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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESIA BAIANA
Coordenação: JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

 

ELIZEU MOREIRA PARANAGUÁ


ELIZEU MOREIRA PARANAGUÁ nasceu na cidade de Castro Alves, em 1963. Reside em Salvador desde 1981. Publicou os livros Poema Terra Castro Alves (1992), onde são cantados as ruas e becos de sua cidade, e O Fogo do Invisível (2006), trabalho que apresenta a profundidade da sua poética existencialista. Participou das antologias Sete Cantares de Amigos (2003) e Concerto Lírico a Quinze Vozes (2004). Editou, ao lado de José Inácio Vieira de Melo, a revista CEPA/Poesia, no biênio 1999/2000. Idealizou e coordenou os projetos Imagem do Verso (2000/2001) e Expressão da Poesia (2003/2006), em Salvador. Seus poemas têm sido publicados em importantes revistas literárias, como a Iararana, e suplementos culturais, como o A Tarde Cultural e o Panorama da Plavra. Ruy Espinheira Filho afirma em Poema Terra Castro Alves que "Lar é de onde se vem - diz o poeta T. S. Eliot. O que se vê, aqui, neste Poema Terra Castro Alves de Elizeu Moreira, é o canto do que partiu, do que se aportou do lar – e agora, através dos seus versos, realiza a viagem inversa, retornando ao mundo de onde veio. Elizeu Moreira Paranaguá canta a sua terra, mas canta sobretudo sua própria emoção ao evocar uma vida. " Sobre O Fogo do Invisível o crítico e poeta Antonio Carlos Secchin comentou: “Luz, fogo, brasa e outros signos ígneos pontuam a poesia de Elizeu Moreira Paranaguá, que, num mundo vazio de deuses, delega à fúria do verbo poético a missão de substituí-los.” Elizeu Moreira Paranaguá apresentou-se no projeto Uma Prosa Sobre Versos, nodia 11 de abril de 2008, na cidade de Maracás, na Bahia.  Fonte da biografia: http://jivmcavaleirodefogo.blogspot.com.br

 

 

O SOM E O SENTIDO

 

O som que se ouve

vem da lagoa

que abriga os seres.

 

O som que se espalha

invade a casa azul

cujo telhado é forrado

de estrelas e de palhas.

 

Ouço vozes que aprofundam

o sentido

entre os pássaros

e os grilos.

 

Ouço vozes que se harmonizam

entre o ruído

do Universo

e a Pedra Só.

 

 

(poema alusivo ao livro de José Inácio Vieira de Melo)_

 

 

PARANAGUÁ, Elizeu Moreira.  O fogo do invisível.  Salvador, Bahia: Secretaria da Cultura e Turismo, Fundação Cultural do Estado, EGBA, 2006.   82 p.  ilus. (Coleção Selo Editorial Letras da Bahia, 115)  ISBN 85-7505-160-1  15,5X21,5 CM.Capa de Sérgio Tavares, foto e ilustração Ramiro Bernabó

Elizeu Moreira Paranaguá, através de seus versos, canta sua própria emoção ao evocar uma vida. Uma vida que passou e que — cintilando no cristal da memória não passará jamais.”
Ruy Espinheira Filho

Luz, fogo, brasa e outros signos ígneos pontuam a poesia de Elizeu Moreira Paranaguá, que, num mundo vazio de deuses, delega à fúria do verbo poético a missão de substituí-los”.
Antonio Carlos Secchin

 

A poesia toca nas coisas e as transforma em mito ou metáfora. Nisto se pode dizer que Elizeu Moreira Paranaguá não nega o Oráculo. O fogo do invisível é leitura interminável.”
Foed Castro Chamma

 

ELIZEU FILHO DE ORPHEU

 

Eu me chamo Elizeu

filho de Orpheu.

Não tenho partido

e perdido caminha o homem

que caiu ao solo dos tolos.

 

Eu me chamo Elizeu

filho de Orpheu.

Carrego a flecha

do Super-Homem

para cravar a maçã.

 

Eu me chamo Elizeu

filho de Orpheu.

Levanto a pedra

que amanheceu

Tomada de fogo.

 

Eu me chamo Elizeu

filho de Orpheu.

Desejo a rosa

que se eleva

até a luz do céu.

 

 

NIETZSCHE

 

Para Ezequiel Athayde e Dirvan Silveira

 

Nietzsche cismou apenas

    com uma estrela potente,

         entre a águia e a serpente,

 

e procurou um meio :

    o Perfeito - no enlaçamento

        pelo caminho de Zaratustra.

 

 

TAMARINEIRO

 

Para Ruy Espinheira Filho

 

Passei pelo tempo da infância

e nunca me lembrei que no quintal

da minha casa havia um pé de tamarineiro.

 

No tempo passei pelo princípio

da memória, sem dar sentido

a vida do tamarineiro.

 

No princípio busquei apenas um sentido:

destino traçado no ser, entre frutas e folhas,

debaixo do tamarineiro.

 

 

A MORTE E SONHO

 

Para Maria Amaral

 

O homem que se perdeu no touro,

o touro que se perdeu no homem

na noite de Sevilha.

 

O homem abraça e sangra

o touro que se encontra

no tempo de fogo.

 

O touro e o homem

ao extremo da dominação.

 

 

A MORTE E O SILENCIO DA PALAVRA

 

As palavras, após a fala, alcançam o silêncio.

T.S. ELIOT

 

A morte é o silêncio da palavra,

a palavra para dentro da vida

que fala, sem fim.

 

A morte é o silêncio da palavra

a palavra e o silêncio

pertencem à eternidade.

 

Ambos apavoram a luz

e a luz enoja a morte.

 

 

CAVALO DE MOREIRA

 

Para Clebérton Santos

 

Cavalos blindados

heróis da Idade Média

salvação da cristandade

Florisvaldo Mattos

 

O cavalo de Moreira Paranaguá

não carrega espadas assassinas

não carrega esporas e ferraduras

não é a salvação da cristandade.

 

O cavalo de Aprígio Moreira,

meu avô árabe, galopa

como ondas de vento purificador.

Folhas de carvalho, natureza ao infinito.

 

O cavalo de Moreira,

pertence à grandeza do Fogo.

 

Cavalo de luz:

flechada de Moreira.

 

Cavalos selvagens soprando

o fogo da natureza.

 

Cavalos armados soprando

o fogo da guerra de um deus cruel.

 

Cavalo de luz:

flechada de Moreira.

 

 

TRAVESSIA

 

Sou fogo

que atravessa

              o rio

            e o rio

descansa

           o fardo

          e o fardo

cansa

o humano.

 

Mas

sou o rio

que ultrapassa

as pedras

              dobradas

             do mar.

 

 

VIAGEM AO ESPIRITO

 

          Para Chico Augusto

 

Chegar à luz

cega de Deus.

 

Até chegar

e enxergar

àquilo

que é.

 

 

 

Os poetas José Inácio Vieira de Melo, Antonio Miranda e
Elizeu Moreira Paranaguá em Maracás, Bahia, novembro de 2013

 

 

Página publicada em novembro de 2013

 

 

 


 

 

 
 
 
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