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Fuente: http://companiafrugal.blogspot.com/

ALAN MILLS

ALAN MILLS | Poeta guatematelco, é autor de Testamentofuturo (2007) e Síncopes (Peru: Zignos, 2007; México: Literal, 2007; Bolivia: Mandrágora Cartonera, 2007), que será editado no Brasil pelo Selo Demônio Negro.

Participou dos principais festivais de poesia da América Latina e da Espanha (La poesía tiene la palabra, Casa de América, Madri; Tordesilhas, Brasil, entre outros). Em 2008, foi escritor invitado de la Casa de la Cultura Latinoamericana en Malmö, Suécia (março), do Festival Internacional de Poesía de Medellín, Colombia (julho) e Les belles étrangères, França (novembro). Estará em São Paulo para participar da FLAP! 2008, sendo Poeta Residente da Casa das Rosas no segundo semestre de 2008. Traduz do francês e do inglês.

TEXTOS EN ESPAÑOL  /  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

El indio no es el que mira usted

en el catálogo de turismo,

cargando bultos

o llevándole comida a la mesa.

Tampoco es el que ve desde la ventanilla

y pide monedas haciendo malabares,
ni el que habla una lengua muy otra
y resiste fríos nocturnos.
No, el indio está adentro,
y a veces se le sale, acéptelo,

aunque lo entierre en apellidos,
aunque lo socave bien
y niegue su manchita de infancia,

ahí está, acéptelo.
Y si aparece esa agua rancia,

voraz, el aguardiente que inflama,
ya verá que se le sale,

el indio empuja con su fuerza de siglos,

emerge ardoroso y se le sale,
con lo guardado,

con lo que dura doliendo.
No, no es otro,
el indio soy yo,

a ver, repita conmigo.

Extraídos de la Revista de Poesía PROMETEO, nos. 81-82, 2008.
Memorias del XVIII FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESÍA DE MEDELLÍN

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de Antonio Miranda

 

O índio não é o que você vê
no catálogo turístico,
carregando fardos
ou servindo comida à mesa.
Tampouco o que vê desde a janela
e que pede moeda fazendo malabarismos,
nem o que fala um língua diferente
e resiste aos frios noturnos.
Não, o índio está lá dentro,
mas às vezes sai de si, aceite-o,
embora o enterre em sobrenomes,
embora o socave bem
e negue sua marca de infância,
aí está, aceite-o.
E se aparece esta água rançosa,
voraz, o aguardente que inflama,
já verá que ele sai de si,
o índio empurra com sua força secular,
desde as entranhas,
como que dura doendo.
Não, não é outro,
o índio sou eu,
vamos ver, repita comigo.

               

Página publicada em julho de 2008




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