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Sobre Antonio Miranda
 
 


 
 

JOSÉ HELDER FRANÇA

 ( DEDÉ FRANÇA )

 

Nasceu no Crato, Ceará.

 

FRANÇA, José Helder.  Acorda meu Brazí. Poesias matutas e outras poesias.  Fortaleza, CE: Imprensa Universitária, Universidade Federal do Ceará, 1985.  331 p.   15x22 cm   Apresentação de J. Lindenberg de Aquino.   Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação da família de Francisco Vasconcelos.

 

 "As letras nordestinas ganham essa nova contribuição de Dedé França, e o mundo telúrico do sertão ganha os quadros desse pintor de almas coloridas e sonoras, que sabe retratar, através da poesia, oque lhe vai no peito, na alma e no coração, traindo-se, pela veia poética, de imensos amores pela terrinha."  J. LINDENBERG DE AQUINO

 

         FESTA DA PADRUÊRA

         Eu vim da serra seu moço
Só pá vê o arvoroço
Daquela noite de fêra
Era tanta a mutidão
Cuma dia de inleição
A festa da padruêra

         Primeiro fui a Matriz
Minhas oração eu fiz
Pruquê isso é necessáro
A novena foi depressa
E pá pagá a premessa
Dei minha irmola ao vigáro

         Saí da igreja cum pena
Pois eu gostei das novena
E dos cantá deferente
Procurei atravessá
Quage num posso passa
Pois tinha lá munta gente

         As barracas tão bunita
Cuberta cum munta fita
Cauzava adimiração
Prá lá é qui ía a orquesta
Alí s fazia as festa
Se arrematava os leilão

         As bancas lá no terrêro
Cada quá cum candinhêro
Vendendo bolo de maça
O mundo mudô di cô
Qui num sei se aquele horrô
Era puêra ô fumaça

         Disci pá vê cuma é
Os doido dos carroce
Rodando qui nem pinhão
O povo tudo azavésso
Brigava pur os ingresso
Pá subí nos avião

         Era tanta a gritaria
Chega mi dava agunia
E um calô sufocante
E a musga qui nunca farta
Cada quá era a mais arta
Nus tá de ato-falante

         Eu vi a roda-gigante
Naquele mundo num instante
Levava o povo e trazia
Era barata a viagem
Mai eu num tive corage
Di subí, Ave Maria!

         Tanta cana pinicada
Bagaço pur as carçada
E até nos carrocéis
Vindia mais qui sorvete
Oito taquim de rolête
Custava lá dois minréis

         Uma coiza qui achei bôa
Foi uma tá di canôa
Qui de mi alembrá num canço
Mi balancei bem treis hora
E antes di vim mimbora
Ainda dei um balanço

         O pobe a tudo se atira
Fui mi arriscá num caipira
Qui na festa funcionava
Num acertei uma vez
O dado só dava o trêis
Mais eu no trêis num jogava

         Mi passei pás espingarda
Eu ganhei inté dum guarda
Cauzei suceço na praça
Hôve munto tiroteio
E eu sõ butava no mêio
Vadiêi munto di graça

         Tumara qui ôto ano
Seja cuma faço os prano
Seja ligêro e bom venha
Vô passa a festa intêra
No quaddo da padruêra
Nossa Sinhora da Penha

 

Página publicada em abril de 2017


        

        

        






 
 
 
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