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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

ADALBERTOS ADALBERTOS
(BRASIL – DISTRITO FEDERAL)

 

De Poté – Minas Gerais, em 18 de março de 1952, depois residente em Taguatinga,  Brasília – DF.

 

ADALBERTOS ADALBERTOS -  CICATRIZES (POEMAS ou OS PEQUENOS FRUTOS DO AMOR). Brasília: Oficinas da GRAFIL – IND. GRÁFICA, 1980.  97 p.  No. 10 013
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo
(livreiro) Brito, Brasília -DF.
 

 

 

SOL POENTE

Ah!.. esta tarde tão triste,
noite tão fria que em mim se prenuncia
e esta tristeza que assiste
nos bancos da praça
são os resquícios de tudo:
do meu corpo, do meu amor e do meu dia.

Ah!.. este sol que se põe,
esta tarde que vai!
Ah!.. este resto de dia,
esta volta de todos
que deixam, cada um, o seu posto
são o prenúncio de fina lágrima
que rolará no meu rosto.

Ah!.. esta música tão linda,
este frio,
este não sei dizer
são os versos da linda música
que ainda me lembra você.

Ah!.. este correr dos ponteiros
que se afastam depressa,
que não me dizem a hora
e nem que hora é essa

Ah!.. como correm tão loucos
e sobre a razão, sei tão pouco;
eu só sei que eles se afastam,
não sei pra onde e nem pra quê.
Estes ponteiros se afastam
como nos afastamos:
Tú, de mim — Eu, de você.



ERA UMA VEZ UM POETA...

Era uma vez um rapaz
que surgiu precoce ou tardiamente;
bolo, de receita mais ou menos incompleta,
que caiu na vida
e se fez poeta.

Era uma vez um poeta
que sorria,
que cantava,
que brincava,
que partia,
que não ia,
que ficava!...

Era uma vez um poeta
que amou,
que sonhou,
que sonhou,
que sofreu,
que calou,
que se deu!...

Era uma vez um poeta
que sonhou,
que amou,
que partiu,
que ficou,
que buscou,
que chorou,
que gritou,
que calou,
que tombou
e não mais se ergueu!...

Era uma vez um poeta
que amou,
que lutou,
que perdeu,
que na vida só se deu,
só cedeu;
e por amor se perdeu!.

Era uma vez um poeta.
Este poeta sou eu!...



    
VIDA  VIVA  VIVA

     Vida


     viva

     vive

     quem?

     Vivo

     vivo.

     Viver é uma terrível aventura!...



     ESTRANHO AMOR

     Se de ti me aproximo,
     eu te firo.
     Se te procuro
     apertando o teu corpo junto ao meu
     numa ânsia louca
     em busca da unificação,
     tu me repreendes — nós nos repreendemos.

     Ah, amor.
     Eu não sei,
     eu não sei mais o que fazer.
     Se penso em não te ferir,
     não tenho como viver.


ADALBERTOS ADALBERTOS - Doce canção de amor.  Brasília, DF:  1981.  89 p.    No. 10 823
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda

 

NAS ENTRANHAS DO MEU VERSO

Eu faço meu verso na dor do momento.
Se não existe tristeza,
Se não existe angústia
e se não existe abandono
eu não tenho alento.

Eu faço meu verso na agonia da hora.
E ele é tão natural,
e tão puro
quanto a criança que chora.

Meu verso é só isso
e pode surgir de qualquer desencanto;
no momento em que o sorriso
sé substituído pelo pranto.

(Brasília, 28/07/1980)

 

EU APENAS PENSEI

Eu pensei sem trazer para vocês somente flores.
Flores, flores — muitas flores.
Mas, mas eu não devo;
nada pode ser assim.
O trajeto de qualquer rio
corre sempre o risco de um desvio.

Eu pensei em trazer flores,
mas trouxe-lhes somente palavras,
E, assim como determinadas flores,
que nos encantam, mas também nos ferem,
as minhas palavras às vezes agridem,
às vezes encantam,
às vezes iludem,
às vezes ferem!...

(Brasília, 20/10/1980)



COMPLICAÇÕES

Tu finges que não me entendes
e eu finjo que não te sinto,
tu sentes que eu sinto
e eu pressinto que não me sentes.

(Brasília, 05/10/1980)



SOB O ARDENTE SOL DE AGOSTO
Agosto é um mês atípico.
É um mês em que minha cidade se transfigura.
Tudo, tudo em agosto,
meio a contragosto, se transforma.
A poeira se alevanta,
as árvores, num ato de desafogo,
despem-se completamente.

A grama torna-se seca,
o fogo se alastra,
a madeira se racha,
o solo se racha,
a pele também sente,
o lábio também se racha,
a vida toda é uma racha.

O sol de agosto transforma minha cidade.
E eu, um mar de saudade,
sinto a ausência de janeiro.
As folhas já se foram,
o verde sucumbiu-se,
outras cores também desapareceram.
Só, só a quaresmeira, numa ironia medonha,
de flores se cobre
florindo assim a mortalha
da verde grama de minha cidade.

Brasília, 18/08/1980.


Página ampliada e republicada em julho de 2025.


*
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Página publicada em outubro de 2024

 

 

 
 
 
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