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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


POESIA CUBANA DE RESISTÊNCIA

Colaboração de Goulart Gomes



   Dibujo de Mañach -  Fonte: /www.cubaliteraria.com/
Dibujo de Mañach
Fonte: /www.cubaliteraria.com/

 

 

REGINO PEDROSO

(1896-1983)

 

Poeta cubano, nació en Unión de Reyes.Su temática toma como base sus ideas socialistas y su amor por el proletariado.

 

OBRA POETICA: Nosotros (La Habana, 1933), Antologia poética (La Habana, 1938), Antologia poética (La Habana, 1939), Mas allá canta el mar(1939), Bolívar - Sinfonía de Libertad (1945), Poemas (1966). 


TEXTOS EN ESPAÑOL  / TEXTOS EM PORTUGUÊS  

MAÑANA

 

Como forjamos al hierro forjaremos días nuevos.

 

Sudorosos y fuertes,

descenderemos a lo profundo

y arrancaremos a sus entrañas las nuevas conquistas.

 

Ascenderemos a las montañas,

y el sol nos llenará su vida:

seremos pedazos de sol!

 

Forjaremos otra vida grandiosa y humana;

la eternizaremos con un potente esfuerzo unánime.

Y bajo el ojo virgen de los amaneceres,

cantaremos a la fuerza creadora del músculo

y a la armonía fraterna de las almas.

 

Muchos,

y seremos solo uno.

Para el gran canto sólo tendremosuna voz.

 

Cantaremos al hierro,

a la belleza fuerte y nueva de la máquina.

Los yunques, los tractores

que violan a la tierra en cópula mecánica;

la turbina, el dinamo;

la fuga infinita de los rieles

 - sistema venoso de acero por onde circula la vida.

Los canales de luz de los cables eléctricos

 - células cerebrales del mundo,

donde vibra la fuerza.

 

Cantaremos al hierro, porque el mundo es de hierro,

y somos hijos del hierro.

Pero estaremos sobre la máquina.

 

Un sentimiento nuevo surgirá en nuestros pechos,

y será tan inmenso,

que para amarlo se hará la tierra un corazón.

¿Dónde estará entonces nuestra amargura?

¿Dónde estos días miserables y inválidos?...

 

Como forjamos el hierro forjamos otros siglos.

Enjoyados de júbilos,

los días nuevos nos verán,

musculosos y fuertes, desfilar frente al sol.

 

Vendremos de los campos, de las ciudades, de los talleres:

cada instrumento de trabajo será como un arma;

- una sierra, una llave, un martillo, una hoz -

y ocuparemos la tierra como un ejército en marcha,

saludando a la vida con nuestro canto unánime!

 

 

 HERMANO NEGRO

 

 Negro, hermano negro,
 tú estás en mí: ¡habla!
 Negro, Hermano negro,
 yo estoy em ti: ¡canta!
 Tu voz está en mi voz,
 tu angustia está en mi voz,
 tu sangre está en mi voz...
 También yo soy tu raza!

 

 Negro, hermano negro,
 el más flerte, el más triste,
 el más lleno de cantos y lágrimas!

 

 Tú tienes el canto,
 porque la selva te dió en sus noches
 tus ritmos  bárbaros;
 tú tienes el llanto,
 porque te dieron los grandes ríos raudal de lágrimas.

 

 Negro, hermano negro;
 más negro por dolor que por la raza!

 

 Tú fuiste libre sobre la tierra,
 como las bestias, como los árboles,
 como tus ríos, como tus soles...
 Fué carcajada bajo los cielos tu cara ancha.

 

Y luego, esclavo,
 sentiste el látigo
 encender tu carne de humana cólera,
         cantabas.
  Negro, Hermano negro!
 Tan flerte en el dolor que al llorar cantas!

 

Para sus goces
el rico hace de ti un juguete.
Y en París, y en New York, y en Madrid,
                                      y en la Habana,
  igual que bibelots,
 se fabrican negros de paja para la exportación;
 hay hombres que te pagan con hambre la risa:
 trafican con tu sudor,
 comercian con tu dolor,
 y tú ríes, te entregas y danzas.

 

¿Tú amaste alguna vez?
 Ah, si tú amas, tu carne es bárbara.
¿Gritaste alguna vez?
Ah, si tú gritas, tu voz es bárbara.

¿Viviste alguna vez?
Ah, si tú vives, tu raza es bárbara.
 
¿Y es sólo por tu piel? ¿es sólo por color?
No es solo por color, es porque eres,
bajo el prejuicio de la raza,
hombre explotado.

 

Negro, hermano negro,
silencia un poco tus maracas.

 

Y aprende aquí,
y mira allí,
y escucha allá en Scottsboro, en Scottsboro,
entre un clamor de angustia esclava,
ansias de hombre,
iras de hombre,
dolor y anhelo humano de hombre sin raza.

 

Negro, hermano negro,
enluta un poco tu bongó.

 

¿No somos más que negro?
¿No somos más que jácara?


¿No somos más que rumba, lujurias negras
                                               y comparsas
?
¿No somos más que mueca y color,
mueca e color?

 

Aprende aqui,
y escucha allí,
y mira allá en Scottsboro, en Scottsboro,
bajo vestido de piel negra,
hombres que sangran.

 

Negro, hermano negro,
más Hermano en el ansia que en la raza.
Negro en Haití, negro en Jamaica, negro en
                              New York, negro en la Habana,
— dolor que em vitrinas negras vende la
                                                         explotación —
escucha allá en Scottsboro, en Scottsboro,
                                                        en Scottsboro...
 Da al mundo con tu angustia rebelde
 tu humana voz...
 ¡y apaga un poco tus maracas!

                                     
        

 

                                     
      

 

 

 

 

EM PORTUGUÊS

Tradução de Goulart Gomes 

 

MANHÃ

 

Como forjamos o ferro, forjaremos dias novos.

 

Suados e fortes

desceremos às profundas

e arrancaremos de suas entranhas novas conquistas.

 

Ascenderemos às montanhas

e o Sol nos encherá de vida:

seremos pedaços do Sol!

 

Forjaremos outra vida, grandiosa e humana;

a eternizaremos com um potente e unânime esforço.

E sob o olhar virgem dos amanheceres,

cantaremos à força criadora do músculo

e à harmonia fraterna das almas

 

Muitos,

e seremos só um.

Para o grande canto solo teremos uma voz.

Cantaremos ao ferro,

à beleza forte e nova da máquina.

à bigorna, aos tratores

que violam a terra em cúpula mecânica;

à turbina, ao dínamo;

à fuga infinita dos trilhos

- sistema nervoso de aço por onde circula a vida.

Os canais de luz dos cabos elétricos

- células cerebrais do mundo,

onde vibra a força.

 

Cantaremos ao ferro, porque o mundo é de ferro.

e somos filhos do ferro.

Mas estaremos sobre a máquina.

 

Um sentimento novo surgirá em nossos peitos

e será tão imenso

que para amá-lo a terra se transformará em um coração.

Aonde estará, então, nossa amargura?

Aonde estes dias miseráveis e inválidos?

 

Como forjamos o ferro, forjaremos outro século.

Coroados de júbilos,

os novos dias ver-nos-ão

musculosos  e fortes, desfilar ao Sol.

 

Veremos os campos, as cidades e as oficinas:

cada instrumento de trabalho será como uma arma:

- uma serra, uma chave, um martelo, uma foice -

e ocuparemos a terra como um exército em marcha,

saudando a vida com nosso canto unânime!

 

 

 IRMÃO NEGRO


    Tradução de
      AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA   

 

  Ó negro, irmão negro,
 estás em mim: fala!
 Ó negro, irmão negro,
 estou em ti: canta!
 Tua voz — em minha voz,
 tua angústia — em minha voz,
 teu sangue — em minha voz...
 Também sou tua raça!

 

 Ó negro, irmão negro,
 o mais forte, o mais triste,
 o mais cheio de cantos e lágrimas!

 

 Tu possuis o canto,
 porque a selva te deu em suas noites
                              seus ritmos bárbaros;
 tu possuis o pranto,
 porque te deram os grandes rios cauda de lágrimas.

 

 Ó negro, irmão negro,
 mais negro pele dor que pela raça!

 

 Tu foste livre, sim sobre a Terra,
 tal como as bestas, tal como as árvores,
 como os teus rios, como os teus sóis...
 Foi sob os céus tua larga cara uma gargalhada.

 

 E logo, escravo,
 sentiste o látego
 incendiar-te a carne de humana cólera,
 e, ardendo em pranto,
 cantavas.

 

 Ó negro, irmão negro!
 tão forte no sofrer que ao chorar cantas!

 

Para seus gozos
 o rico faz de ti um brinquedo.
 E em Paris, e em New York, e em Madri, e em Havana,
 tal como bibelôs,
 se fabricam negros de palha para exportação;
 há homens que te pagam com fome o teu riso:
 traficam com o teu suor,
 comerciam com a tua dor,
 e tu ris, e te entregas, e danças.

 

 Amaste alguma vez?
 Ah, se tu amas, tua carne é bárbara.
 Gritaste alguma vez?
 Ah, se tu gritas, tua voz é bárbara.
 Viveste alguma vez?
 Ah, se tu vives, tua raça é bárbara.

 

 E é só por tua pele? É só por tua cor?
  Não é só pela cor, é por tu seres,
 para o preconceito da raça,
 homem explorado.

 

 Ó negro, irmão negro,
 cala um pouco os teus maracás.

 

 E aprende aqui,
 e mira ali,
 e escuta lá em Scottsboro, em Scottsboro,
 entre um clamor de angústia escrava,
 ânsias de homem,
 iras de homem,
 dor e desejo humano de homem sem raça.

 

 Ó negro, irmão negro,
 enluta um pouco o teu bongó.

 

 Não somos mais que negro?
 Não somos mais de jácara?


 Não somos mais que rumba, luxúrias negras
                                               e comparsas?
 Não somos mais que trejeito e cor,
                              trejeito e cor?

 

 Aprende aqui,
 e escuta ali,
 e mira lá em Scottsboro, em Scottsboro,
 sob vestido de pele negra,
 homens que sangram.

 

 Ó negro, irmão negro;
 mais irmão nos anseios que na raça.
 Negro no Haiti, negro em Jamaica, negro em
                              New York, negro em Havana,
 — dor que em vitrinas negras vende a exploração —
 escuta lá em Scottsboro, em Scottsboro...
 Dá ao mundo com tua angústia rebelde
 tua humana voz...
 e abafa um pouco os teus maracás!

 

 

 

Página ampliada e republicada em maio de 2018



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