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LUÍS CARLOS DE OLIVEIRA

 

 

Nasceu em Minas Gerais, em 1965, e reside em Salvador desde 1984.

Obra poética: Calo ou Falo, Editora Writers, São Paulo, 2000.

 

Lei a outros poemas do autor em seu blog:

http://www.geocities.com/Athens/Agora/5477/  

 

 

CALO OU FALO

 

"Invariavelmente que pensar temos.

Desde o tempo da serpente (teimamos)

 

O seio e seus afluentes dão leite.

 

Amar, variavelmente." 

 

 

EBULIÇÃO DA ESCRAVATURA

 

A área de serviço é senzala moderna,

Tem preta eclética, que sabe ler “start”;

“Playground” era o terreiro a varrer.

 

Navio negreiro assemelha-se ao ônibus cheio,

Pelo cheiro vai assim até o fim-de-linha;

Não entra no novo quilombo da favela.

 

Capitão-do-mato virou cabo de polícia,

Seu cavalo tem giroflex (radiopatrulha).

“Os ferros”, inoxidáveis algemas.

 

Ração poder ser o salário-mímino,

Alforria só com a aposenadoria

(Lei dos sexagenários).

 

“Sinhô” hoje é empresário,

A casa-grande verticalizou-se.

O pilão está computadorizado.

Na última página são “flagrados” (foto digital)

Em cuecas, segurando a bolsa e a automática:

Matinal pelourinho.

 

A princesa Áurea canta,

Pastoreia suas flores.

O rei faz viaduto com seu codinome.

 

— Quantos negros?  Quanto furor?

Tantos tambores... tantas cores...

O que comparar com cada batida no tambor?

 

 

“A escravatura não foi abolida; foi distribuída entre os pobres”. 

 

(Poema extraído da obra O NEGRO EM VERSOS, organização e apresentação de Luis Carlos dos Santos, Maria Galas e Ulisses Tavares. São Paulo: Moderna, 2005

Antologia da Poesia Negra Brasileira. ISBN  85-16-04760-1   Excelente, imperdível!

 

 

CODAQUE BLEQUE

 

Para Cuti 

 

Já adapta-se a nova indústria

Ao consumidor negro.

Exija no pronto-socorro esparadrapo preto.

(Alguns "inocentes" sugeriram fita isolante

para cabos elétricos).

 

Muito mais recentemente existe

Filme para máquinas fotográficas

Próprio a realçar a beleza do negro e da negra.

 

As sombras são metamorfoseadas

No entorno do rosto.

O ricto ao sorriso.

 

Como se a beleza fosse esteta

E a luz exegeta em arco-íris

No olho de quem olha.

 

De noite, sem fleche

Codaque Bleque.

 

 

 

Página publicada em março de 2008

Metadados: Poesia Negra; Negro na Poesia; Poesia social



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