| JOICYANO MAIA   Meu  nome é Joicyano Marinho Maia, 34- anos, poeta/ escritor e artista visual  natural 4e Lábrea-Amazonas. Moro em Manaus, cidade 9<ae me acolheu 4es4e  1996, como muitas outras cidades, e comunidades ribeirinhas. Comecei a escrever  depois de encontrar alguns escritores da Revista Sirrose em 2001. Em 2014-,  comecei a publicar o Zine: Tarrafeando Palavras; 2016 lancei o livro: Relatos  de um poeta: Crónicas e Outros Poemas (Selo Coleção de Rua); 2017         publicações dos livretos: Diálogos  Sobre A Inutilidade De Escrever, Impressões do Obvio, Amores Sirróticos, O  Surto da Palavra e Poemesas; e agora em 2018 o  livro: Igarapés - Caminhos de Canoas pelo Selo Coleção de Rua.   MAIA, Joicyano.  Igarapés  / Caminhos de canoas.  Manaus:  Publicação independente, 2018.  99 p.  (Coleção  de Rua)  ilus.  Capa: Max Rocha.Ilustrações: Amós Lopes  Pinheiro, Joyciano      Maia. Apresentação  de Maria Antonelli.  Ex. bibl. Antonio  Miranda.   Canoas flutuantes   Num  alheamento de intervalos aonde  começa e termina este foco de visão, não  mais vejo que a revelação do fato como  é ou como o descrevo. No  desalinhamento das canoas aportadas navegando  em banzeiros, enquanto  o vento sussurra num cantar da chuva; ao  fundo ilhas de várzeas com vegetação informe, com  algumas habitações dispersas, onde  por entre margens: dois rios se encontram como  que se colidissem velozes, num  abraço inevitável entrelaçando mundos.   (02.03.11)   Luzes nas águas   Noite  em germe, as  luzes dos postes iluminam  a orla: refletem  claridades em  tons de cores nas  ondulações das águas do rio. Em  uma canoa remada, pescador  retira o peixe da rede. No  cais de arrimo: passeiam  casais de mãos dadas, pessoas  a sóis ou em grupos. Sopra  um vento úmido, na  avenida correm os automóveis sussurrando  os motores, nas  margens a movimentação das  embarcações completa os ecos noturnos. Transpassa  no céu, entre  as nuvens, constelações  de estrelas. A  lua por vezes oculta, prateia  a superfície espelhada das águas escuras. Canoas  flutuantes aportadas à beira, bailam  de vez enquando. Nestas  disposições do porto: pode-se  escutar o canto, sentir  os aromas, contemplar  as águas trémulas margeando a cidade, eis uma pintura sonora da noite a foz.
   Correntezas   Decantam-se  palavras às lentidões moveis, sob  a luz do poste amarelada: cores  azuis esbranquiçadas, vermelhos  amarronzados, tons  que as águas do rio borda. Disposições  incertas, correntes  volúveis, ondulações  imprecisas, sentidos  a navegar bóiam  na correnteza brava.     Correnteza   Fez  o cantono remanso,
 águas baixando
 na ilha verde
 do mureru.
 Dança das águas: r
 aios de sol
 espelhando  a superfície. Dança das águas:
 espelhando a luz do luar.
       Página publicada em novembro  de 2018 
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