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IRANILDO SAMPAIO


Iranildo Fernandes Sampaio nasceu na cidade de Assaré, Ceará, no dia 20 de novembro de 1930.  Antes de se mudar para o Crato, estudou as primeiras letras na cidade natal. No Colégio Diocesano, no Crato, fez o curso ginasial e o curso colegial já em Fortaleza. Além de publicar alguns poemas na Revista Clã (A Teoria das Coisas saiu antes por lá, em 1968).

 

IRANILDO SAMPAIO

De
Iranildo Sampaio
TEORIA DA ÚLTIMA LADEIRA
ELOGIO DA PRESSA

Jaboatão, PE?: Editora Guararapes - EGM, 2002
sanfonado.


Nada tenho a dizer.
Deis está
do outro lado
eu estou aqui
e o demônio
astuto, talvez
não tenha vindo.
Presto serviço
a qualquer santo.
As circunstâncias
de que me valho
são neutras
e me fazem pensar
noutras medidas.
Passo em revista
as minhas incertezas.
Não sei refletir
quando tudo
me parece adverso.
Ninguém admite
o efeito transitório
de meu remédio abstrato.
Agora, vasculho
as minhas intenções
e me resumo a isto
que hoje sou.
Poeta
de tantas agonias
divido-me em poemas
comedidos
e elaboro esse longo
apocalipse
de verdades
esdrúxulas.
A certa altura, nem eu
mesmo me entendo.
Meu quadro
é irreversível.
Nunca violei
qualquer segredo.
Ainda assim
dou graças a Deus
por tudo isto
antes que o Diabo
interceda
em favor de seus súditos.
Meu horóscopo
é outro.
O planeta que rege
a minha sorte
mudou de órbita.
De dia
arrumo estas ideias
na cabeça em desordem.
De noite
desarrumo tudo
e adormeço.
Se algo me aborrece
pouco importa.
O princípio é o meu.
Salgo a memória
e corro novamente
em busca
do que quero.
Sei que tudo é inútil.
A ciência do bem
é a mesma.
Tenho a força
de minha gratidão
a me amparar
diante do meu mundo.
Não posso aliciar
as minhas mágoas.
No entanto
as coisas
permanecem iguais
e eu saio de casa
a toda hora
com os mesmos propósitos.

Lanço
o meu desafio.
Sou como o pássaro
que fica de vigília
no pomar
esperando que o fruto
amadureça.
Hoje é o dia de paz.
Acomodo-me
na minha rouquidão
e me calo de vez.
O anjo que me guarda
não conhece
este exílio onde
apodreço sozinho.
Sustento esta bengala.
Lá fora
a tarde protesta
contra a minha
trajetória
e muda de percurso.
Sufoco os efeitos
de minha solidão
e continuo alheio
aos meus propósitos.
Não sei recomeçar.
Melhor é ficar
dentro do búzio
e esperar que o silêncio
reabra novamente
suas velhas cortinas.
Reduzo as
minhas intenções
a um quadro novo
e esbarro no irreal.
Cada instante
é uma reta
ligando a minha
angústia
ao olho do universo.
Tudo me parece relativo.
A vida foge
ao controle de
minhas decisões

e me deixa perplexo.
Meus caminhos
são amplos.
Apalpo a hora
Vagarosa
em sua órbita
em torno do incriado.
Vivo o
segredo dos ausentes
sem teto.
Estou no centro
geométrico
de todas as idéias
e não sei
o que penso.
Por enquanto
apenas a verdade
me aproxima
do que sou
e deste tema
resumido.

 


Extraído de:
2011 CALENDÁRIO   poetas     antologia
Jaboatão dos Guararapes, PE: Editora Guararapes EGM, 2010.
Editor: Edson Guedes de Morais

 

/ Caixa de cartão duro com 12 conjuntos de poemas, um para cada mês do ano. Os poetas incluídos pelo mês de seu aniversário. Inclui efígie e um poema de cada poeta, escolhidos entre os clássicos e os contemporâneos do Brasil, e alguns de Portugal. Produção artesanal.

 

Página publicada em julho de 2010; ampliada e republicada em fevereiro 2011.

 

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