Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SALVADOR ESPRIU

(1913-1985)

Salvador Espriu i Castelló

 

Nasceu a 10 de julho de 1913 em Santa Coloma de Farners, na Catalunha, onde o seu pai era notário. A epidemia de sarampo de 1922, durante a qual faleceu a sua irmã, obriga-o a passar longos períodos acamado, tempo que aproveita para ler a extensa biblioteca familiar. Estuda Direito na Universidade Autónoma de Barcelona durante a Segunda República Espanhola, licenciando-se em 1935. Em 1936 preparava-se para estudar línguas clássicas e egiptologia, planos que se vê forçado a abandonar por causa da Guerra Civil Espanhola.

"al iniciarse la guerra civil, yo me sentía republicano y partidario del concepto de una España federal. Por tanto, no deseaba entonces, ni deseo ahora, el enfrentamiento sino la concordia. Sufrí mucho, espiritualmente, porque sufrí por ambos bandos".

Em 1938 morre de tuberculose o seu grande amigo, o poeta Bartomeu Rosselló-Pòrcel. Terminada a guerra, a Universidade Autónoma é suprimida e substituída pela oficial. Proíbe-se a língua catalã deitando por terra as suas expectativas de se dedicar ao ensino. Trabalha como ajudante de notário, tendo pouca actividade literária, face à impossibilidade de publicar em catalão.

Em 1966 os estudantes organizam uma reunião, em Barcelona para a qual são convidados diversos intelectuais. Entre eles está Espriu que é preso e multado.

Foi um dos membros fundadores da Associação de Escritores de Língua Catalã.

Faleceu em Barcelona a 22 de Fevereiro de 1985.

*

O crítico espanhol Josep Maria Castellet destaca a capacidade de Espriu para assimilar a herança mítica da humanidade, integrando num mesmo universo literário o Livro dos Mortos do Antigo Egipto, a Bíblia, a mística judaica e a Mitologia Grega.

Foi um dos grandes renovadores da prosa catalã em conjunto com Josep Pla e Josep Maria de Sagarra.

Da sua extensa obra a mais bem conhecida é A pele do touro (título original: La pell de brau) em que desenvolve a sua visão da problemática histórica, social e cultural de Espanha.

A sua poesia do pós-guerra é marcadamente hermética e simbólica, assinalando uma profunda tristeza pelo mundo que o rodeia e pela recordação dos horrores da guerra.

Biografia completa, incluindo la bibliografia do autor em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_Espriu_i_Castell%C3%B3

 

TEXTOS EN CATALAN   -   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

4 POETAS DE CATALUNHA. Organização e tradução de Luis Soler.  Florianópolis, SC:  Editora UFSC, 2010. 116 p.  12,5x19 cm.  Inlcui os poetas: Joan Maragall, Carlos Riba, Joan Oliver (Pere Quart), Salvador Espriu. ISBN 978-85-328-0513-3  Ex. bibl. Antonio Miranda.

 

 

LES VELLES GERMANES

 

Grogs retrats de Primera
Comunió, de noces
de cosins morts, esperen
que tadormis i passin
fines potes d'aranya
per llur somrís inmòbil.
M'has ben vetllat i deixes
encès un Hum elèctric,
de crim de boig, al sostre.
Estie ja tan malalta,
que tusso de fatiga
en resseguir les taques
deil paper baratíssim
de les parets. A l'hora
però, de més sofrença,
malço, per no cridar-te,
i me'n vaig de puntetes
a la finestra, on miro,
en el reflex d'un vidre,
la teva faç, les nostres
vides juntes, la roba
de dol etern, i sento
batecs de cors i portes,
lents toes de missa d´alba.

 

 

 

THÀNATOS

 

Quan vinguis, et rebria
mes bé des de la cendra
d'un vell foc? O tespero
amb el salvatge xiscle
del vent entre les canyes
o amb la cançó profunda,
monótona, tranquilla,
tan dolça, sempre nova,
del somni de la mar?
O potser m´has de prendre
de cop, enllà de buides
estances, entre blanques
parets que varen veure
com els meus morts et feien
acatament: glaçades
presons on deslliuraves
el desig d´altres vides
orbes, com jo, de Deu.
Quan arribis, si et sento,
hauré de saludar-te
amb un gran crit. Car moro
sense cap saviesa,
però molt ric de passos
de perdut vianant.

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Luis Soler

 

        AS VELHAS IRMÃS

Amarelos retratos de Primeira

Comunhão, de bodas

de primos mortos, aguardam

que durmas e caminhem

finas patas de aranha

por teus sorrisos permanentes.

Velaste bem por mim e deixas

acesa uma lâmpada elétrica

de crime de louco, no teto.

Sinto-me tão doente

que tusso de cansaço

ao revistar as manchas

no papel baratíssimo

das paredes. Porém,

nas dores mais agudas,

levanto-me, para não te chamar,

e nas pontas dos pés

vou à janela olhar,

no reflexo de um vidro,

o teu rosto, as nossas

vidas juntas, as roupas

de eterno luto, e ouço

bater corações e portas,

toques lentos de missa de alvorada.

 

 

 

TÂNATOS

 

Quando vieres, receber-te-ei

melhor desde as cinzas

de um velho fogo? Ou te espero

com o estrilo selvagem

do vento entre os bambus,

ou com o canto fundo,

monótono, tranquilo,

tão doce, sempre novo

da ensonhação do mar?

Me tomarás, talvez, de chofre,

andando por vazios

aposentos, entre brancas

paredes que assistiram

a meus mortos fazer-te

acatamento: frias

prisões de onde liberavas

anseios de outras vidas

cegas, como eu, de Deus?

Quando chegares, se te ouço,

vou te cumprimentar

com um terrível grito. Pois eu morro

sem nenhuma ciência,

rico somente em passos

de perdido andarilho.

 

Página publicada em agosto de 2019


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar