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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


JOSÉ LUIZ HOPFFER ALMADA

 

JOSÉ LUIZ HOPFFER ALMADA

 

JOSÉ LUIZ HOPFFER C. ALMADA utiliza os nomes literários Zé di Sant’y Águ, Erasmo Cabral d’Amada, Tuna Furtado, Dionísio de Deus y Fonteana e Alma Dofer.

Nasceu a nove de dezembro de 1960, no sítio de Kel-Len (Pombal), Conselho de Santa Catarina (Ilha de Santiago), EM Cabo Verde.

A partir dos quatro anos de idade passou a residir com a família em Assombra, onde concluiu o Ensino Primário e o Ciclo Preparatório.

Cursou os Liceus na Cidade Ada Praia, onde exerceu destacadas funções no movimento associativo estudantil e no seio da Juventude estudante Africana Cabral, liceal, de que foi militante até 1979. Enquanto estudante exerceu funções de responsabilidade em vários campos agropolíticos, tendo participado do XI Festival da Juventude e Estudantes (Cuba, 1978) e do Seminário de Cultura de Rufisque (Senegal, 1979).

Licenciou-se em Direito pela Universidade Karl Marx, de Leipzig (1984). Foi co-fundador do Núcleo e do Movimento Pró-Cultura e da Revista de Artes, Letras e Cultura Fragmentos, de que é Diretor, um dos principais dinamizadores do Voz di Letra (suplemento cultura do jornal Voz di Povo) e a realizador do programa radiofônico de cultura “Gentes, Idéias, Cultura”.

Foi-lhe atribuído, em 1978, o primeiro prêmio do Concurso Literário Nacional e, em 19779, o segundo prêmio ex-aequo do Concurso Literário Nacional, realizado nesse ano.Integrou a Comissão Nacional para o Acordo Ortográfico (1986/87), o júri do prêmio “Jorge Barbosa” (1987), a Comissão Nacional da Língua Cabo-verdiana e o conselho Nacional de Cultura. É membro fundador da Pro-Associação e da Associação dos Escritores Cabo-verdianos, bem como Associação dos Amigos do Conselho de Santa Catarina, cujas Direções integra.

Participou do Simpósio sobre a Literatura e a Cultura Cabo-verdianas (Mindelo, 1986), do Simpósio Integral sobre a Poesia e o Sagrado (Liège, Bélgica, 1990), do Encontro sobre a Música Nacional (Praia, 1988)  e de várias mesas-redondas sobre a Cultura. Tem trabalhos publicados no Voz di Letra, no VP – Caderno2, no Voz di Povo, no Jornal de Angola, nas revistas Fragmentos, Ponto  e Virgula, Pré-textos, Seiva e Artiletra. Consta da antologia Changing Afrika, organizada pelo professor Gerald Moser (1992). Exerceu as funções de Diretor do Gabinete de Assuntos Jurídicos e de Legislação da Chefia do Governo. Para além da antologia Mirabilis – De Veias ao Sol, publicou À Sombra do Sol I e À Sombra do Sol II. Reside na Cidade da Praia.

Foi Redator Geral da IV Mesa-Redonda Afro-Luso-Brasileira (1994).

 

 

“Assomada, uma região orgulhosa de si”

 

 

AUTOBIOGRAFIA

 

Nasci numa aldeia

à sombra de um sobrado

e da austera penumbra das montanhas

 

Ainda criança

galguei a orografia de Assomada

e fiz-me árvore do planalto

 

O serpentear das estradas

fez-me desembocar no mar

junto a uma cidade

enfeitiçada de azul e murmúrio

 

De costas para o mar

insinuei-me – para além da ilha –

na lenta e transparente caminhada das nuvens

para beijar loucamente

a neve com odor de carvão de Leipzig

 

Hoje sei quem sou

um simples signo da Adão e Eva

e do seu éden pétreo no Piku Ntoni

 

 

MITOLOGIA CRIOULA

 

(In memorian do profeta Nhu Naxu)

 

Nabucodonosor!

Nabucodonosor!

 

Onde estão a tua espada

e a tua raiva

nas brumas suculentas de Santiago?

 

Os templos caíram em ruínas

desde quando a eternidade

ruía defronte dos galeões

e desfazia-se nos basaltos das ribeiras

 

As cidades de tão velhas

metamorfosearam-se em aldeias

e cobriam as faces da amnésia

 

Os campos continuam perscrutantes

e oferecem olhares melancólicos às urbes

do nosso querer

 

Os homens esses encontram-se presos

em plena cidade

pelas âncoras do vento

 

Nabucodonosor!

Nabucodonosor!

 

 

SONHOS À SOMBRA

 

(Para o meu amigo Cândido de Oliveira)

 

 

Ó sonhos que estais à sombra

não estais decerto moribundos

quando

simplesmente à sombra estais

anônimos ao ombro da noite

 

Ó sonhos que estais à sombra

não sois decerto sombrios

quando à sombra

nos rios do escuro crepúsculo

navegais

 

Cansados da podridão e do calor

e do fétido odre de pesadelos

que é o dia

 

Ó sonhos

estais decerto à sombra

anódinos

esperando o tempo de ser nuvem!...

 

 

NÃO TENHO DIAS TRIUNFAIS

 

 

(In memorian de Fernando Pessoa,correspondente comercial e poeta, e de Antônio Nunes, sagitário)

 

 

Ausente da memória

vejo os dias

caminhar irreversíveis

para o Sono e o lento Olvido da Esperança

 

Restam-me a branca pedra de neve

a estação da Meditação

as longas tardes outonais

e a rememoração de Outubro

 

Lentas passam as vozes

e permanecem

como súbitos e conjecturais resquícios

do Tempo

 

ausente da Memória que de mim

e da cinzenta pedra de neve se afastam

E a arcada da Maturidade é, então, o rosto

mais recente do Olvido

 

Minuciosamente

vejo a Ausência incrustar-se à Memória

num breve xisto das palavras

Não tenho dias triunfais

 

 

À SOMBRA DOS TÚMULOS

 

(Ao Valdemar Velhinho Rodrigues)

 

Também eu

anódino espectro de pseudônimos

à sombra dos túmulos

na penumbra das metáforas

procuro a perdida alma

dos caminhos do crepúsculo

e da súbita reaparição

dos  vates do amanhecer

 

Não sei se no horizonte

é o crepúsculo ou a aurora

que se divisam

como  não sei qual é

o rosto verdadeiro de Deus

se ele é o demiurgo primeiro dos

heterônimos da Santíssima Trindade

ainda Fernando Pessoa era

uma hipótese de rand

sob a sombra do sol.

 

 

 

Extraído de ROZÁRIO, Denira. Palavra de Poeta;  Cabo Verde – Angola.  Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.

Página publicada em novembro de 2008.

 


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