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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TEOFILO CID

(1914-1964)

 

Foto:wikipedia

 

Teófilo Cid Valenzuela (Cautín, Temuco 27 de septiembre de 1914 – Santiago 15 de junio de 1964) fue un poeta chileno, fundador del grupo surrealista Mandrágora.

Biografía completa em: https://es.wikipedia.org/wiki/Te%C3%B3filo_Cid

 

TEXTO EM ESPAÑOL    -    TEXTO EM PORTUGUÊS

 

MARTINS, Floriano.   Un nuevo continente. Antología del surrealismo en la poesía de          nuestra América.Selección, proyecto editorial, estudio introductorio y notas Floriano Martins. Caracas, Venezuela: Monte Ávila Editores Latinoamericana C. A. ,2007. ISBN  978-980-01-1613-5    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

LA CONCIENCIA RIGUROSA

 

Sufría en esta estrella

El corazón le sobra para naufragar

Sólo queda su puñal entre las hojas

Un puñal que cae a gotas

Con ritmos de tornasol

Las lámparas anuncian la inocencia

El odio al hallazgo

Nada más que obscuridad para encontrar su éxito

Sus manos que trabajan con la lluvia

Su cielo cómplice del crimen

Novia que fue perdida al atraparlo

Nada más que una palabra

Pudo salvar al monstruo de nacer sonrisa

Hay sólo una crueldad

Quemar encantos huir del beso

Las llamas ahí podrían convertirse en beso

En enaguas bordables

En cigüeñas

En este molde

Nacen los niños para dar espanto

La mujer lejos de la aurora

A desteñir los dientes

Su suelo que mueve el mar

Entre las manos hay siempre azar

Un motivo para matar a las doncellas

Una crueldad que conduce a un altamar

Un goce que llega de los huesos

Y nos hace impenetrables

Eso

Más tú que vives desheredando flores

Ganándote la vida en vez de darla

De hacer que crezcan alas en lugar de pelos

Un polo hasta los juegos

Hasta el placer magnético inviolable

 

 

 

COLLAGE

 

Los pájaros bordean el ocaso

con su sombra abrigan el paisaje.

Pájaros de leche,

pájaros de rientes mordeduras

que salen de la aurora como besos aplastados por la noche.

 

Ellos saben que la sombra

los protege, los defiende, los encierra

en un huevo de esmeralda.

Incansables aletean

sobre el césped de virtud de las sonrisas

como júbilos filiales del hastío

 

Pájaros de enigmas en la piel

pájaros de labios como ojos

que desnudan a la sombra de su tedio

 

Los seres son más lentos que el cabello

se espacian se aíslan en sus rocas

y hay dedos que el amor aún no ha tejido,

cuerpos que se agravan al amar su libertad.

 

Mundo natal mundo de donde vienen

rincones infinitos a formar su horizonte,

vestidos como naipes en un sueño

de amor y libertad.

 

Todos los pájaros son sombras que vuelan

latidos de un mismo pulso

arrugas de una misma ondulación

Todos los pájaros son siempre las doce

 

Sus alas espejos destilan

y donde hay una imagen los cuerpos ya no duermen

los pájaros-espejos sorben la sed de los cuerpos

la sed que es un cielo avisado al desierto

 

Pero los hombres

tienen sed de pensar en la sombra

que vuelan

 

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda

 

A CONSCIÊNCIA RIGOROSA

 

Sofria nesta estrela

O coração sobrava para naufragá-lo  

Resta apenas seu punhal entre as folhas

Um punhal que cai a conta gotas  

Com ritmos de tornesol

         As lâmpadas anunciam a inocência

         O ódio ao achado

Nada mais que a escuridão para encontrar seu êxito

Suas mãos que trabalham com a chuva

Seu céu cúmplice do crime

Noiva que se perdeu ao agarrá-lo

Nada mais do que uma palavra

Pôde salvar o monstro de nascer sorriso

Exista uma única crueldade

Queimar encantos fugir do beijo

As chamas aí poderiam transformar-se em beijo

Em anáguas bordáveis

Em cegonhas

Neste molde

Nascem crianças para causar espanto

A mulher longe da alvorada

A empalidecer os dentes

Seu solo que move o mar

Entre as mãos há sempre um azar

Um motivo para matar as donzelas

Uma crueldade que conduz ao alto mar

Um gozo que vem dos ossos

E nos torna impenetráveis

Isso

Más tu que vives deserdando flores

Ganhando a vida em vez de doa-la

De fazer que cresçam asas no lugar de pelos

Um polo até os jogos

Até ao prazer magnético inviolável

 

 

 

COLLAGE

 

Os pássaros cortornam o ocaso

com sua sombra abrigam a paisagem.

Pássaros de leite,

pássaros de risonhas mordeduras

que saem da aurora como beijos esmagados pela noite.

 

Eles sabem que a sombra

os protege, os defende, os encerra

no ovo de uma esmeralda.

Incansáveis batem asas

sobre a relva da virtude dos sorrisos

como júbilos filiais do fastio

 

Pássaros de enigmas na pele

pássaros de lábios como olhos

que desnudam à sombra de seu tédio

 

Os seres são mais lentos que o cabelo

se espaciam se isolam em suas rochas

e há dedos que o amor ainda não teceu,

corpos que se agravam ao amar de sua liberdade.

 

Mundo natal mundo de donde vêm

recantos infinitos a formar seu horizonte,

vestidos como naipes em um sonho

de amor e liberdade.

 

Todos os pássaros são sombras que voam

Pulsações de um mesmo pulso

rugas de uma mesma ondulação

Todos os pássaros são sempre doze

 

Suas asas espelhos destilam

e onde existe uma imagem os corpos não mais dormem

os pássaros-espelhos sorvem a sede dos corpos

a sede que é um céu avisado ao deserto

 

Mas os homens

Sentem a sede de pensar na sombra

em que voam

 

 

 

Página publicada em agosto de 2019


 

 

 
 
 
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