Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DIEGO ELIAS HONDA
 

Estudante classificado em 1º lugar no curso de Química na Universidade de Brasília. Os poemas abaixo foram produzidos para a Sala de Recursos de Literatura - Atendimento Especializado a Alunos com Altas Habilidades/Superdotação. Diego classifica seu trabalho como poemas azevedistas, pois apresentam uma das principais características da 2° geração romântica, a evasão (fuga da realidade).  Escritos aos 16 anos de idade.

 

Colaboração da professora Mª Aparecida Alves de Santana Marques de Oliveira

 

 

A Aurora da Noite


Em meio as rosas cinzentas ali ele brotou
Em meio ao caos corriqueiro em mim se despertou

Oh! Esplendor de mulher
Aviva em minh'alma a aberta ferida
Para escravo seu ser
Em minha pobre vida

Como a aurora você chegou
Ali sempre estava
Mas comigo nunca se deparava

A melodia harmoniosa
Que do teu olhar sai pomposa
Só vem para me distrair
E ao coração iludir

Minha querida Fausta
Eu sou só mais um
Que se veste feito um índio
Atrás de sua máscara de urucum

Tento esconder
O que não dá pra perceber:
Dentro desse casulo
Há um sentimento puro

Talvez não seja maduro
Talvez não seja seguro
Mas eu quero estar em teu futuro
Para contigo ter
A graça de sempre ser
Alimentado pelo teu viver


A Solidão do Coração

Penumbras negras que cobrem meu coração
Livrai-me dessa solidão
Canto medonho dos abismos fundos de minh'alma
Faz-me ouvir tua voz que acalma

Quem diria... até tu, senhor das luzes
Porque resolveste ofuscar meu dia?
Estava tudo tão perfeito, eu aqui em teu afável leito
Não me preocupava com as coisas vãs, só tua presença me bastava

Mas como o bote da víbora, que sufoca e envenena
Maldito ato cometido, de mim tenho até pena
Na noite necropulosa, de minha boca saiu a palavra
Que dela me separou e afastou o amor que não mais lavra

Sucumbi a solidão que se fez aqui nesse vão
Em meu peito os dizeres: Aqui jaz um coração
Que já amou, se inflou e se recordou
Que em algum dia pensou que só amar bastaria

Triste destino que em mim se fez
Boneco de pano, manipulado
Mas nessas veias costuradas correm sangue
Sangue de gente que ama somente a sua dama

Se soubesses como te amo, Julieta de meus contos
Não me negaria tal amor
Se soubesses como é essa dor
Abraçaria minha pele de pano

Que ridículo sou eu
Mendigar esse simples ato de amar
Não mais te incomodarei
Aqui em meu leito para ti morrerei


A Vinha com um Bê e um Cê

 

Como a mais bela flor de liz

Sua face exala beleza

Tão delicada como um giz

Oh! Perfeita criação da natureza

 

Seu andar é como a presença de um ido ente:

Ninguém vê, mas sente

 

Com maestria angelical

Ela guia esse seu jeito natural

De quem não sabe o que quer

Imagem da perfeita mulher

 

Como vinha é constituída

Mas a harmonia não lhe é permitida

Porventura, quem se importa com a espessura?

Quero eu sentir sua ternura!

 

Imagino se sou digno de tal

"Belo casal", dizem eles

 

Sentimento agro esse

Que quando a terra não está pronta

E a semente não se encanta

Desencanta o plantador

 

 

 Besta-Fera


A minha luta acabou
A besta-fera vos empossou

Como foi bom te descobrir
Através daquela imagem virtual
Pensei que a solidão já podia ir
Estava encantado, levado pelo irreal

Largada linda se deu
Proseamos, cantamos
A amizade, enfim, aconteceu

Em todas as noites de luar
Por mais corriqueiro que o dia fosse
Estávamos lá a nos falar

E quando rimos e choramos?
Foi tão bom o que se sucedeu
"Para tudo aqui estamos!"
Nossa história havia chegado em seu apogeu

Aquilo era lindo, maravilhoso
Parecíamos o encontro de dois grandes rios
Juntos, o barulho era estrondoso!

Não mais via seu defeito
Tão perfeita...
Era mulher de conceito
Para mim foi feita!

Triste engano
Nada é de ninguém
Antes que sob o pano
O padre diga amém

As águas foram se acalmando,
Aquele sentimento estava fulminando

Sem nunca saborear sua presença
Deixou-a conhecer seu segredo
Percebeu que errada era sua crença

Coitado...
Bem feito!
Estava magoado...
Caiu seu conceito
Ficou dias e dias assim
Sua mente era só dela
Em tudo quanto é cadim

Passou o tempo...
Trazendo esquecimento...
Levando o desalento...

Hoje o que ele deseja é que ela seja feliz
Ao lado da besta-fera que em nada condiz
Pois nada mais afeta
O aprendiz de poeta

 

 

Canção do Brasileiro


Minha terra tem palmeiras
Onde rouba o mensaleiro
As aves que aqui gorjeiam
Tem o jeitinho brasileiro

Nosso céu tem mais estrelas
Nossas cordas, mais acordes
As mulheres que aqui rebolam
No juízo se extrapolam

No oriente busco o respeito coexistente
Que já no ocidente não se faz mais presente

Um dia espero eu
Ver a solução
Desse país que vaga
Se esquecendo do cidadão

Enquanto esse dia não chega
Fico eu cá em meu sofá
Esperando a solução
Que um dia há de chegar

(27/2/2008)

 

 

 

O Convertido


Nasci
Vivi
Morri

Cansei
Perdi
Sofri

Ganhei
Tirei
Roubei

Mendiguei
Apelei
Matei

Fugi
Escondi
Bebi

Chorei
Babei
Lamentei

Rezei
Arrependi
Converti

Amei
Aproveitei
Deliciei

Nasci
Vivi
Morri

 

 

O Eu-Poeta



Um dia me disseram para escrever sobre o amor
Mas como, jovem Haroldo
Vou escrever sobre o amor se só o que vejo é dor?

Outro dia também falaram que eu era triste
E tem como ser feliz nesse mundo
Onde o pobre morre e rico assiste?

Penso se sou um simples idealista
Talvez seja isso mesmo
Procuro a felicidade que não se conquista

Desculpem o pessimismo
É que tudo conspira contra
A meu simples idealismo

Esse poema vai acabar por aqui
Ninguém liga para o que me afeta
Afinal quanto mais sofrido, melhor o poeta

 

 

 

O Filho do Urubu

Lobos, amigos meus
Vejam como falam meu nome
Chamem os amigos teus
Compartilhem com minha fome

Prostituta dos sentimentos carnais
Infeliz que pelas vãs se fascina
Também controlada pelos vienais
Desregrada que não se domina

De um ato desprevenido
Amaldiçoado pelas forças
Esse ser foi concebido
Em meio às lágrimas poças

Cresceu sendo amado
Pelos quais não eram seus
Honrosos, haviam renegado
A velhice prometida por Deus

Trazido pelo urubu
De um mal ele sofria
Feito um makezu
Viera com demasiada energia

Cercado pela laia de falsários
A dor ele sentiu
Devido ao povaléu de modos precários
Na rejeição ele caiu

Seus entes, quem eram?
Demorava a passar o dia
Por ele esperavam?
Só seus honrados e sua tia

E assim foi até amadurecer
Quando chorou pela primeira vez
Descobriu que o mundo pior podia ser
Ridículo era aquela insensatez

Incompreendido, na rejeição descobriu amiga
Naquela que a todos homens acolhe são
Nos pensamentos seus periga
Beirando a depressão

Vadiava sob as séculas noites
Moribundo da agonia que nunca termina
Cada vez mais rugia os açoites
Que aos idiotas zombadores fascina

O que fazer?
Para onde ir?
Não conseguia mais ver
Não conseguia mais sentir

Se decidiu e para lá partiu
Onde a alma não mais sente o frio
Seus companheiros ali viu
Sua vida estava no último fio

Seu último discurso proferiu
Ao lado de seus companheiros
Quando a luz finalmente não viu
Em seus momentos derradeiros

Lobos, amigos meus
Matem vossa fome
Compartilhem com os amigos teus
A carne que possui o meu nome

 

 

Poço de Mágoas


Lá no cume do abismo
Onde escuridão reina soberana
Enterrar-me-ei com todo cismo
Juntamente com essa parte profana

O porto de mágoas se abrirá
Irei com meu barco de ilusões
Sem saber o que lá se dará
Já são muitas as decepções

Morarei perto das grandes águas
Para se preciso for
Sepultar todas as mágoas
Sim, morreria de amor

Sedentos de fome
A vizinhança ofegante se  faria amiga
E como tudo que ali some
Meu ossário seria só mais uma viga

Comeria junto ao poço de pensamentos
Onde a fonte nunca se esgota
Afogar-me-ia em doces lamentos
Pensar em ti seria minha única cota

Ao cair da madrugada
Lembraria de ti novamente
Em meus sonhos, sacra namorada
Esqueceria de toda gente

Quando finalmente padecer
E a luz chegar em várias levas
Irá novamente amanhecer
E eu descansarei finalmente nessas trevas

 

 

 

Página publicada em março de 2011, enviada por Liliane Bernardes

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar