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OSWALDO CHANOVE

(Arequipa, Perú, 1953)

 

CHANOVE, OswaldoEl jinete pálido.  Barranco, Lima: Ediciones El Santo Oficio: 1994.   64 p.  13,5x20,5 cm.   Col. A.M. 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   -    TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

LOS DADOS ETERNOS

¿Qué mano inmortal, qué ojo

forjó tu aterradora simetría?

                      William Blake

 

          ¿Cuáles son tus quehaceres?

          ¿Qué deporte practicas en todo lo azul?

¿Tienes entre tus brazos a una mujer robada de la

tierra?

          ¿Bebes vino, mi Dios, mientras habitas tu palacio?

          ¿Observas acaso todo lo que aquí hacemos?

 

Tus hijos

 

¿Qué hacen tus hijos en este templo trabajosamente

levantado en tu nombre?

 

Decimos: "Padre mío".

 

Oh Dios ¿alzas la mano cuando camino

trabajosamente

por la calle y distingo tu figura?

 

(Pienso: ¿Sabrá el mierda que tengo la vista fija

tratando de entender?)

 

(Digo: ¿Sabes tú lo que siento cuando toco el

cuerpo de la mujer que amo?)

 

Oh Dios, ¿has mirado distraídamente a la muche-

dumbre

y me has visto?

 

¿Es justo creer que tú y yo hacemos un trabajo

juntos?

¿Leemos los periódicos como quien lee un diario

íntimo?

¿Besas tu mi mano cuando busco ansiosamente

la caja de caudales,

tu dinero, mi Dios?

 

 

NO DISPAREN CONTRA EL PIANISTA

 

De niño le dijo a Dios: Haz señor de mí

lo que te plazca, pero no lo que estás

haciendo.

 

Hacia la mitad de la noche una muchacha lleva la

cabeza hacia atrás y aspira, lentamente, la cargada

atmósfera.

 

 

ARTE POÉTICA

(Tres cuestiones espantosas)

 

Se recostaba en la cama, cerraba los ojos y todo

parecía estremecerse

Un anillo de humo se perdía garganta abajo

 

¿Qué otro asunto te inquieta?

La trampa

Su rostro se había formado a lo largo de años

respondiendo con lamentables sonrisas

 

¿Y la tercera cuestión?

Nada — dij él–. Pronuncias una frase con la mente y luego

tus labios se ondulan y

escupes una criatura flaca. ¿Qué hay más horrible?

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
          Trad. de Antonio Miranda

 

 

OS DADOS ETERNOS

          Que mão imortal, que olho
            forjou tua aterradora simetria?
                                   William Blake

 

          Quais são teus afazeres?
          Que esporta praticas no azul inteiro?
          Tens em teus braços uma mulher raptada do mundo?
          Bebes vinho, Deus meu, enquanto habitas teu palácio?
          Observa por acaso o que aqui praticamos?

          Teus filhos

          Que fazem teus filhos neste templo laboriosamente
construído em teu nome?

          Dizemos: “Pai nosso”.

          Oh Deus, levantas a mão quando caminho
laboriosamente
pela rua e reconheço tua figura?

          (Penso: Saberá este merda que tenho a vista fixa
tentando entender?)
          (Digo: Sabes tu o que sinto quando toco o
corpo da mulher que amo?)

          Oh Deus, observaste distraidamente esta multi-
dão
e me reconheceste?
          É justo crer que tu e eu realizamos um trabalho
íntimo?
          Beijas minha mão quando busco ansiosamente
a caixa de caudas,
teu dinheiro, Deus meu?


NÃO DISPAREM NO PIANISTA

Quando criança disse a Deus: Faz de mim
senhor o que quiseres, mas não o que
estás fazendo.

Até a metade da noite a moça move a
cabeça para trás e aspira, lentamente, a
atmosfera sobrecarreada.

 

ARTE POÉTICA
(Três perguntas espantosas)

 

          Recostada na cama, fechava os olhos e tgudo
parecia estremecer
          Um anel de fumaça descia garganta abaixo

          Que outro tema te inquieta?
          A armadilha
          Seu rosto transformado ao longo dos anos
respondendo com lamentáveis sorrisos

          E a terceira pergunta?
Nada – disse ele –. Pronuncias uma frase com a mente
e então teus lábios ondulam e
cospes uma criatura magra. Tem algo mais horrível?

 

Página publicada em maio de 2013

         

 


 

 

 
 
 
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