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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Fonte: http://puracoincidencia.blogspot.com

 

 

SEBASTIÃO ALBA

(1940-2000)

 

 

Dinis Albano Carneiro Gonçalves, cujo pseudónimo é Sebastião Alba (Braga, 11 de Março de 1940 - 14 de Outubro de 2000), é um ilustre escritor nacionalizado moçambicano. Pertence à jovem vaga de autores moçambicanos que vingam na literatura lusófona.

 

Nasceu em Braga, onde viveu durante anos. Radicou-se, juntamente com a sua família, em 1950, em terras moçambicanas e só voltou a Portugal em 1984, transladando-se novamente para a «Cidade dos Arcebispos», Braga. Mas foi em Moçambique que se formou em jornalismo, e leccionou em várias escolas, e contraiu matrimônio com uma nativa.

 

Publicou, em 1965, Poesias, inspirado na sua própria biografia. Um dos seus primeiros poemas foi Eu, a canção. Os seus três livros colocaram-no numa posição cimeira no ambiente cultural bracarense.

 

Faleceu com 60 anos, atropelado numa rodovia. deixa um bilhete dirigido ao irmão: «Se um dia encontrarem o teu irmão Dinis, o espólio será fácil de verificar: dois sapatos, a roupa do corpo e alguns papéis que a polícia não entenderá»

 

Poesias, Quelimane, Edição do Autor, 1965; O Ritmo do Presságio, Maputo, Livraria Académica, 1974; O Ritmo do Presságio, Lisboa, Edições 70, 1981; A Noite Dividida, Lisboa, Edições 70, 1982; A Noite Dividida,(O Ritmo do Presságio / A Noite Dividida / O Limite Diáfano), Lisboa, Assírio e Alvim, 1996; Uma Pedra Ao Lado Da Evidência, (Antologia: O Ritmo do Presságio / A Noite Dividida / O Limite Diáfano + inédito), Porto, Campo das Letras, 2000; Albas, Quasi Edições, 2003

Fonte: Wikipédia

 

TEXTO EM PORTUGUÊS  TEXTO EN ESPAÑOL

 

 

NÃO SEI QUE LUZES

 

Não sei que luzes a bordo

escurecem de sentido a noite larga

e em mim perfilam solenes

as sensações na sombra

 

flébeis costas

devolvem o mar disperso

e nos flancos do casco

um monótono som singra

 

só minhas ânsias embaladas

fremem

a cada indefinido promontório

se resignam hirtas

na amurada

ou, se volve um farol,

são nucleares e brancas

 

mas amanhece

vagam flocos de círios

um sol de adolescência e de novela

descobre a amante insulada

 

e um sino toca para o pequeno almoço.

 

 

NINGUÉM MEU AMOR

 

Ninguém meu amor

ninguém como nós conhece o sol

Podem utilizá-lo nos espelhos

apagar com ele

os barcos de papel dos nossos lagos

podem obrigá-lo a parar

à entrada das casas mais baixas

podem ainda fazer

com que a noite gravite

hoje do mesmo lado

Mas ninguém meu amor

ninguém como nós conhece o sol

Até que o sol degole

o horizonte em que um a um

nos deitam

 

vendando-nos os olhos

 

TEXTO EN ESPAÑOL

Traducción de XOSÉ LOIS GARCÍA

 

NO SÉ QUÉ LUCES

 

Nos sé qué luces a bordo

oscurecen de sentido la larga noche

y en mí perfilan solemnes

las sensaciones en la sombra

 

Lamentables costas

devuelven el mar disperso

en los flancos de casco

un monótono sonido singla

 

sólo mis ansias engañadas

tiemblan

a cada indefinido promontorio

se resignan firmes

en la muralla

o, se vuelven un faro,

son nucleares y blancas

 

pero amanece

flotan copos entre cirros

un sol de adolescencia y de novela

descubre la amante aislada

 

y una señal avisa para el desayuno.

 

 

 

Poemas publicados originalmente en la revista HORA DE POESIA, n. 19-20, Barcelona, sin fecha. Ejemplar cedido para la Biblioteca Nacional de Brasilia por Aricy Cuvello, y la reproducción con la debida anuência del traductor.

 


NO MEU PAÍS

No meu país
dardejado de sol e da caca dos gaios
só há estâncias
(de veraneio) na poesia.
Nossos lábios
a um metro e sessenta e tal
do chão amarelecido
dos símbolos
abrem para fora
por dois gomos de frio.
Nos lábios outonais, digo,
outonais doze meses.
No entanto
à flor da possível
geografia
um frêmito cinde
as estações do ano.

(In: O Ritmo de Presságio,1974)



ENVELHECES, RAPAZ

Palavras, cascalho desabrido
que em cada manhã, suspirando,
realinho nos canteiros
e que, sem fé, sagro
de cal idílica.
A vizinha chega-se ao muro,
diz “bom dia”.
Vem duma comunidade
com juízo, apercebe-se
de que a minha saudação
carreta as pedras
dum mutismo lavrado.
Acabará por julgar
que ali uxoricídio, e eu velo
para que ele não fique a descoberto.
Há-de ver
o meu bilhete de identidade, auge
de quem sou,
santo-e-senha, vínculo
que nem a morte pui.
Nada feia. No dia em que
um giro de andorinhas nos aureole,
dir-lhe-ei que tive
relações conjugais, sim!
mas com beleza, etc...
Não tardará que ela me escolha
as palavras e os chinelos
a seu gosto.

(In: Noite Dividida, 1982)

***

 

 

*,

 

Página ampliada e republicada em abril de 2022

 

Página publicada em abril de 2008

 



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