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Foto:opoemadopoeta.wordpress.com

 

ROJEFFERSON MORAES

 

Rojefferson Moraes é professor de escola pública, escritor, autor dos livros Digitais (2008), Poesia Crônica (2014), Lembranças de Uma Noite Qualquer (2015), todos publicados de forma independente pelo Selo Coleção de Rua de Manaus, e O dia em que Carla assassinou o meu gato e outras crises de amor (2017), pela Editora Penalux, de São Paulo. É produtor cultural, articula ações socioculturais na periferia de Manaus e em cidades do interior do Amazonas.

 

MORAES, Rojefferson da SilvaPoesia Crônica. Capa e ilustrações:Virgilio Simões. Manaus: Edição do autor, 2014.  N.  68 p.  (Coleção de rua)     ilus.  14 x 20 cm. 

 

 

BRINCADEIRA DE MENINO

 

Ainda menino

Já brincava de assassinar coisas De torturar e ver sofrer

 

Ficava rindo

Ao ver um mosquito

Tentando voar com uma asa só

 

De formiga

Tentando carregar folhas Com duas pernas a menos

 

Não brincava de ser criança.

 

Empurrava

Os bichinhos que passavam Para debaixo dos carros

 

Gostava

Quando pulavam os olhos E as tripas coloriam a rua

 

E imaginava

Um policial explodindo

Diante de mim...

 

Eu daria o troco de vez!

 

24/10/08

 

 

 

NA CANECA VERDE

 

Uma hora o mundo
Explode em mil pedaços
Vidros e papéis
Enfeitam as mas
Sonhos e pesadelos
Correm nus

 

Uma hora o corpo se
Liberta do uniforme
Os ouvidos e os olhos
Sentem de verdade
Cabelos e línguas
Ficam soltos

 

Uma hora a poesia
Vira espuma
Escapa das bordas
Rasas das mãos
E os dedos e o nariz
Ficam amarelos e sangram

 

Uma hora as cores
Confundem os sentidos
O labirinto das ruas
Perde as pernas
E o circulo quadrado
Do espaço desaparece...
E uma hora o mundo explode
Em mil pedaços.

 

 

 

O SURTO

 

Gritava desesperado
Mirando a parede amarela

 

Aos poucos o amarelo
Ficou tingido de vermelho

 

As gotas de sangue se espatifavam

Dando mais vida

Ao quadro mal pintado

 

E o vermelho só parou
De manchar a parede
Quando a cabeça de Carlos
Não conseguiu mais
Se sustentar no corpo Convulso.

 

06/01/09

 

 

 

MÚSICA DOS CABARÉS 

Vagões enormes de um povo que se despovoa

Galpões de sonhos encarcerados

O suor da testa escorrendo por rugas

Que vomitarão na alma esperança desbotada

 

Seguem os ônibus que atropelam a coragem Exigindo o pagamento da passagem para o medo E os olhos se forçam para não enxergarem Os postes esmagados entre ferros retorcidos

 

As pernas bambas se embriagam do cansaço Que mata de fome os espasmos das mãos Das mãos que tentam se firmar Em mais um assalto à noite

 

Hoje eu não vejo as estrelas Que caíram no mar infinito De minhas ilusões e utopias E viraram pó, pólVora, vírus

 

Não sinto o cheiro da noite

Só o odor do suor ensopando camisas

O rastro do prazer comprado

O cheiro que cheira o nariz arrancado

 

A única lei que me vigia é a dos postes Olhos cegos acesos na escuridão das ruas

 

08/08/09

 

 

Página publicada em novembro de 2018


 

 

 
 
 
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