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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




DOMINGOS OLIVEIRA MEDEIROS

 

 

Nasceu em Pombal, Paraíba, em 1945. Viveu no Rio de Janeiro e mudou-se para Brasília em 1979. Formado em Administração, com especialização em Planejamento e Administração de Recursos Humanos. Domingos possui cerca de 7.000 textos escritos, entre artigos, ensaios, crônicas, contos, monólogos e cordéis de temática variada.

Seu último livro – Com Humor e com Afeto – a !charge literária” na era Lula (em prosa e em cordel) saiu em agosto de 2005 pela Apoio & Produção, do Rio de Janeiro.

Com humor, o autor narra os fatos políticos ocorridos na era Lula, com uma linguagem clara e sedutora para os leitora”, informa-se na orelha da obra. Revela o entusiasmo com a eleição do Presidente operário e o desencanto com os desdobramentos seguinte até chegar à crise atual. Escolhemos o poema mais lírico do conjunto.

 

 

MEDEIROS, Domingos Oliveira.  Com humor e com afeto: a “charge literária” na era Lula. Rio de Janeiro: Apoio & Produção, 2005. 229 p.  14x21 cm.    Adaptação de capa: Luz Preste. Ilustrações: Kácio e Lanne.  ISBN 85-903-1633-5  

 

 

CHEIRO DE TERRA

   

Na região Centro-Oeste

de agosto até setembro

a seca se faz presente,

termina lá  pra dezembro

quando começa a chover

e o verde a renascer

no começo de novembro.

 

Quando cantam as cigarras

o sol quente vai embora

um pingo d’água aparece

a chuva não se demora;

umidade se levanta

melhora a dor na garganta

tudo mundo comemora.

 

A paisagem se transforma

ipês roxos, aquarelas

no colorido das flores

realçam as amarelas;

nossas almas se levantam

nossas vidas se encantam

debruçadas nas janelas.

 

Ou andando pelas ruas

de braços com a natureza

é tempo de esperança

da cor do verde certeza;

da bandeira do Brasil

no imenso céu de anil

não há clima pra tristeza.

 

Assim são os menestréis

que possuem a alquimia

de tudo poder transformar

mudar o clima do dia;

do povo desenganado

por ter sempre acreditado

na proposta que fazia .

 

Uma coisa é ser poeta

outra coisa é fantasia

divulgar pela imprensa

tanta falsa melhoria;

e mentir com veemêcia,

afirmar com insitência,

anda bem a economia.

 

Por conta d’uma pesquisa

num tempo determinado

não há metodologia

que garanta o resultado

diante de tantos fatos

de denúncias e relatos

muito pouco investigado.

 

A conclusão é serena:

a mentira repetida

por muitas e muitas vezes

acaba sendo entendida

por verdade verdadeira

da população inteira

que fica sendo iludida.

 

Com a notícia do jornal

dessa falsa melhoria

na onda do otimismo

da meteorologia;

que faz sua previsão

com ventos de opinião

colhidos no dia-a-dia.

 

Após rajadas de vento

de intensa comunicação

o céu mudou pra azul

o inverno virou verão;

o efeito propaganda

molhou toda a varanda

a manchete sensação.

 

O milagre econômico

enfim, choveu no molhado,

e o nosso presidente

volta a ser considerado

o estadista do ano;

sou brasileiro, me ufano,

mas estou preocupado.

 

Com a onda de otimismo

que apareceu de repente

deu em todos os jornais

o Brasil andou pra frente;

muita popularidade

inverteu-se a verdade

nada mudou, presidente.

 

A não ser o investimento

em propaganda enganosa

que derrubou a descrença

na sua rima e na prosa;

nem mudará pelo jeito

pois continua o defeito

do seu óculos cor-de-rosa.

 

Vá ao oftalmologista

talvez seja catarata

ou, quem sabe, vista grossa,

ou excesso de cascata;

crescimento sustentado

pela mídia agasalhado

tudo isso é bravata.

 

O frio não foi embora

o inverno continua

o povo desempregado

anda solto pela rua;

a violência persiste

a pobreza mais insiste

não há mudança de lua.

 

As promessas foram feitas

nem sequer foram cumpridas;

nossa dívida é maior,

não há portas de saídas;

metáfora não é poesia

acaba no outro dia

voltam todas as feridas.

 

Queria que fosse verdade

o sonho desse momento

mas não tenho garda-chuvas

ando solto pelo vento;

posso pedir emprestado

a qualquer aposentado

a receita do crescimento.

 

Pergunte ao trabalhador

que teve o salário aumentado

em cerca de vinte reais

se ele foi pesquisado;

consulte o magistério

defunto no cemitério

e militar reformado.

 

Oficial graduado

e servente de pedreiro

de galocha ou de botina,

só não vale marqueteiro;

dono de banca de bicho

que tem preso o rabicho,

e investidor estrangeiro.

 

Grato, dessa maneira,

mudar esse sol quadrado

todo clima de bom tempo

virou dia bem gelado;

com o jornal na cabeça

que a chuva desapareça

clama o povo molhado.

 

 

 

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