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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

HENRIQUE BELTRÃO

 

 

      Henrique Beltrão de Castro, poeta, compositor, radialista, professor.

 

 

CASTRO, Henrique Sérgio Beltrão de.  Avesso: o Livro da insônia.  Fortaleza, CE: Expressão Gráfica e Editora, 2017.   164 p.  ilus. Orelha, leitura e revisão Alves de Aquino, O Poeta de Meia Tigela.  Apresentação do livro, leitura e revisão dos originais Carlos Nóbrega. Capa e logos por Washington Washington Júnior e Renand Rosendo.  Ilustrações de Gleanne Rodrigues, Tadeo Magela PPietié, Henrique Beltrão de Castro e Ellis Mário Pereira.  Projjeto gráfico: Léo de Oliveira Alves.   ISBN 978-85-420-1036-7  

 

"Quem, como eu, teve (e tem) a sorte de ouvir, aprender, sentir a mensagem de Henrique Beltrão de Castro quem, mais do que isso, tem a oportunidade de abraça-lo, conviver e compreender em profundidade a mensagem de puro Humanismo, sabe muito bem: o Henrique é uma espécie de Midas, porém um Midas imaterial e necessário ao engrandecimento e à dignidade da vida — tudo o que ele toca vira afeto. (...)  E se este livro em algum momento pode soar como denúncia, é porque ele, o livro, não poderia deixar de ser feito. (...) Já o Henrique ama o próximo e por isso denuncia quem não o faz. É só esta a mensagem deste livro."   CARLOS NÓBREGA

 

 

         O Verso e seu Avesso

 

         A página pálida calada pela palavra
         aceita o verso e o seu avesso
         por não ter escolha.

        

         A vida trucida o que se decida
         e desenvolvida a acreditar na vida.

 

         A mão hesita entre verbo e gatilho,
         o corpo estanca entre caminhada e salto.

 

         O tempo ora encanta, ora dilata.
         Cada linha me delata.

 

         Não deixarei mensagem póstuma.
         Somente esta hora absorve o verbo que me devora.

 

         Entristeceu-se um mundo inteiro.
         Por que insistir ante o desterro?
         O tempo de ser e deixar de ser não tem erro.

 

 

         Paranoia

 

        Pode até ser quer você lendo descubra quem eu sou,
         mas estou escrevendo bem escondido.
         Conheço pouca gente de bem,
         a maioria é de safados, desonestos, egoístas, bandidos.

 

         Melhor trancar as portas e janelas,
         não se aventurar tarde ou cedo demais na rua.

         Pouco importa se a pessoa parece viver no mundo da lua.
         Estão olhando pra mim e desejando estripar minha carne nua.

 

         Nada vale a pena, todo o mundo faz cena,
         um temo de terror me acena.
         Vou apagar os vestígios, vou desprezar o prestígio,
         vou instaurar o litigio.

 

         Costumo não revelar nada do que faço, gostou ou sou o ninguém.
         Costumo não pergunta muito pra não levantar suspeita também.
         Eu já fui de paz, já fui de morte, já subi e desci nesse vai e vem.

 

         Tudo que faço eu lapido como uma rara joia.
         Ninguém pode suspeitar que tenho paranoia.

        

         O que será pensam, pensaram, pensarão de mim?
         Eu desconfio de um poema que chega a seu fim.

 

 

Sonso e Insosso  

        Deitei-os fora, os versos que outrora fiz,
         deitei-os fora; prestes ao clarão da aurora,
         à mesma hora em que pálida e tosca ri
         como se fora agora o tempo de ir embora.

 

         De nada mais  me servem, ingênuos eram.
         Preciso de outros, mas os que vociferam.
         Sejam o facão e o corte, sem mais pensar.
         Sejam queda e coice, mais a falta de ar.

 

         Trago-te novas linhas para teu desenredo.
         Enfeitada de mentiras, laço feito pelo medo,
         tropeças nos teus engodos e causas pena.

 

         Pesar disfarço, confesso, assistindo à pífia cena.
         Enquanto fingimentos e desculpas são
         teu ilusório escudo e máscara portada em vão.

 

                   15 de julho de 2015, de volta a Fortaleza, depois de séjour em Lyon.

 

 

 

        Dessilente e apalavrado

 

                        Para Paulo Freire

 

         Eu me
         desdisse:
         decidi
         que ia tirar o lodo das palavras,
         sem muito alvoroço, nem zoada, nem desperdício.
         Assim,
         apalavrado,
         bem
         dessilentemente.

 

         Novos saberes somente com sentires.
         Nosso povo renovado se quer apalavrado.
         Nosso povo que sabores, aromas, amores,
         que palavras, quer cores
         e escuta de professoras e professores.

 

 

         Liberdade de espírito

 

        Todos os impérios, todos os tiranos sucumbiram;
         todas as ditaduras tiveram seu fim;
         todos os golpes de estado, sua virada,
         todos os povos sempre triunfaram sobre déspotas e corruptos:
         é tudo uma questão de tempo, de resistência, de coragem,
         de mudança.

        

         Contemplemos a história da humanidade:
         às atrocidades respondem as santidades,
         às injustiças ripostam a ética e sua decência,
         ao autoritarismo se opõem arte, espiritualidade, ciência.

 

         Livres nascemos, plenos de nós mesmos somos:
         somos um tanto de quem seremos e de quem fomos.

 

 

Página publicada em fevereiro de 2018

 

        
        

 


 

 

 
 
 
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