| CID SEIXAS   / CID SEIXAS FRAGA FILHO/   Professor  universitário, escritor e jornalista. Antes de se dedicar à carreira docente,  atuou na imprensa como repórter, copy desk e editor, trabalhando em rádio,  jornal e televisão. Fundou e dirigiu um dos mais qualificados suplementos  literários, o Jornal de Cultura, publicado na Bahia pelos Diários Associados.  Graduado em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador (1976),  Mestre em Letras e Lingüística pela Universidade Federal da Bahia (1980) e  Doutor em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (1990).  Atualmente é Professor Titular   aposentado  da Universidade  Federal da Bahia, onde trabalhou ativamente na reestruturação do Mestrado em  Letras e no plano inicial de implantação do Doutorado. Exerceu as funções de  Chefe e de Vice-Chefe do Departamento de Letras Vernáculas, bem como de  Vice-Coordenador da Pós-Graduação. Como consultor, na área de educação,  elaborou os currículos de alguns cursos universitários, sendo co-responsável  pela implantação do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade  Cultural da Universidade Estadual de Feira de Santana, onde é Professor e  fundador de Légua & meia: revista de literatura e diversidade cultural. Foi  coordenador dos cursos de pós-graduação lato sensu do CEDAP em parceria com a  Faculdade São Luís de França. Tem experiência de ensino e pesquisa na área de  Letras, com ênfase em Literatura Comparada e Literatura Portuguesa, atuando  principalmente nos seguintes temas: crítica literária, poesia, literatura  baiana, literatura e cultura. Atuou ainda nas áreas de linguística e de  psicanálise, assim como em jornalismo e comunicação. Na área de editoração,  dedica-se a planejamento editorial e projeto de livros e publicações. Além de  colaborações tanto em jornais quanto em revistas especializadas, entre os quais  O Estado de S. Paulo e a Colóquio Letras, de Lisboa assinou, durante cinco  anos, a coluna Leitura Crítica, no jornal A Tarde. Além de artigos, ensaios e  outros textos, publicou duas dezenas de livros e plaquetes, entre obras de criação,  teoria e crítica, destacando-se O Espelho de Narciso (Civilização Brasileira),  Triste Bahia (Coleção Letras da Bahia), O lugar da linguagem da teoria  freudiana (Casa de Jorge Amado), O espelho infiel (Diadorim), O trovadorismo  galaico-português (UEFS), Os riscos da cabra cega: recortes de crítica ligeira  (PPgLDC) etc. Atualmente vem publicando livros eletrônicos na internet, além de  coordenar o projeto E-Book.Br (Editora Universitária do Livro Digital) e o site  e o blog . E-mail: cidseixas@yahoo.com.br (Texto informado pelo autor)  Extraído de http://buscatextual.cnpq.br/     
                      
                        |  |  DeCid Seixas Fraga Filho
 O SIGNO SELVAGEM:
 metapoema:
 inclui Manifesto à aldeia marginal.
 Salvador:  Margem, Departamento de Assuntos Culturais – SMEC,
 Prefeitura da Cidade do Salvador, 1978.
 22  fls.   21x15 cm.   (capa-envelope contendo 21 folhas soltas com  as partes do poema. Na capa e na contrapa dobrada aparece o “Prefácio ou  Manifesto à Aldeia Marginal”.
   II
 O não:
 ao sema perdido
 no frio do corpo
 a fé
 cun
 dar
 um óvulo
 morto.
 
 Cinza
 sobre o cio,
 potro castrado
 em pasto farto
 de fêmea,
 parto
 sem dor
 ou lembrança do desejo.
   XIII
 0 sim:ao sema
 ou se
 men
 te(s)
 que sabe(s) gerar
 
 desejo incontido
 no branco
 papel
 en
 çol
 ou tema
 de tecer constante.
 
 Deuses não somos:
 por isso
 santificamos o prazer
 (nosso)
 bem maior.
     HERA  1972-2005.  Antonio  Brasileiro et al.. organizadores.   Salvador, BA: Fundação Pedro Calmón; Feira de Santana, UFES Editora,  2010.  712 p.  fac-símile. ilus. (Memória da Literatura  Baiana).  ISBN 978-SS85-99799-14-7  Ex. bibl. Antonio Miranda     SOLILÓQUIO DE S. FRANCISCO DE ASSIS    Vezes  sem conta converso Contigo. Atento,  me ouves, sem dizer palavra. Às  vezes, escutas, distraída Mente, como quem olha uma folha que, lento, o vento  embala e a calma balança. Converso  Contigo mas  Tu não respondes. E  meus amigos me chamam de louco.   Só  rindo sozinho sei  que não sou louco   porque  posso ouvir a Voz do Silêncio.           FRAGA FILHO, Cid Seixas.  Paraíso entre homem e rio / Fluviário.  Capa do Autor, arte final A.  Carvalho.  Salvador: Imprensa Oficial da  Bahia, s.d.  13 x 21 cm. capa e  sobrecapa.   Ex. bibl. Antonio Miranda                          
                      "Cada  coisa que existe,na  outra, busca igualdade
 (até  mesmo a mentira
 se  encontra na verdade)."
           Correntezear
        1 Narrando  noturnos contos,
 rouco,  de tanto roçar
 pelas  pedra do redor,
 vai  o rio — rumo: mar.
 
 Franco  na sua linguagem
 (nascida  neste lugar)
 que, por seca de sentido,
 só  nós sabemos falar.
 
 2
 Sua  linguagem é líquida,
 apenas,  no linguajar:
 quente,  raivoso e rápido,
 quando se põe a rolar.
 
 Seguindo  a gente daqui,
 ela  é bem irregular:
 suave  no simples ouvir,
 seca no significar.
            Didática do rio
 1
        Do rio o molde da falalevas  (sem saber, guardado):
 líquido  e saltitante,
 por  pedras interpelado.
 
 Deste  modo não entonas
 único  e reto dizer;
 modulas,  em cachoeiras,
 como  os rios sabem fazer.
 
 2
        Do rio, a fala ligeiracomo  se fosse corrente
 de  água (que se aperta
 na  margem) quando fluente.
 
 Do  rio, o fugir constante,
 o  sempre ficar em mim:
 qual  ritmo impassível
 de  um compasso sem fim.
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         Página  publicada em julho de 2011; página ampliada e republicada em dezembro de 2018; página publicada em dezembro de 2020   
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