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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: ANE – Associação Nacional de Escritores 

 

 

 

EUGÊNIO GOMES

 

 

(Ipirá15 de novembro de 1897 — Rio de Janeiro7 de maio de 1972) foi um escritor e crítico literário brasileiro.

Nascido e criado no interior da Bahia, menino, ainda, interessou-se por literatura. Em Santo Amaro da Purificação, refestelou-se na lendária biblioteca do Barão de Vila Viçosa. Com Artur de Salespoeta e tradutor, aprendeu a admirar Shakespeare.

Perito por profissão, continuou a desempenhar a tarefa quando se transferiu a Salvador. Lá, participou ao lado de Carlos Chiacchio da introdução do Modernismo na Bahia. Leu à exaustão as literaturas francesa,
 espanholaitalianaportuguesagregalatina e inglesa. Tornou-se crítico literário, dedicando-se, principalmente, em termos de Literatura Brasileira, às obras de Castro Alves e Machado de Assis. Sua especialidade foi a crítica comparada. Ainda na década de 1920, publicou seu primeiro livro.

Foi diretor do IAPC em Salvador, de 1936 a 1940; foi redator da revista Seleções do Reader's Digest em Nova Iorque, de 1946 a 1947; secretário do Ministro da Educação e Saúde, Clemente Mariani, de 1947 a 1950; foi Adido Cultural na Embaixada Brasileira em Madri, na Espanha, quando viajou pela Europa; recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 1950, pelo conjunto de obra; foi diretor do IAPC no Rio de Janeiro em 1951; foi diretor da Biblioteca Nacional de 1951 a 1956; foi diretor do centro de pesquisas e, então, da Casa de Rui Barbosa em 1960.

 

Biografia: wikipedia

 

 

TUA IMAGEM

 

Quanto te debruçaste

sobre o espelho líquido da fonte,

eu senti o desejo

de suster em meus braços a corrida
daquela água assustada
que não parava um instante
para te guardar.

 

E — orgulhoso —

eu te guardei inteira nos meus olhos.

Mas agora que te foste

como a água vadia,

tenho inveja da fonte leviana

que levava a correr

a tua linda imagem amarfanhada

em refrações violentas, como um escárnio.

 

Porque a tua imagem infiel

nunca mais se apagará de meus olhos.

 

E ainda que essa fonte de lágrimas
venha a estancar, um dia,
e as minhas pupilas acabem
estéreis
e vazias,

como as pupilas de um cego,

todas as flores de minhalma

cairão sobre ela, como caem

as flores que as velhas árvores atiram

sobre as fontes que estancaram

retendo,

na derradeira gota d'água,
uma visão de amor.

 

Porque a tua imagem inconstante
parou um minuto diante de um espelho de eternidade:
minha pupila infiel.

                                         (1929)

 

 

BAMBUAIS

 

Cruzam-se, entrebatidas pelo vento,
de altos bambus as canas eriçadas
e, como a um choque rígido de espadas,
retinem no maior desabrimento.

 

Mas, quando, por acaso, de momento,
cessa o embate, ruidoso das lufadas,
em leves bamboleios, serenadas,
quedam na graça do apaziguamento.

 

Parece, então, que um frêmito lascivo

percorre todo o bambual festivo;

mas, rente, o rio, no seu tom de mágoa,

 

Retratando-lhe a rama da touceira,
mostra do Hamleto a hirta cabeleira
e os gestos loucos refletidos nágua.

 

(1951)

 

 

 

 

Página publicada em março de 2020


 

 

 
 
 
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