Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: José Ignacio Padilla 

MIGUEL CASADO

 

TEXTOS EM ESPAÑOL   --  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

Extraído de

 

POESIA SEMPRE – Revista Semestral de Poesia.  ANO 4 – NÚMERO 7 – JULHO 1996.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, Departamento Nacional do Livro, 1996.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

El curso del río

 

 

En algunas orillas que aparecen
despejadas, el limo
forma un borde negruzco
de disuasión, que crece muy despacio.
Sólo en ellas el limo puede verse;
sin embargo, es sabido
que el estuche del cauce se define
por él.

         "Cuidado, el fondo es de pecina",
avisaban a voces desde el centro
del río, mientras levantaban mucho,
con aspavientos, los pies. Era entonces
el tiempo en que regía aquella lógica:
inventar remolinos, resbalar
y hundirse, pese al bajo nivel de aguas.
La mezcla de materias
en descomposición,
restos orgánicos, grava pulida
y escasa: se sabía sin los ojos
el limo. Pero no era así su origen:
invisible el arrastre al reposar,
invisible al volverse
de agua.

            También, junto al río, de arena
y herramientas de plástico amarillas
se fabricaba el barro;
su tacto y su duración eran distintos
cada vez, constaría muros sólidos

o se escurría entre las manos, casi
agua coloreada.  Y esta ciencia
nunca evitaba el miedo ni lo frágil,
que continuaba oculto.

 

 

        VIII

 

por costumbre se llama a un cadáver
pasado y se especula

sobre él con terquedad. Pero no hay nadie
que haya vivido en ese tiempo o pueda
descubrir algo vivo, al remover
en sus cristales rotos.

 

En cambio, a quien se asoma

a una ventana desde la que nunca

antes había esperado, le viene

una certeza oscura de retorno

que no puede explicarse.

Como aquel patio de columnas: líneas

gruesas convergen de todos los puntos

al centro: es un círculo

blanco; no entran en él y, sin embargo,

parecen definirlo. El tiempo cabe

quizá en aquel dibujo.

 

Y lo que ahora está

¿es lo que siempre estuvo? Así tal vez

no hay nunca nada que no sea previo

y en lo anterior se encuentra

el ser. Resulta entonces tan veraz

que no existe el pasado

como que todo arraiga

en la distancia. Así, la identidad

reside en lo carente de existencia;

lo que es, en lo que no es.

 

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

 

O curso do rio

 

 

Em algumas margens que aparecem
despojadas, o limo
forma uma borda negrusca
de dissuasão, que cresce bem devagar.
Apenas nelas o limo pode ver-se;
no entanto, é sabido
que a conformidade do leito se define
por ele.
           "Cuidado, o fundo é de lodo",
avisavam vozes desde o centro
do rio, enquanto levantavam muito,
com espalhafato, os pés. Era então
o tempo em que regia aquela lógica:
inventar remoinhos, resvalar
e afundar, apesar do baixo nível de águas..
A mescla de matérias

em decomposição,
restos orgânicos, cascalho polido
e escasso: sabíamos ser os olhos
o limo. Mas não era assim sua origem:
invisível o arrasto ao repousar,
invisível ao tornar-se
água.
         Também, junto ao rio, de areia

e ferramentas amarelas de plástico
se fabricava o barro;

seu tato e sua duração eram distintos

cada vez, continha muros sólidos
ou escorria entre as mão, quase

água colorida. E esta ciência
nunca evitava o medo nem o frágil,
que continuava oculto.

 

 

 

 

VIII

 

Por costume se chama um cadáver
passado e se especula
sobre ele com teimosia.  Mais não existe ninguém
que tenha vivido nesse tempo ou que possa
descobrir algo vivo, ao mexer

em seus cristais rotos.

 

Ao contrário, a quem se coloque
numa janela desde que nunca
antes havia esperado, tem
a certeza escura do retorno
que não se pode explicar.

Como aquele pátio de colunas: linhas
grossas convergem de todos os pontos

ao centro: é um círculo
branco; não entram nele e, no entanto,
parecem defini-lo. O tempo cabe
talvez naquele desenho.

 

E o que agora está
é o que sempre esteve? Assim talvez
não exista jamais nada que não seja prévio
e no anterior se encontra
o ser.  Resulta então tão veraz
que não existe o passado
como que tudo enraíze
na distância.  Assim, a identidade
reside na carência da existência;
o que é, no que não é.

 

 

 

Página publicada em janeiro de 2018


 

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar