telhado.
A Borboleta
Como na ponte do amor
Tu vais e vens,
Pousando sobre a flor
E bela como ninguém...
Admiro as tuas cores,
Excitando, encantando, aquecendo
E fecundando todas as flores,
Como num bailar de sabores!
Gostaria de ter o teu destino,
Para voar e sobrevoar...
Regendo todos os amores
Sem nunca descansar
Toda vida dedicar
Sua espécie propagar.
Ser Poeta
Ser poeta, é viver a beleza da vida
É não enxergar a dureza do mundo,
É sentir a imagem da alma
A projetar-se na origem do silêncio...
É saber trabalhar a grandeza do espaço,
É poder interpretar os sentimentos alheios,
Alcançar a luz, onde há escuridão!
Manusear as diretrizes, sem preocupação.
Ser poeta é encarar a vida com otimismo
É passar a imagem do belo a quem não vê
Levar sabedoria e estímulo a tantos
É transmitir a graça do prazer,
É ter como pano de fundo
O infinito deleite, das maravilhas do mundo!
SILVA, Meireluce Fernandes da. Regando a terra e a vida. Brasília, DF: Cidade Gráfica Editora, 2017. Ilus. 15x21 cm. Prefácio de Lolô Fonseca. Ex. bibl. Antonio Miranda
ADEUS ÀS ILUSÕES
É chegada a hora do adeus às ilusões.
Tudo deve ser encarado sem subterfúgios
As esperanças devem ser enterradas, soterradas.
As angústias já nos encheram o que puderam
Caminhamos... sem rumo... sem destino
Em direção ao massacre diário.
Nos enclausuramos resignados
À falta de nós mesmos...
O ar que respiramos, não é aquele
Poluído por mentes podres
Dos que se dizem donos do mundo
E outros... da vida. Que não tem sentido.
Oferecido por meio de um dualismo imposto
Pelas baionetas dos ditadores
Nada mais existe...
Chega de ilusões...
As muletas já não nos servem mais e
Nosso desamor por si só, se sustenta!
Até quando?
Antonio Miranda recebendo o autógrafo da autora no salão de recepções do Templo da Boa Vontade, em Brasília, no lançamento do livro da autora.
Painel de apresentação da cerimônia pública de lançamento do livro de Meireluce Fernandes da Silva.
Página ampliada e republicada em junho de 2017. |