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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 






Marta Helena de Freitas

Nascida em 06 de fevereiro de 1960, na cidade de Ituiutaba, Triângulo Mineiro, Minas Gerais. Viveu sua infância e adolescência em Frutal, interior de Minas Gerais, tendo se mudado para Brasília em 1980, quando veio cursar Psicologia da Universidade de Brasília. Hoje, é doutora em Psicologia – UnB, professora e pesquisadora na Universidade Católica de Brasília, atuando nos cursos de graduação e Mestrado em Psicologia e no Programa de Pós-Graduação em Gerontologia, sendo também, atualmente, membro do Conselho Federal de Psicologia.Tem participado de diversos congressos nacionais e internacionais, apresentando trabalhos acadêmicos na área de psicologia e gerontologia, com publicações científicas no Brasil e no Exterior. 
 
 Seu primeiro livro de poesias “Eroslogia – A tese do amor”, foi publicado pela Editora Thesaurus, em 2004. Atualmente, tem vários livros acadêmicos no prelo, dentre eles um organizado em parceria com o investigador Nuno Venturinha (da Universidade Nova de Lisboa): “A expressão do indizível: Estudos em filosofia e psicologia” (Editora Universa), onde Marta tem um capítulo intitulado: “Filosofar poetizando ou poetizar filosofando: Limites e potencialidades de uma psicologia expressiva.”
 
 O poema “Anunciando o A”, ainda inédito, comporá um projeto realizado em parceria com o Prof.  Dr. Vicente  Faleiros, também poeta e professor do Programa de Mestrado em Gerontologia da UCB, com poemas inspirados pela riqueza da nossa língua e respectivo alfabeto.
 
 O poema “Eu cacos”, também ainda inédito, compõe seu próximo livro de poesias (projeto submetido ao FAC), que deverá intitular-se “Kairóslogia – O tempo de amar”.  

 

“Quem conhece a doutora Marta, psicóloga estudiosa e investigativa, sabe que Thanatos só está presente por ser o outro pólo que justifica o Eros vivo em seu caminho. “
Se me veste Thanatos / Desnuda-me Eros” é o que lemos em “Semiose”. A especial “ciência”  cunhada pela poeta em homenagem força motriz da paixão representada pelo deus Eros da Antiguidade Clássica se configura nas representações densas da palavra: “Em todo Eros / Um cunho de logos”. Logos é o transporte da essência cotidiana dessa mulher que ousa expor suas memórias afetivas e a consciência de sua identidade: Na vida nasci tijolo (...) /E entre os doutos hoje em dia / da Lei ou da Medicina / Por mais estranho ou bizarro / Continuo a ser tijolo”.
 SYLVIA HELEN CYNTRÃO - Professora de Literatura Brasileira, Universidade de Brasília.


 



TUDO OU NADA

 Era quase um nada.
Talvez um pouco do nada
Que existe em cada tudo.
Mas o muito de todo nada
Envolveu-lhe em seu sobretudo.
Passou a ser quase tudo
Do que existe em cada nada.

 

  ESCRITO NO ÔNIBUS

 E, nessa reviravolta,
Você se volta,
Você se vira
E se revolta.
Remove coisas adormecidas.
Se desilude...

 E, nesse redemoinho,
Você se rende,
Se faz moinho,
Desfaz seu ninho...

 E, em seu reaparecer,
Você parece
Que até reage.
Mas, desaparece
E reabsorve
Suas emoções...

 

RESISTÊNCIA

 Eu não tenho nada pra dizer.
Qualquer coisa que fosse falar
Já teria falado antes.
Eu não diria o que sinto.

 Eu não tenho nada prá expressar.
Qualquer coisa que fosse escrever
Já teria escrito antes.
Eu não expressaria o que sinto.

 Eu não tenho nada prá questionar.
Qualquer coisa que fosse perguntar
Já teria perguntado antes.
Eu não questionaria o que sinto.

Eu não tenho nada prá responder.
Qualquer coisa que fosse esclarecer
Já teria esclarecido antes.
Eu não pensaria o que sinto.

Eu não tenho prá pensar.
Qualquer coisa que fosse cogitar
Já teria cogitado antes.
Eu não pensaria o que sinto.

 Eu não tenho nada prá mudar.
Qualquer coisa que fosse esperar
Já teria esperado antes.
Eu não mudaria o que sinto.

 
GRAVIDEZ 
(VERSÃO FENOMENOLÓGICA)

 Grave pequenez, essa, a minha,
De querer romper-me o útero
Por enamorar-me de ti. 

Grave acidez, essa, a minha,
De querer romper-me o estômago
Por desconfiar-me de ti.

 Grave morbidez, essa, a minha,
De querer-me tão heróica
Por viver-morrer por ti.

 Grave insensatez, essa, a minha,
De querer-me tão correta
Por calar-me o amor por ti.

 Grave avidez, essa, a minha,
De querer gerar-me a mim
Por engravidar-me de ti.

Grave avidez, essa, a minha.
De engravidar-me de ti.
Por querer gerar-me a mim!

 
 EROSLOGIA

 “Toda a sensitividade traz
O cunho da mentalidade.”

SUZANNE LANGER

 Em todo eros,
um cunho de logos.
Na raiz de logos,
um germem de eros.
Na rasura da sensibilidade,
A deserção da razão.
Na razão da rasura,
A deserção de eros.
Na razão efetive,
O afeto arrazoado.
No afeto efetivo,
A razão sublime!

 

 LIBERDADE CONDICIONAL

 Denotação X Conotação :
Tênue alteridade.

 Significante X Significado:
Tênue especiosidade.

 Sensibilidade X Racionalidade:
Tênue continuidade.

 Entre o profano e o sagrado,
Tênue singularidade.

 Entre o escuro e o claro,
Tênue luminosidade.

 Entre a carne e o verbo,
Tênue limiaridade.

 Do literal ao simbólico,
A liminar radical:
- Prisão ou Liberdade?
- Tênue equivocidade.

 

SEMIOSE

 Se me apego à letra,
Libera-me o espírito.
Se me aprisiona a carne,
Liberta-me o verbo.
Se me veste Thanatos,
Desnuda-me Eros.
Se me faço de morta,
Desvelo-me Marta.

 

EPÍTOME

 No começo,
tanta erosão.
No caminho,
quanta erudição!
E, no final,
a conclusão:
Tudo isso...
Eros são.

 No início,
Haja deferência.
No processo,
Pura irreverência.
E, ao final,
A anuência.
Eis a regra:
Abstinência.

 No princípio,
era o verbo.
No percurso,
Fez-se carne.
E, afinal,
Seja em verso
Ou pura prosa:
Fez-se o texto.

  Poemas extraídos do livro Eroslogia: a tese do amor.
Brasília: Thesaurus, 2004..  140 p.

 

 ANUNCIANDO O A

Abre, alavanca e anuncia
o alfabeto, a amanhã e o Ano Novo.
Apta a acessar o verbo amar,
que aduba e alimenta, ao povo,
alma, ação
e afetivo coração.

Primeira estrela a brilhar
em uma constelação.
Letra a é muito mais
que mera preposição,
contrações gramaticais,
pronome demonstrativo
artigo definido,
ou ex notas musicais.

Com ares-fogos de artifício,

articula ato-ofício:
dá asas à imaginação,
atravessa finas alamedas
e alcança largas avenidas.
Afaga, acaricia e arrefece lidas,
adoça, amarga ou as torna azedas,
ameniza ardor e adversidades,
atrai e atura algozes saudades,
afoga ou afasta mágoas e perdas.
Está no ar e está na chuva,
é letra a tingir o arrebol,
primeira vogal, final de uva.
A colorir de amarelo, sol a sol,
ou azulando verde mar e céu anil,
é letra artista. E na água viva, letra anzol
a pescar palavras cores de abril,
ou aquarelas em tons mil.
Aproxima ao chegar
ou afasta na saida.
Apaixona ao saudar,
apazigua ao caminhar,
apavora ao fim da vida.
No abraço ou no abandono
a mestra letra abertura
é também a de apertura
do amigo ou adverso abono.
Acordada e adormecida,
é advir e ir, com ou sem dono.
E se é acesso e dá partida,
a esta atenta e atual costura,
é também a que a abotoa

no ato de despedida.
Amanhecendo, anoitecendo,
anterior ou atrasmente,
apagando ou acendendo,
início ou final, popa ou proa,
é letra que vem à frente
no abc que a Língua entoa.
Acho: não deve ser à toa.


EU CACOS

Cacos de vidro não me cortam mais.
Agora, sou eu quem corto o espelho
com meus próprios cacos.
Cacos de gente, também não sonho mais.
Agora, são os sonhos que me sonham.
E à noite, se esforçam por juntar cacos
e se olharem no eu espelho.
Mas, na cama, só encontram um eu engarrafado,
cacos emendados a enganar sonhos.
Cacos de todas as cores,
miúdos, moídos.... e, depois, cilindricamente colados.
Os sonhos pensam me encontrar
em garrafas de eu refrigerante.
Mas é puro eu-cacos-colados,
armadilha de engarrafar sonhos
e, depois, torná-los também em cacos.
Cacarecos de sonhos.
Espelho em cararecos.
Eu cacos.


 



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