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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NATALÍCIO BARROSO

 

Natalicio Barroso nasceu em Itapipoca, onde cursou as primeiras letras. Em 1977, ingressou na Faculdade de Letras da UFC. Trabalhou no Instituto Municipal de Arte e Cultura- Rioarte- e na Fundação Biblioteca Nacional. Já publicou, entre outras obras, Poemas de Abril, Sintonia, A Triste Sina do Imperial, O Capacete de Aquiles, A Vida Amorosa de Marco Polo, além de colaborar com artigos em jornais e revistas daqui e d'além mar. Preside o centro Cultural Adolfo Caminha, responsável pela realização da Feira do Sebo, na praça do Ferreira; e da Feira do Livro Cabo Verde/ Brasil, no centro de Cultura e Arte Dragão do Mar.

 

Extraído de 

POESIA SEMPRE.  Revista da Biblioteca Nacional do RJ.   Ano 3 – Número 5 – Fevereiro  1995.          Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional / Ministério da Cultura – Departamento Nacional do Livro.   ISSN 0104-0626 Ex. bibl. Antonio Miranda

 

O mercador

 

Deus, como se fosse um artífice meticuloso
e um mercador de pedras preciosas,
bordou o Universo num tapete

                                               enrolou-o

e saiu com ele pelas mas de Nova York.

Tinha muitas estrelas para vender.

Cada uma delas valia milhões.

Mas como o Universo não é composto só de estrelas

mas de cometas, anéis e arco-íris

(para não falar nos meteoros etc.)

Deus também bordou a sua sombra, como se fosse um halo

                                                         luz,

em volta do Universo.

         Em Nova York, Washington e Maryland
Deus carregou o tapete sobre os ombros
e anunciou-o levando uma lua cheia na cabeça
e um relâmpago tão enredado quanto uma serpente, nos

                                      braços;
mas ninguém quis comprar.
Nem mesmo os árabes, donos de camelos

                                                                petróleo

e oásis nos desertos;
nem os turistas,

cada um mais atarefado do que o outro,

que todos os dias desembarcam em Miami.

Estavam todos muito preocupados

com a cotação da bolsa em Wall Street

e com o desempenho de alguns pilotos na Fórmula 1.

O Universo, para eles,
não era precioso:
— nem o Universo
nem os astros;

por isso Deus sentou-se numa grande nuvem,

quando se sentiu cansado;

abriu o tapete e pensou:

"— A Lua", disse ele olhando para a Lua,

"não vale um dólar;

o Sol, que eu pensava valer alguma coisa
não vale nada (nem um raio de atenção)
e os anéis de Saturno que, para mim,
eram incalculáveis nem mesmo suscitaram

                   atenção".
Deus ficou tão ofendido

quando percebeu isso, que no lugar de enrolar
e guardar o Universo a seus pés,
enrolou e guardou a sua sombra.

 

 

 

Página publicada em dezembro de 2017


 

 

 
 
 
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