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 MANLIO ARGUETA        (nascido em 24 de novembro de 1935) é um  escritor, crítico e romancista salvadorenho. Embora seja principalmente um  poeta, ele é mais conhecido no mundo de língua inglesa por seu romance One Day  of Life .   Ele nasceu em San  Miguel, El Salvador, em 24 de novembro de 1935. Argueta afirma que sua  exposição aos “sons poéticos” começou na infância e que sua fundação na poesia  partiu de seu imaginário infantil. Sua carreira de escritor começou com poesia  produzida aos treze anos. Ele foi fortemente influenciado pela literatura  mundial que leu quando adolescente e cita Pablo Neruda e García Lorca como suas  principais influências. Mais tarde, ele estudou direito na Universidade de El  Salvador , mas se concentrou em sua obra poética.   Em 1956, embora  relativamente desconhecido na altura, ganhou o primeiro prémio nos " Jogos  Florais de São Miguel", promovidos pela Sociedade de Professores Alberto  Masferrer . Nos anos 60, começou a produzir mais ficção e se envolveu com a  Generación Comprometida  [ es ] , grupo  literário de orientação política de esquerda, fundado por Italo López  Vallecillos  [ es ] . Todos os seus  membros eram grandes admiradores de Jean-Paul Sartre e do existencialismo . O  grupo procurou criar uma mudança social para beneficiar as "classes mais  baixas", mas também iniciou uma redescoberta da herança cultural  nativa.Roque Dalton foi, talvez, seu membro mais conhecido.   Por causa de seus  escritos criticando o governo, ele foi forçado a se exilar na Costa Rica . Ele  esteve lá de 1972 a 1993 e trabalhou principalmente como professor. Ele também  ocupou cargos de professor convidado em toda a América do Norte e Europa,  incluindo a Cátedra de Literatura Contemporânea da San Francisco State  University .   Desde que retornou a  El Salvador, ocupou o cargo de "Diretor de Relações Nacionais e  Internacionais" da Universidade. Uma característica de seu estilo de  escrita, presente na maioria de suas obras, é o uso do vernáculo espanhol  salvadorenho e da gíria. Ele considera esta uma forma de expressar e preservar  um pouco da identidade cultural de El Salvador. (...) Ver biografia  completa em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Manlio_Argueta       TEXTO EN ESPAÑOL - TEXTO EM  PORTUGUÊS       TELES, Gillberto Mendonça; MÜELLER-BERGH, Klaus.  Vanguardia latinoamericana. Tomo I, México y América  Central.  Madrid: Iberoamericana,  2000.  359 p   15 x 22 cm.  Ex.  bibl. Antonio Miranda              POÉTICA 1980     ¿Qué vamos a escribir  ahora, cuando la patria se llena de tanques y  fusiles? ¿Qué vamos a decir los escritores de  América Latina mientras vienen hombres armados de  muerte, ambulancias militares, jaurías de asesinos,  con sus lanza-llamas y sus apaga-llamas? El  pueblo se pregunta: ¿Para qué sirven los  tanques? El pueblo se responde: Los tanques matan a los  pobres. Los tanques matan a quienes defienden a  los pobres, los mismos pobres que  combaten la pobreza.   Y se pregunta el  pueblo: ¿Quién le vendiólos tanques a los animales, quién maneja los tanques,
 quién dispara los cañones? ¿Quién aprieta el gatillo
 de las ametralladoras? ¿Quién ordena disparar?
   ¡De dónde salen tantos  muertos, Dios mío!   ¿Quién sale a recoger  muertos a las calles?¿Quién es el dueño de los muertos?
 ¿Quién va dejando llanto por los caminos?
 ¿Quién va corriendo en la noche toda ella
 iluminada por las llamas de los ranchos incendiados?
   ¿Quién llora sentado en  una piedra?   ¿Quién come tortilla  dura bajo una lluvia anaranjada de balas de  fusil sin retroceso? ¿Quién se alimenta de  leche venenosa? ¿Quién putas, qué mala  madre, qué animal asesino, qué bello derecho  humano, qué perfume, qué democracia, qué  desgracia, qué estatua de la libertad como una  vaca echada, amamanta a los hombres  criminales de este pedazo del planeta?   ¿Quién ha llenado de  cadenas, quién ha explotado, quién bebe la sangre de los obreros,
 campesinos, salvadoreños, centroamericanos,
 latinoamericanos, de la querida América ladina,
 América explotada, América famélica latina,América de muerte, América de vida,
 América inmortal?
   ¿Quién les envenenó la mente de sangre sucia, ideología cochina, filosofía criminal?
 ¿Quién paga sus salarios de muerte,
 les llena sus bodegas de máscaras antigases,
 de balas, de fusiles, de helicópteros, de sangre?
   ¿Y esa manera de escupir a los asesinados?   ¿Quién nos mantuvo maniatados de pies y manos?¿Quiénes son, que nombre llevan metido en el corazón?
 ¿Quién puta los parió? ¿Qué animal terrestre,
 disfrazado de niño rubio, qué poder detrás del trono,
 qué hombre bueno disfrazado de embajador
 baja sus alas de zopilote maligno
 para depositar su huevo de bandido?
   En resumidas cuentas, hay algo que no podemos  olvidar. ¿Qué hacer para olvidar que ustedes matan a puntapiés
 y desgarran los ojos de los salvadoreños
 con sus manos de seda y perfumadas?
 ¿Qué hacen con los muertos, nuestros muertos?
 ¿Quién lava la sangre de las calles, con agua
 de los hidrantes como si estuviera lavando con sangre
 las últimas vergüenzas de la cara?
   ¿Es que no quieren que existamos? ¿O es que ustedes siguen siendo los mismos?
   Y respondemos cantando con los ojos llenos de  llanto y con la mirada hacia el ojo asesino, la bestia criminal.
        Poesía  de El Salvador, selección, notas y  prólogo de Manlio Argueta, San José, Editorial Universitaria Centroamericana  (EDUCA), 1983, pp. 188-190.       TEXTO EM PORTUGUÊS Tradução de ANTONIO  MIRANDA            POÉTICA 1980   
                             Que  vamos escrever agora, quando a pátriase  enche de tanques e fuzis? Que vamos dizer
 nós  escritores da América Latina enquanto vêem
 homens  armados de morte, ambulâncias militares,
 bandos  de assassinos, com seus lança-chamas
 e  seus apaga-chamas? O povo pergunta:
 Para  que servem os tanques? O povo responde:
 Os  tanques matam os pobres. Os tanques matam
 os  que defendem os pobres,
 os  mesmos pobres que combatem a pobreza.
                    E  o povo pergunta: Quem vendeuos tanques aos animais, quem  comanda os tanques,
 quem  dispara os canhões? Quem aperta o gatilho
 das  metralhadoras? Quem manda disparar?
 
 De  onde saem tantos mortos, Deus meu?!
            Quem sai recolhendo  morto pelas ruas?Quem é dono desses mortos?
 Quem vai deixando o pranto pelos caminos?
 Quem vai correndo pela  noite inteirailuminada pelas chamas dos ranchos incendiados?
   Quem chora sentado numa  pedra?   Quem come uma tortilha  dura em plena chuvaalaranjada de balas de fuzil sem retrocesso?
 Quem se alimenta com  leite envenenado? Qual puta, qual madre  ruim, que animal assassino,que belo direito humano, qual perfume,
 que democracia, que desgraça, que estátua
 da liberdade como uma vaca deitadaa, amamenta
 os homens criminososo deste pedaço do planeta?
   Quem amontoou  correntes, que explorou,quem bebe o sangue dos operários,
 camponeses, salvadoreños, centro-americanos,
 latino-americanos, da querida América ladina,
 América explorada, América famélica latina,
 América da norte, América da vida,
 América imortal?
   Quem envenenou a mente  com sangue sujo,ideología nojenta, filosofía criminosa?
 Quem paga seus salarios de norte,
 enche suas bodegas com máscaras antigases,
 com balas, fusis, helicópteros, de sangue?
   E essa maneira de  cuspir os assassinos?  
                    Quem nos manteve algemados  os pes e as mãos?Quem são que nome têm metido no coração?
 Que puta os pariu? Que animal terrestre,
 disfarçado de menino louro, que poder detrás do trono,
 que homem bem disfarçado de embaixador
 abaixa as asas de abutre maligno
 para depositar seu ovo de bandido?
 Afinal, tem algo que não devemos esquecer.Que fazer para esquecer que vocês matam a pontapés
 e arrancam os olhos dos salvadoreños
 com suas mãos de seda perfumadas?
   Que fazem com os mortos, nossos mortos?Quem lava o sangue das ruas, com agua
 dos hidrantes como estivesse lavando com sangue
 as últimas vergonhas da cara?   É que não querem que existamos?Ou é que vocês continuam sendo os mesmos?
 
 E respondemos cantando com os olhos em pranto
 e com a mirada para o olho assassino, a besta criminosa.
 
 
       Página publicada em setembro de 2020     |