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                   Foto:panamapoesia.com  
                    
                    
                  CARLOS FRANCISCO CHANGMARÍN 
                    
                  ( 1922 –  2014 ) 
                    
                    
                  Carlos  Francisco Chang Marín ou Changmarín (Los Leones, Santiago de Veraguas , 26 de fevereiro  de 1922 - Panamá , 5 de dezembro de 2012 ) foi um folclorista panamenho,  pintor, músico, jornalista, ativista e escritor de poesia, ensaio e literatura  infantil panamenha. 
                    
                  Seus escritos, descritos como ligados à voz do povo,  retratam a luta de classes e a busca por justiça social de seus compatriotas e  da classe popular mundial. Sua obra costuma mesclar descrições do campo  ibero-americano e da beleza da vida simples com um humor inocente e otimismo  com as conclusões e o tom da revolução proletária. Isso torna seu trabalho  muito popular entre as classes médias intelectuais e as classes trabalhadoras,  especificamente os camponeses (pessoas do campo), que se identificavam com a personalidade  e a linguagem de Changmarín. 
                  Perseguido politicamente no passado, as contribuições  de Changmarín à cultura e ao folclore panamenho, somadas a seu reconhecido  talento em vários países, levaram as instituições oficiais a reconhecer suas  realizações. Ele ganhou vários prêmios nacionais 
                    
                  TEXTOS EN ESPAÑOL    -      TEXTOS EM PORTUGUÊS   
                    
                  
                  POESÍA DE PANAMÁ. Edición bilingüe con las versiones rusas de Pável Grushko.  Ciudad de  Panamá: Universidad de Panamá, 2015.  170  p.  21x27 cm.  Cubierta: Pintura de Anna Goncharova “Luna  Nueva”. Tapa dura, sobretapa. Tiraje: 1800 exemplares. Impresso en Colombia por  Prensa Moderna. 
                  Ex. bibl. Antonio Miranda  
                    
                  CHARCO  DE AGUA 
                     
                    La lluvia dejó un  charco de agua,  
                      como un anteojo 
                      en la mitad de la plaza 
                      ¡Charco de agua! 
   
                      En el piso están las nubes, 
                      por abajo pasa el cielo… 
                  Y en el cielo está la  torre de 
                    cemento. 
   
                    Las casas son acordeones. 
                    Los carros pasan y pringan. 
                   
                  Y cuando pasan las  niñas… 
                    nube, 
                    cielo, 
                    torre, 
                    casas de acordeones tiemblan… 
                    cuando van ya muy arriba 
                    de las piernas.  
                    
                  PARA  EL VERBO 
                   
                    Aquí mi lengua suave para el verbo 
                    que ha de sembrar de espiga los caminos. 
                    Para mentir, jamás; gloriarse, nunca; 
                    ni adular, ni callar cuando otros callan. 
                    Mudos deben quedar los que traicionan, 
                    los que dejan hacer y los que engañan.  
                    Lengua para el combate, para el himno 
                    que entonarán las voces oprimidas. 
                    Lengua para lamer las esperanzas, 
                    la miel de los rosales venideros. 
                    Lengua, para la vida yo te quiero 
                    y no para gemir y enmudecerte 
                    cuando a tu lado el restallar del látigo 
                    vaticine la hora de la muerte.  
                    
                  LOS  VELEROS SE VAN 
                     
                      Los barcos veleros 
                        se van a la mar. 
   
                        Tristeza salobre 
                        de mi soledad. 
   
                        Los barcos veleros se van. 
   
                        La noche marina 
                        con su salomar 
   
                        de olas saladas 
                        en las playas dá. 
   
                        Caprichos de olas de cal. 
   
                        Caracol de luna, 
                        caracol de mar, 
   
                        cangrejos dorados, 
                        conchas de azafrán… 
   
                        Soñando sobre el arenal. 
   
                        Los barcos veleros 
                        se van a la mar… 
   
                        ¿ qué haces, tristeza… 
                        con mi soledad? 
                    
                  TEXTOS EM PORTUGUÊS 
                  Tradução: Antonio Miranda 
                    
                  BREJO DE ÁGUA 
                     
                    A chuva deixou um  brejo de água,  
                      como uns óculos 
                      na meio da praça 
                      Brejo de água! 
   
                      No piso estão as nuvens, 
                      por baixo passa ao céu… 
                  E no céu está a torre  de 
                    cimento. 
   
                    As casas são acordeões. 
                    Os carros passam e atrapalham. 
                   
                  E quando passam as  garotas… 
                  nuvem, 
                    céu, 
                    torre, 
                    casas de acordeões tremem… 
                    quando vão bem acima 
                    das pernas. 
                   
                    
                  PARA O VERBO 
                   
                    Aqui minha língua suave para el verbo 
                    que há de semear com espigas os caminhos. 
                    Para mentir, jamais; vangloriar-se, nunca; 
                    nem adular, nem calar quando outros calam. 
                    Mudos devem ficar os que traem, 
                    os que deixam fazer e os que enganam.  
                    Língua para o combate, para o hino 
                    que entoarão as vozes oprimidas. 
                    Língua para lamber as esperanças, 
                    o mel das roseiras vindouras. 
                    Língua, para a vida eu te quero 
                    e não para gemer e emudecer-te 
                    quando do teu lado o soar do látigo 
                    vaticine a hora da morte.  
                    
                  OS  VELEIROS PARTEM 
                     
                      Os barcos à vela 
                        partem para o mar. 
   
                        Tristeza salobre 
                        de minha solidão. 
   
                        Os barcos à vela partem. 
   
                        A noite marinha 
                        com seu salomar 
   
                        de ondas salgadas 
                        nas praias chega. 
   
                        Caprichos de ondas de cal. 
   
                        Caracol de lua, 
                        caracol de mar, 
   
                        caranguejos dourados, 
                        conchas de açafrão… 
   
                        Sonhando sobre el areial. 
                       
                  Os barcos à vela 
                    partem para o mar… 
                   
                    que fazes, tristeza… 
                    com minha solidão? 
                    
                    
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                  Página  publicada em agosto de 2021 
                
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