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JOSÉ GARCIA CAIANNO

Foto: http://www.ebc.com.br

JOSÉ GARCIA CAIANNO

 

Escritor, poeta e ator goiano José Garcia Caianno (Dedé), criador da Banca de Poetas (www.brancadepoetas.blogspot.com).

 

JOSÉ GARCIA CAIANNO

CAIANO, José Garcia.  Todo mundo é muito bom, mas meu casaco sumiu.   Novela poética em um capítulo.  Brasília, DF: Banca de Poetas, 2010.  44 p. ilus. 11x21 cm.  Apresentação de Roberto Gicello. Ilustrações do Autor.  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

         Roberto Gicello, na apresentação: “Aqui, José Garcia Caianno (Dedé para os íntimos), no ardente motejo dos poetas, soletra as paisagens da devassidão política num obstinado grunhido, em meio à agridoce monotonia de nosso mundinho — para além das cyberfutilidades — de cyberfugacidades./ Neste folheto, de narrativa lúdica (com fumaças de cordel), e sob a inspiração do real, o cronista tira dos fatos concretos uma centelha surreal — mas universal. Descreve a trajetória do ex-governador do Distrito Federal, que foi preso e solto, humilhado e ofendido como um personagem de páginas policiais, objeto de manchetes e conversas de bar e de coletivos, em todo o país.”

         Nem é preciso nomear o personagem, nem o autor do livreto faz isso... Gicello completa: “O bacana neste trabalho híbrido e versão da notícia é que não dói de ler. Não se trata de um manifesto contra a pavorosa onda de desmandos que assola a cidade e o país (desde que cada um de nós se entende por gente!), não é um ensaio libertário e nem se pretende um libelo revolucionário. É tão-somente uma minúscula ode contemporânea dirigida aos desavisados: “nós não vamos nos esquecer!””

                  No prefácio poético de Dedé, lemos:

                   Tanto escreve quem fala
                   com a rudeza de um veludo.
                   Seus versos evocam tudo,
                   flor misturada com bala.

         Iniciada a revelação da jornada política do personagem central, o poeta assinala:

                   Para chegar onde queria, se valeu de armadilha.
                   Prometeu a todos moradia.
                   “Terra aqui tá perdendo,
                   vou derrubar o cerrado.
                   Os ecologistas, que me aguardem,
                   o tacho deles tá fervendo...”

                   (...) Ardilosamente, iludiu a boa-fé do povo.

         Mais adiante, continua:

                   Onde buscarás água,
                   se já mataste as nascentes?
                   Isso a mim pouco importa (...)

                   Com o eleitorado em suas mãos,
                   tava tudo consumado.

         E continua a narrativa biográfica do personagem, atribuível a outras figuras de nossa política nacional e regional:

                   O dinheiro remetido para contas
                   em outros bancos, em países estrangeiros.

                   (...) Tenho lido nos jornais, nas páginas policiais,
                   se não me engano...

         Depois o poeta descreve uma cena com a elite reunida em festa e celebração, com a família, onde a personagem visitante — Esmeralda—, teve o casaco sumido, conforme o título do folheto.

                   Todo mundo é muito bom,
                   mas meu casaco sumiu...

         O filho dela, confessa, desconfiado:

                   “Não faz sentido! Essa gente é muito rica!
                   Foi coisa sem intenção.
                   Para eles, casa, casaco, mansão,
                   carro, avião, pouca diferença faz.”

         O poeta vaticina:

                   Se gritar ´pega ladrão´, só ficam os empregados,
                   sempre por baixo, dizendo ´sim´,
                   quando o certo seria dizer´não´?

         Mais adiante, relato o caso escandaloso da violação do painel do Senado Federal no período:

                   Mas ali é o Senado, ´casa de horrores´?
                   Poucos homens sérios, a maioria, jogadores.

         O político personagem é perdoado pelo povo, reeleito:

                   (...) tava no trono.
                   um império todinho novo,
                   prontinho pra comandar.

         E sobre as jogadas em curso na política, lembra:

                   “Água limpa se bebe na fonte,
                   antes da boiada passar.”

         Em desabafo de conclusão, o poeta volta a citar Esmeralda que

                   E, naqueles tempos, ainda os nomes
                   ela falara, ficando só nos mais importantes,
                   pois os outros, como você, são aspirantes,
                   não sabem nem roubar.

                   Depois de tudo, se encontram no púlpito,
                   na frente de todo mundo, e rezam agradecendo
                   o dinheiro roubado o povo, que havia nele
                   votado, por serem da mesma igreja.
                   Agora agüente! Só você vai pagar o pato,
                   A lei protege os mais fortes,
                   a corda arrebenta é no lado dos fracos,
                   esse é o seu caso.” (...)

                   Uma festa só para abutres engravatados;
                   uma orgia bacânica?”
                   Na praça, um milhão de jegues
                   em comemoração.

         “Moral da estória”:

                   Neste, ela assiste à Justiça,
                   aquela estátua que tem os olhos vendados,
                   pedindo carona, à beira da estrada, saindo
                   voada, parece estar fugindo o ofício!
 

 

JOSÉ GARCIA CAIANNO

 

         E um final ininterrupto:

                   Ah É porrrr iiiissssso que tudo dá em nada...

                   (...) Enquanto isso, os outros ficam livres e soltos,
                   com a conta rechonchuda,
                   prontinhos para sair candidatos...

 O “conto” poesia foi publicado em 2010. Acontecia o Mensalão — com alguns dos condenados depois indultados pela Presidenta. Agora vivemos o processo traumático do Petrolão, da Lava-Jato, com acusados e condenados de todos os quilates, de políticos a empresários, numa horda sistêmica e epidêmica, salve-se quem puder!

(Resenha por Antonio Miranda, 16.02.2010, depois do Carnaval, às vésperas das eleições...)

 

 

 

1ª.  BIENAL DO B – A POESIA NA RUA.  26 a 28 de Setembro de 2012.  Brasília: Açougue Cultural T-Bone, 2011. 154 p. ilus. col.  17x25 cm. 

 

               

        Ladrões de Alma

       Eu tenho rezado tanto
Para que minhalma seja roubada
Em preto e branco
Que um dia possa amarelecer no couchet do     
Turiba
Já que de concreto
meus versos
Só tem janela e castelos abandonados
Não sou Paulo nem Otário
Caetoso Velano tão pouco
De Guevara guardo apenas   
saudades
Não brinco de Brac com a mídia
E mesmo vivendo em Brasília
Não nasci para ser concretista
Mas sem reza adios     
amigo.  

 

 

 

Página ampliada em novembro de 2020


 

 

 
 
 
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