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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




JOSÉ JERONYMO RIVERA

 

Colaborou, entre outros, nos periódicos Literatura, de Brasília, Revista de Poesia e Crítica, de São Paulo, SP, Revista da Academia Brasiliense de Letras, Brasília, e Boletim da Associação Nacional de Escritores, Brasília (diversos números).

Participou das antologias Alma Gentil (Ed. Códice, Brasília, 1994) e Caliandra (André Quicé, Brasília, 1995), e publicou os livros Poesia Francesa: Pequena  Antologia Bilíngüe (Thesaurus, Brasília, 1998; 2ª ed., 2005); Cidades Tentaculares, de Émile Verhaeren (Thesaurus, Brasília, 1999); Poetas do Século de Ouro Espanhol (tradução, em colaboração, Embaixada da Espanha no Brasil/Thesaurus, Brasília, 2000); Rimas, de Gustavo Adolfo Bécquer (tradução, Emb. da Espanha/Thesaurus, Brasília, 2001); Poetas Portugueses y Brasileños: del Simbolismo al Modernismo (tradução, em colaboração, Instituto Camões/Emb. de Portugal em Buenos Aires, 2002); Victor Hugo: Dois Séculos de Poesia (tradução, em colaboração, Thesaurus, Brasília, 2002); O Sátiro e Outros Poemas, de Victor Hugo  (tradução, em colaboração, Galo Branco,  Rio de Janeiro, 2002) e Gaspard de la Nuit, de Aloysius Bertrand (FAC, Secretaria de Cultura do DF/Thesaurus, 2003) e Antologia Pessoal de Rodolfo Alonso (tradução, em colaboração, Thesaurus, Brasília, 2003).  

Recebeu os prêmios Joaquim Norberto de Tradução – 2001, da União Brasileira de Escritores-RJ, por Poetas do Século de Ouro Espanhol, e Cecília Meireles de Tradução – 2002, também da UBE-RJ, por Rimas, de Gustavo Adolfo Bécquer.


CRIAÇÃO

 

A princípio era o caos. A noite tenebrosa

Cobria a imensidão sombria e silenciosa

Como um negro sudário, amortalhando o espaço,

Num amplexo fremente, em sepulcral abraço!...

— E Deus criou a luz! E logo o mundo inteiro

Banhou-se em resplendor, e um celeste chuveiro

Dos astros derramou-se, em profusão brilhante,

Por sobre a Terra nua, agreste e deslumbrante.

 

— E Deus criou a vida! E as árvores surgiram

Em bosques de verdura, e o deserto cobriram!

De peixes povoou-se o oceano azul e calmo.

— e toda a criação, entoando ardente salmo,

Glorificava o Ser onipotente e bom

Que a tudo concedera o doce e suave dom

De gozar a beleza e a liberdade e a paz

Deste Éden de delícia e de ventura tais!

 

Os pássaros no céu cantavam docemente

Festivos madrigais, num voejar fremente ...

As flores em botão, nos bosques, entreabriam

As pétalas sorrindo, e os colibris desciam

Do espaço pra beijar os cálices floridos ...

Das fontes a brotar, filetes coloridos,

Refletindo o luzir do Astro-Rei no Infinito,

Banhavam-se de prata, em misterioso rito ...

 

E tudo era alegria ... e, entanto, o Criador

Sentiu que embora belo e cheio de calor

O mundo era imperfeito: inda faltava alguém

Que viesse completá-Lo, e desfrutar também

A doce suavidade, a paz do Paraíso ...

— E o homem foi criado - e logo, num sorriso,

De fé e de esperança envolveu toda a Terra

E o mar, e o vale, e a mata, e a resplendente serra ...  

 

MÃE

 

Quando, em meio à tristeza desta vida,

Eu me vejo sozinho e abandonado,

Sentindo o coração pulsar, cansado,

— Mortas as ilusões, e a fé perdida;

 

Quando, ansioso, procuro no passado,

No Ideal que sonhei — visão sentida,

Um consolo à minha alma dolorida

— Um pouco de carinho ao desgraçado,

 

Vejo um vulto celeste e silencioso

Chegar-se a mim, beijar-me a fronte exangue,

Banhando-me de luz e suavidade ...

 

És tu, Ó mãe querida, o anjo bondoso

Que me secas as lágrimas de sangue

A brotarem da fonte da saudade ...

 

 

ESPECTROS

 

Nas asas virginais da Fantasia,

Entre nuvens de sonhos e desejos,

Ao som da magistral polifonia

De um festival de cores e de arpejos;

 

Vão passando, em fantástica harmonia,

Em meio a tempestades e lampejos,

As procissões do Amor e da Poesia

— Estranhos e patéticos cortejos

 

De ilusões, esperanças e quimeras,

Anseios de ternura incompreendida,

Farrapos de emoções da mocidade,

 

Lembranças de passadas primaveras,

Toda a existência humana resumida

Num cortejo de dor e de saudade ...

 

 

 

 

RIVERA, José JeronymoAprendizado de poesia.  Brasília: Thesaurus Editora, 2004.        15 p.  Série Escritores Brasileiros Contemporâneos, 6.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

A

PRENDIZADO DE POESIA

(1951-1953)

 

 

CRIAÇÃO

 

No princípio era o caos. A noite tenebrosa
Cobria a imensidão sombria e silenciosa
Como um negro sudário, amortalhando o espaço,
Num amplexo fremente, em sepulcral abraço!...

—     E Deus criou a luz! E logo o mundo inteiro
Banhou-se em resplendor, e um celeste chuveiro
Dos astros derramou-se, em profusão brilhante,
Por sobre a Terra nua, agreste e deslumbrante.

 

—     E Deus criou a vida! E as árvores surgiram
Em bosques de verdura, e o deserto cobriram!
De peixes povoou-se o oceano azul e calmo.

—     E toda a criação, entoando ardente salmo,
Glorificava o Ser onipotente e bom

Que a tudo concedera o doce e suave dom
De gozar a beleza e a liberdade e a paz
Deste Eden de delícia e de ventura tais!

Os pássaros no céu cantavam docemente
Festivos madrigais, num voejar fremente...
As flores em botão, nos bosques, entreabriam
As pétalas sorrindo, e os colibris desciam
Do espaço p'ra beijar os cálices floridos...

Das fontes a brotar, filetes coloridos,
Refletindo o luzir do Astro-Rei no Infinito,
Banhavam-se de prata, em misterioso rito...

 

E tudo era alegria... e, entanto, o Criador

Sentiu que embora belo e cheio de calor

O mundo era imperfeito: inda faltava alguém

Que viesse completá-lo, e desfrutar também

A doce suavidade, a paz do Paraíso...

— E o homem foi criado — e logo, num sorriso,

De fé e de esperança envolveu toda a Terra

E o mar, e o vale, e a mata, e a resplendente serra...

 

 

 

 

DESILUSÃO

 

Vou pela vida, errante, a carregar um fardo
De dor e sofrimento, e cruel desilusão.
A perseguir-me sempre o avantesma pardo
De uma desoladora, atroz desilusão.

 

Sem repouso, a vagar, a passo incerto e tardo,
Pela estrada sombria, encontro neste chão,
A penetrar-me a carne, um doloroso cardo.
E entanto, fere mais esta árdua sensação

 

De sentir-me um estranho entre os homens na Terra,

Exilado a buscar a região risonha

Onde encontrar espero amor, descanso e paz.

 

Sofrendo dor infinda, esta alma a mágoa encerra,
E o coração, descrente e triste, já não sonha, Na cova sepulcral em que a esperança jaz!

 

 

RIVERA, José Jeronimo.  Depois. Jaboatão, PE: Editora Guararapes Editoara EGM, 2015.  24 p. ilus, col.  Editor: Edson Guedes de Moraes.  20x12,3 cm.  Edição artesanal, limitada. Ex. bibl. Antonio Miranda. veja o e-book: https://issuu.com/antoniomiranda/docs/jos___jeronimo_rivera




 
Página ampliada e republicada em novembro de 2019

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