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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

ALMIR DINIZ

 

Almir Diniz nasceu em Cambixe, município do Careiro, naquela época, distrito do município de Manaus. Fez os estudos complementares em Cambixe, o ginasial e o colegial no Colégio Estadual do Amazonas. Bacharelou-se em Direito pela Universidade do Amazonas.

 

Ingressou no jornalismo em 1974, trabalhando, sucessivamente, nos jornais Folha do Povo, O Combate, A Crítica, O Jornal e Diário da Tarde. Escreveu crônicas para as rádios Rio Mar e Baré. Ganhou o concurso de poesias instituído pelo Centro Estudantil Plácido Serrano (1950) e o Prêmio Esso de Reportagem Norte-Nordeste, com a matéria Borracha: dinheiro, sangue e miséria (1956). Recebeu menção honrosa com a reportagem Fronteiras ensanguentadas. Ganhou prêmio pelas reportagens Relíquias sem teto (1957) e Açúcar Amargo (1958).

 

Foi prefeito municipal do Careiro; diretor do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas; representante do Amazonas na Associação Brasileira de Municípios; procurador judicial do Departamento de Estradas de Rodagem do Amazonas.

 

Livros de poesia: Encontros com a natureza, 1996; Caminhos da alma,  1996; Corpo de mulher, 1996; Andanças poéticas, 1996; Os deuses . 1998.

Fonte da biografia:  http://www.linguativa.com.br

 

 

 

DINIZ, Almir. Andanças poéticas.   São Paulo: João Scortecci Editora, 1997.   110 p.  13,5x21 cm.   Apresentação de João Chrysóstomo de Oliveira.  Capa: Alan Saboia Diniz de Carvalho.   Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação da família  Francisco Marques de Vasconcelos Filho.


 

 

         TATUAGEM        

No arco das cadeiras,
bem na curva do perfil,

Há uma borboleta...

 

         TATUAGEM II        

Quem plasmou a falena?
Um fauno ou anacoreta,
um eunuco ou inválido.

 

         TATUAGEM III 

Que outro entre os humanos,
antes a divina paisagem,
a conspurcaria?

 

         TATUAGEM IV        

Foi a mão da impotência
que deu vida à tatuagem
de vã irreverência.

 

         TATUAGEM TATUAGEM V 

Prefiro esquecer
que inofensivo artesão
pinte borboletas...

 

                   Angra dos Reis, RJ

 

        

        

         TEMOR 

Eu temo por tudo o que me rodeia
e que me pareça antinatural;
eu temo pelo arbítrio que cerceia
a liberdade, mesmo a virtual.

        

Eu temo pela luz, quando passeia
absoluta sua mística astral;
eu temo, sim, pelo homem que alardeia
a ignomínia do poder total.

 

Eu temo o sol, se cáustico incendeia
as lavouras, num querer abissal
e em ondas caloríferas valseia.

 

Temo a água poluída que norteia
e conduz vírus de efeito letal,
disseminando males, em cadeia.

 

                   Belém, PA


 

 

DINIZ, Almir.  Corpo de mulher. Poesias.   Manaus, AM: Editora da Universidade do Amazonas, 1996.  100 p.  Prefácio: Erasmo Linhares.  Capa: Alan Saboia Diniz de Carvalho.   Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação da família  Francisco Marques de Vasconcelos Filho.

 

 

         RUGAS 

São caminhos, cicatrizes,
que operários do tempo
com duras mãos de desgosto
e ferramentas de lágrimas,
plantaram como raízes
nas lisas bandas do rosto.

 

 

         UNHAS 

São armas, sim, e atrevidas,
em mãos que as tem afiadas...
Pintadas com jeito e charme,
da gosto vê-las polidas,
vermelhas ou nacaradas
brincando, riscando carne.

 

 

        

DINIZ, Almir.  Encontros com a natureza. São Paulo: João Scortecci Editora, 1996.   110 p. 14x21 cm.  Apresentação de Elson Farias.  .   Ex. Biblioteca Nacional de Brasília, doação da família  Francisco Marques de Vasconcelos Filho.


 

         IGARAPÉ 

Olho d´água, uma fonte, uma vertente,
sombra, raízes, palhas, lodo e areia,
uma calha profunda que norteia
o igarapé que nasce, mansamente.

 

Com chuvas cresce e corre, reticente,
entre troncos e pedras serpenteia,
beija ramos e flores, quando ondeia
na carícia da aragem do nascente.

 

Pleno de misticismo e irreverente,
fecunda as terras baixas e semeia
os frutos que carrega na corrente.

 

É sinuoso, escuro e transparente,
dizem ser o camarim onde a sereia
se desencanta e ama, como a gente.

 

 

 IGAPÓ

 

 Belo, volúvel, místico, sombrio,

filho dos repiquetes, das enchentes,
produto da energia das correntes
e do degelo andino, imenso e frio.

 

 Soberbo, enfrenta todo desafio:

 Barragens, matupás, diques potentes;
impera no reinado das torrentes
e é sectário mando do Deus-Rio.

 

Sereno, avança e beija, docemente,
as bocas dos baixios junto aos lagos,
várzeas, capoeiras, fins de campos...

 

Com sorridos de espuma, ternamente,
nos troncos, ramos, flores, faz afagos...
— Vem, mágico igapó, lavar meus prantos!

 

 

VITÓRIA-RÉGIA

 

Folhas em fornos, como de farinha,
oriunda do limo (húmus submerso),
glória dos baixios que acarinha
como a mãe ao filho faz, em régio berço.

 

Ante às rodadas lindas, fico imerso
em ondas de pensares — coisa minha —

Então minha alma, debulhada em verso,
faz-me lembrar das flores da rainha.

 

Ah! as flores.  Onde as há mais belas?
Dizei-me, deuses, pois desejo vê-las
reinando entre charcos e igapós.

 

Olhem aqui, da restinga: muitas delas,
lindas vitórias-régias — quase estrelas —
refletindo no céu de todos nós.

 

 

Página publicada em abril de 2017

 

 



 
 
 
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