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Fonte: http://www.altinomachado.com.br/

OCÉLIO DE MEDEIROS

(1917-2008)

Advogado, professor universitário, poeta e escritor acreano Océlio Medeiros, filho de Xapuri e contemporâneo de Armando Nogueira, Jarbas Passarinho e Adib Jatene – esteve empenhado em publicar a série “Almanaque Acreano”, que produziu com recursos próprios e a ajuda valiosa da filha Elizabeth. A série “José Plácido de Castro: da Campanha Gaúcha no Sul à Fronteira da Borracha no Noroeste”, em cinco volumes, permaneceu inédita, mas digitalizada e ilustrada: O autor sonhava em ver seus “almanaques” circulando pelas escolas públicas do Acre, ensinando Revolução Acreana à meninada. Mas, ele mesmo percebera depois, a linguagem utilizada era um tanto imprópria para crianças e adolescentes.

Um dos livros é “Após os Balaços: baladas para Chico Mendes”

 

MEDEIROS, Océlio de.   Após os Balaços: Baladas para Chico Mendes.  Brasília: M. e    Planalto, s.d.  196 p.  ilus.  15x21 cm.  Inclui textos e poemas de cordel sobre os antecedentes históricos do assassinato de Francisco Alves Mendes Filho (Chico Mendes) em 1988, em Xapuri, Acre, antes do julgamento do júri. “Océlio de Medeiros”  Ex. bibl. Antonio Miranda

Obra em 31 Cantos em linguagem popular à maneira de cordel (p. 61-145) em livro que reúne obras de diversos tipos (como as “Aquarelas”) todas versando sobre temas acreanos.

 

 

APÓS OS BALAÇOS, BALADAS PARA CHICO MENDES!

 

(Depoimento com 31 cantos, em versos de cordel, de um poeta do

Xapuri, sobre o covarde atentado de 22 de dezembro de 1988)

 

 

Canto I

Do Desespero, sob o Impacto da Tragédia

 

Foi em mil e novecentos

e oitenta e oito, que no dia

vinte e dois, houve lamentos,

comoções e boataria

em Xapuri; sob guarda,

Chico Mendes, desprevenido,

por disparos de espingarda,

foi mortalmente ferido!

O atentado em seu quintal

causou grande confusão,

repercussão mundial

e protestos da Nação.

A polícia foi à cata

dos mandantes — pistoleiros,

que se embrenharam na mata,

onde há covis e coiteiros.

Eu ressonava em Belém,

onde vou sempre a passeio,

para o Natal, quando alguém,

com jornais em casa veio,

pondo-me a par da desgraça:

fiquei muito emocionado!

E enquanto a polícia caça

os autores do atentado,

- que agora se cumpra a Lei! -

abro o baú da memória,

para informar o que sei,

a começar pela estória

do velho Acre e o Xapuri,

do seu povo e da sua luta,

pois foi por lá que eu nasci.

A justiça lá é corrupta!

Os ricaços são imunes;

 

no meio dos fazendeiros,

há criminosos impunes

e conhecem-se os pistoleiros!...

Quando há investigações,

os acreanos descrentes

fazem sempre cogitações...

Mas sobre os antecedentes,

as causas, motivações,

o meio, a terra, estruturas,

circunstâncias e razões,

não se fazem conjecturas...

Daí porque surgirão,

entre as investigações,

no meio da confusão,

levianas acusações...

Expulsos os seringueiros,

pelos zebus dos "paulistas",

no novo Acre dos fazendeiros

são "os piores comunistas",

ante a classe reacionária,

os que estimulam debates

em prol da Reforma Agrária!

Mas respondem com "empates",

sempre contra os pecuaristas,

que mugem nos seringais,

os chefes sindicalistas!

Nas bases eclesiais,

dão-se as mãos os progressistas,

professores, advogados,

ecologistas, idealistas,

 

Chico Mendes e os prelados...

E como realmente creio

na Ecologia Social,

e nos ditames do meio

sobre o bem, ou sobre o mal,

remonto às causas do evento,

e na estória vou ao fundo...

Aqui vai meu depoimento,

desde o Acre, no fim do mundo!

Sobre a conquista da terra

e os primeiros seringais,

ouvi a saga da guerra,

cantada pelos meus pais...

Os Girão vieram primeiro
e alguns Medeiros depois:

nada era aqui brasileiro,

quando se aliaram os dois,

o Girão, do Ceará,

— com seus "brabos" flagelados —

e o meu avô, do Pará,

— com "parauaras" armados -

a bordo do "Aripuanã",

para alargar as fronteiras...

Não buscavam a Canaã,

mas leitosas seringueiras...

Penetraram, desbravaram

e ocuparam, no confronto

com os índios, que massacraram,

a selva, ao "Ultimo Ponto"

e ao Igarapé da Baía...

Conforme a Estória do Acre,

que a Bolívia desconhecia,

desbravamento e massacre,

conquista e descobrimento,

ambições, desgraças, ódios

e crimes, no povoamento,

são sangrentos episódios...

E aos valentes que tombaram,

entoo os meus tristes salmos:

na terra, que conquistaram,

hoje têm só sete palmos...

 

 

Página publicada em julho de 2014

 

 


 

 

 
 
 
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