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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AMÉRICO DURÃO

 

(Couço, 1894 - Lisboa, 1969) foi um poeta e escritor português. Nasce na freguesia de Couço, concelho de Coruche, em 28 de Outubro de 1896. Fez o curso dos Liceus em Leiria, donde era natural a sua família materna. Publica em 1914 o seu primeiro livro Penumbras. Licencia-se em Direito em Lisboa. Ainda estudante, publicou Tântalo que o consagrou como sonetista. Viu representadas no Teatro D. Maria II, também enquanto estudante, as suas peças Perdoar, Maria Isabel e Ave de Rapina, sendo que esta última é considerada um dos melhores dramas rurais do teatro português. Colaborou na revista Contemporânea[1] (1915-1926). Fonte: wikipedia

 

 

DIFERENTE

 

Buscando o vão Ideal que me seduz,

Sem que o atinja me disperso e gasto,

E ansiosamente aos braços duma cruz

Ergo o perfil de iluminado e casto.

 

Já tristemente desdenhoso afasto

O manto de burel dos ombros nus;

E a noite pisa a forma do meu rasto,

Se deixo atrás de mim passos de luz.

 

Na minha tez suave e nazarena,

Transparecem vislumbres dessa pena

Que Deus pelos estranhos há sentido...

 

E frio e calmo, a divergir da Raça,

Mal poiso os lábios no cristal da taça

Por onde as outras almas têm bebido!

 

 

AMADA

 

Ó Visão de asas brancas! Amanhã

De todas as quimeras pressentidas!

Tu és A que há de vir, e nas ermidas

Há de a Virgem sagrar-te a sua Irmã!

 

Na transparência azul desta manhã,

Surges tão bela - as pálpebras descidas

E as longas mãos no colo adormecidas -

Que em ti condensas toda a fé cristã!

 

Jesus, tam linda! Ao despertar da infância,

Aonde a graça do Senhor cresceu

Mais radiosa de luz e de fragrância ...

 

Ah, dize-me, Virgem, se és um sonho meu.

Ou se os meus olhos vencem a distância

Que vai da minha imperfeição ao Céu!

 

 

LIVRO DOS POEMAS.  LIVRO DOS SONETOS; LIVRO DO CORPO;  LIVRO DOS DESAFOROS; LIVRO DAS CORTESÃS; LIVRO DOS BICHOS.  Org. Sergio Faraco.   Porto Alegre: L.P. & M., 2009. 624 p.   ISBN 978-85-254-1839-1839-5                   Ex. bibl. Antonio Miranda

                                                          
                                                                  De:  Livro das cortesãs:

 

 

LEILÃO

Quem compra, quem merca sonhos?
Quem quer meu corpo? Quem quer?
Quem merca os beijos tristonhos
dos lábios duma mulher?...

Todo o imenso amargor
trago neles diluído...
E vendo-os seja a quem for!
Quem compra, que é sevido?

Minh´alma de meretriz
é negrinha de pecados;
só do corpo vos servís,
eu vendo o corpo aos bocados...

Quem mercar, tenho certeza,
não se há de arrepender...
Tenho de meu a tristeza,
mas dou e vendo prazer...

Quem compra, que merda sonhos?
Quem quer meu corpo? Quem quer?
Quem merca os beijos tristonhos
dos lábios de uma mulher?...

 

*

Página ampliada e republicada em fevereiro de 2023

 

 

Página publicada em outubro de 2015


 

 

 
 
 
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