DINIZ FELIX DOS SANTOS

(Brasília, Distrito Federal, Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 22.3.36. Possui Curso de Psicologia, com pós-graduação. Professor, Poeta, Psicólogo, Contista.

Professor Titular de Psicologia do Desenvolvimento Humano  da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Distrito Federal, Vice-Presidente da Casa do Poeta Brasileiro (Seção de Brasília).

Editor do jornal  alternativo literário "Poêtikê", que distribui gratuitamente no País e no Exterior. Tem poemas traduzidos em várias línguas. Organizou várias coletâneas de trovas, entre as quais "Trovas da Latinidade" "Trovas da Negritude" e "Por Nossa América".

LIVROS  (de poesias) PUBLICADOS

-  Poesia Escolhida -   Poesia dum Tempo Triste -  Alguma Poesia. 

BRASIL LITERÁRIO. Coordenação Editorial: Maria Almeida.  Capa: Maria Bastos.  Rio de Janeiro: Crisalis Editora, 1985.  103 p.  
13 x 20 cm    ISBN 978-85-63464-11-8   

Ex. bibl. Antonio Miranda.  Doação do livreiro Jose Jorge Leite de Brito, em 2021.

A GRANDE MARCHA

Hoje, acordei decidido a mudar o Mundo.
Lá entrei, certo, na barca de Niterói.
Na marcha-a-ré qu´ela faz, ao sair do cais,
Já gritei alto: "Senhores, olhem´sta vida:

De fome, só ossos são mãe e seu neném!"
(Mas, ele ri! Traz no´ouvido colado´um rádio.
E um demente´ali ri pras pernas da zinha,
Que, febril, treme da sífilis mal tratada,

Mas, ri da velha de saia´até às canelass,
Que ri de quem amputou suas mãos na fábrica,
E´ao balaústre se´agarra... a rir!  De quê??

Um rubro-negro se ri, bêbado, dormindo
Nos peitos murchos da gorda,...) Chegamos,
Saltamos. Co´a multidão, vou marchando.  Mudo!!

 

SANTOS, Diniz Felix dos.   Obra Quase Completa.  Volume 4. Discursos Entrevistas Opiniões Prefácios  Saudações... Currículos: Artes Cênicas, Artes Plásticas, Literatura, Pessoal.  Politiské: 493 e 505.        Capa e contra-capa composta por
Diniz Féliz dos Santos.  Revisão: Ana Daniela de Araújo Martins dos Santos. Brasília: Poietiké, 2009.  274 p.
No. 10 862 Exemplar biblioteca de Antonio Miranda


XIV Seminário Nacional da Trova

 

Quando em julho (Ah, Linhares!)
A nata do sentimento
do Brasil todo alinhares,
irá pra história o momento!

Não sei se então aos milhares,
mas, às centenas serão
os poemas pelos ares,
o amor fazendo serão!

Quem há de querer perder
os sonhos que tu sonhares
nos tais dias de aquecer
os Corações em Linhares...

                                 Diniz Felix dos Santos

 

Carta-Poema a Romeu Crusoé dos Santos,
após ler seu livro “A Maldição de Canaã”
Diniz Felix dos Santos,
Rio de Janeiro/RJ, ss13/11/1962.

Romeu:
Li seu livro
seu livro
onde o entretenimento é meio, não fim,
o seu livro
que faz desenterrar conclusões sacramentadas
e postas de lado como “coisas resolvidas”,
no seu livro,
o negro não lamenta, argumenta;
nem pede, explica.
O seu livro,
Quem o lê, forçosamente, há de reconsiderar as leis e,
como num susto, olhar (e ver)
distância abismal entre a teoria e a prática.

Mas, sentimos que podemos melhorar.
Vamos melhorara!
Estamos melhorando!!

De vozes de raças misturadas um novo hino começa assim:
BRASIL MESTIÇO
BRASIL MESTIÇO
BRASIL MESTIÇO
Nosso povo é um tapete colorido.
Eu também creio e antevejo o brasileiro satisfeito,
cabeça erguida,
mostrando o sorriso franco da universalidade,
e o olhar de quem tem o mesmo ideal.

 

Trovas da Constituinte

Vamos trabalhar juntos na composição da obra TROVAS DA
CONSTITUINTE. Desejo publicá-las e entregar, a cada Cons-
tituinte, um exemplar do livro, como prova do interesse dos
Trovadores do Brasil pelo texto constitucional que estarão
elaborando.              (...)
Exemplos, com nome de Parlamentares hipotéticos:

Senador Manoel Simões,
olhe criança carente;
mais de trinta e seis milhões
na consciência da gente!



José da Silva – Deputado,
todos nós temos certeza,
que do velho aposentado,
ele será a defesa!

*
Página ampliada e republicada em setembro de 2024

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Página publicada em julho de 2021