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 ABEL PEREIRA
 
   Abel Silva Pereira nasceu na cidade de  Ilhéus, na Bahia, em 1908, filho de Felisberto da Silva Pereira e de Emilia Mundi  Negrão Pereira. Sua vida literária pode ser acompanhada através das inúmeras  instituições especializadas a que pertence,  bem como por meio dos vários periódicos com  os quais colaborou.   Fundador da Academia de Letras de Ilhéus,  Bahia, foi também o seu primeiro Presidente. Ainda nesse Estado, pertence ao  Instituto Histórico. Abel Pereira é membro de muitas outras instituições  culturais, dentre elas a Associação Brasileira  de Imprensa, a Sociedade dos Homens de  Letras do Brasil, A Ordem dos Velhos Jornalistas do Brasil, a União Brasileira  dos Escritores, a Academia Maçónica de Letras, a Academia Guanabarina de Letras,  a Academia Brasileira de Literatura (Rio).     Livros:   "Colheita" — em 1957 e — "Poesia até Ontem" —  em 1977 "Mármore Partido", seguindo a  mesma linha haikaistica de "Colheita" e de "Poesia até Ontem.   DeVAGALUMINOSOS – POESIA - HAIKAIS
 São Paulo: Massao Ohno Editor, 1989   “Sim, um mestre. (...) Sem o senso da  natureza não há haikai. Desde Colheita, Abel é um sagaz cultivador de mais  sintética forma de poesia.” Antonio Carlos Villaça
 
 Vaga-lumes luzem
 em meio a incompreensões,
 e são compreendidos.
 
 A mata fecha
 foi, agora, iluminada
 pelos vaga-lumes.
 
 Caminhos não erra
 que, à luz dos vaga-lumes,
 vai subindo a serra.
 
 Procissão de luzes.
 Vaga-lumes se destacam
 no manto da noite.
 
 São dos vaga-lumes,
 tantos milhares de lâmpadas
 clareando os cumes.
 
 Secretas mensagens
 trazem, hoje, os vaga-lumes.
 Por que não abri-las?
                            MAIS HAIKAIS   Bucolismo Canção matinal.Campinas. Vacas turinas.
 Cheiro de curral.
   Norte  Verdadeiro Traço o rumo à frentede alguém que me segue bem
 paralelamente.
   O ocaso No rio profundoo sol parece outro sol
 a emergir do fundo.
   Pelo vão das telhaso dia olha, e se anuncia
 em vestes vermelhas.
   Um grão bem miúdo...Um nada à margem da estrada...
 Um nada que é tudo.
   Poucos vaga-lumes,e a costureira não pôde
 enfiar a agulha.
 
 Ai, dos vaga-lumes!Eles são muitos, e minha
 horta é pequena!
   A Moenda Na dureza insana,girando, range esmagando
 toda a alma da cana.
      Página  publicada em janeiro de 2009, ampliada em novembro de 2009 
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