Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

HUMBERTO FIALHO GUEDES

 


Livro de Celina
Ilustrações: Calasans Neto (especiais para o livro).  
Salvador:         Edições Macunaima, 1985 
96 p. ilus.   27 x 20,5 cm.    Tiragem: 2000 exs.
Realizado com a ajuda de Celina, a viúva do autor.
Projeto editorial de Myriam Fraga.
Assessoramento editorial de Carlos Cunha.

 

N.° CINCO

 

Deita o corpo, amada, em abandono

como quem parte — como quem morre

oferta o lábio, descobre a face, desnuda

o seio — e com a erva

do teu ventre tece o meu retorno.

 

Deita o corpo, amada, em abandono

e descansa a mão que passa

— permiti o gesto livre, o meu repouso

e por um instante estanca o jorro

deste amor que me sangra e em que me morro

por tanto sangue derramado, e tanto gozo.

 

                                      Lisboa, 1969.

 

 

N.° SEIS

 

Que em mim não sei, amada, quanto

me dói de ver-te não ver-te mas saber-te

ainda que distante tão perto tão presente.

e por não ter-te mais saber-te conhecer-te.

 

Amada-amante que não tenho por distante

ausente que em mim não chore e mais não cante.

Ante o seio quente o peito arfante

o ente sente amante que não mente;

 

simplesmente, sofre a dor presente do que teve antes.

E se em ante e ente canto-te somente

é pra matar em mim este terror cortante

 

este temor fremente — canto cantante

de amar-te e ter-te e tão constantemente

ou vir a perder-te por não ter-te simplesmente.

 

 

                                                        Lisboa, 1969.

 

SONETO

 

Aqui, amada, faço do teu corpo o meu

repouso; pouso meu lábio — e ouso

e uso e só sobre o teu seio me debruço:

 

Pálpebras ligeiras velam por meu sono.

 

Aqui existo. Aqui, exatamente aqui, onde

à tessitura das horas me converto em ritos

toda a floração dos meus desejos

de ancestrais origens me antecipam.

 

A quem pertence o seio, amada,

sob o meu lábio? Que de tal modo

como torres magoadas me confundem.

 

As auréolas do teu ventre submisso

que não sei se de mim ou de ti mesma

o seio e o lábio, amada, em que me perco.

 

Bahia, 1970.

 

 

 

Página publicada em maio de 2011


Voltar para a  página da Bahia Voltar ao topo da página

 

 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar