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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



VIVIANE DE SANTANA PAULO

[bajo el pseudónimo Luisa Negra]

 

 

São Paulo, Brasil, 1966. Poeta y ensayista. Es fundadora de la Unión de Escritores Brasileños de Alemania (UEBRA); organizó encuentro de Escritores Brasileños de Alemania, en la Universidad de Colonia y en la Casa de Lengua y Literatura, en Bonn , respectivamente.

 

Obras recentes:  Passeio ao longo do Reno. Taschenbuch, 2002. Em alemão; Estrangeiro de mim: contos. Taschenbuch, 2005. Em alemão.

 

Veja também:  FLORIANO MARTINS & VIVIANE DE SANTANA PAULO – parceria em livro.

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS    /    TEXTOS EN ESPAÑOL

 

Qualquer leveza da queda

 

Qualquer peso que caia

É um peso caído

Qualquer pena que flutue

É uma pena flutuada

Qualquer papel que se amasse

È um papel amassado

Qualquer lenço que se dobre

É um lenço dobrado

 

Qualquer pensamento que se busque

É um lugar encontrado

Qualquer gesto que se componha

é um gesto aliviado

Qualquer palavra que se diga

É um sentimento revelado

Qualquer lágrima que caia

É uma lágrima regressiva

Qualquer riso que se dê

É um riso devido

Qualquer caminho que se tome

É um caminho predestinado

 

Qualquer dobra de um lenço

É uma dobra marcada

Qualquer amassar de papel

É uma mão fechada

Qualquer flutuar de pena

É uma queda esperada

Qualquer cair de pedra

É uma viagem demarcada

 

 

Poça d’água

 

de sanduíches e instantes

lágrimas e cervejas

felicidade e férias

tristezas e atrasos

funerais e despesas

paixões e multas

solidão e acasos

ofertas e certezas

dívidas e lutas

 

se vai indo

 

como uma gota d’água

naufragando no espelho

de uma poça

 

não na água

não na poça

 

mas é no espelho

que tudo reflete e dilui-se

 

e continua refletindo

 

 

Longe daqui

 

luzes de neon

reclamam ainda mais

reflexos no asfalto

letreiros gritam

desconexos

e em formas maiúsculas

chamam a atenção

para as suas chantagens

 

a noite entrega-se

às luzes acesas

iluminando a celeuma

as cores e agitações

 

na falta de escuridão

e alguma coisa autêntica

o silêncio passa

muito longe daqui

solitário

voltando para casa

 

 

Poemas extraídos da revista POESIA SEMPRE (Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro), Número 26, Ano 14, 2007.

 

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TEXTOS EN ESPAÑOL

Traducciones de

Eduardo Langagne

 

Letras

 

Es una ramificación

de calles de tierra, de senderos

que persigo y  me pierdo

 y  me inspiro,

descubro claros,

digo verdades y  mentiras

 y   sigo en este laberinto

recogiendo los racimos

verdes y   tintos de Ias uvas,

embriagándome de significados,

bebiendo el néctar de los símbolos.

 

Denme este puñado de letras,

mi boca es de carne,

pero también de certezas.

 

 

Rocas

 

En mi recordar encontré un azul

de mar y pisé con pies sedientos

la arena rosada de Buzios.

Veo en la transparencia su fondo,

reflejos de olas serpentean el agua

tibia, el sol dora y el viento ofrece un concierto,

crecen los peñascos y sus salientes.

Desde aquí arriba veo el suelo azul y líquido

y una raya vuela en esta inmensidad salada,

cardúmenes de peces escapan de las redes

lanzadas por los barcos pescadores dispersos.

Las rocas alcanzan su cumbre y paseo

en sus pensamientos. ¿Qué será que piensan

las rocas? Paseo sobre

pensamientos montañosos y veo a lo lejos

las islas apartadas, recostadas en el horizonte.

 

¿Qué puedo hacer para que

el viento del olvido no pase

y  derrumbe como castillo de arena

esta reminiscencia?

Me quiero evaporar

para después solidificarme en roca

y recostarme, para quedar perpetuamente

mirando el mar y las islas bañadas

en claridad

y sentir las olas

ininterrumpidamente transformándome.

 

BABEL  Revista de Poesia, Tradução e Crítica.  Ano IV - Número 6 - Janeiro a Dezembro de 2003.  Editor Ademir Demarchi.   Campinas, São Paulo                                Ex. bibl. Antonio Miranda

 


       
Sou aluna de Sísifo,
       que me ensina a viver,
       sou aluna desse professor insistente
       e aprendo sobre a rotina.
       Sou uma assídua aluna buscando
       com ânsia de jovem a verdade da vida
       e Sísifo me entrega todo o peso da pedra,
       o inacabado e a repetição do inútil no meu caminho.

       Sou aluna de Tântalo,
       que me ensina a amar,
       sou aluna desse professor insistente
       e aprendo a querer. Sou sua assídua aluna
       buscando com ânsia dos apaixonados
       saciar a sede e a fome do amor
       e Tântalo me entrega o inacessível feito
       pela ilusão e a inelutável repetição cada vez
       que quase o toco — amor fugidio.

       E não é nenhum castigo dos deuses
       É só uma pura distração do me próprio destino.
                                                              10.3.04

 

*

              As raízes da saudade
               encravadas no meu peito
              embrenhando arraigadas.
              E uma flor desabrocha
              viçosa e bela
              para exalar o aroma
              do desespero
              e dessa sufocante cela.

              Te busco
              Te busco tanto
              como o díptero a lâmpada acesa
              como Ícaro do sol os raios.

              Mesmo que eu me queime
              e morra. Não sei viver
              sem essa ilusão clara
              sem esse bater de asas
              sem esses ensaios de liberdade
              o ígneo dessa necessidade.
                                         18.1.04

 

INIMIGO RUMOR – revista de poesia.  Número 16 – 1º SEMESTRE 2004. Editores: Carlito Azevedo,  Augusto Massi.   Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro Editora, 2004.  176  p. 
ISSN  1415-9767.                          Ex. biblioteca de Antonio Miranda

 


NÃO SABIA COMO

doeria deixar de amar,
mas as pessoas
continuam levantando cedo e indo ao trabalho,
continuam desempregadas, abastadas,
se empanturrando e arrotando hipocrisia,
se beijando nos aeroportos,
construindo seus poderes fétidos,
achando graça nas piadas, nos inúteis esforços...

Nada deixou de ser outra coisa.
Os dias continuam nublados, ensolarados, empoeirados,
tímidos, secos... o trigo desperdiçado longe da fome,
os amigos convidando para algum programa fútil,
interessante, os congestionamentos nos feriados,
os amante se entregando árduos, as traições
incontidas, raras comedidas...

Tudo continua com uma impecável regularidade,
uma imutável anuência com o fluxo das coisas
como se eu nunca tivesse estado na beira do precipício,
como se o rubro não tivesse sido do meu sangue vertido
e simplesmente aquarela, como se não tivessem sido
[salgadas
minhas lágrimas, nem estreita a minha cela...

nem dimensão na minha liberdade,
nem eternidade nas nossas mãos,
na nossa boca, nas nossas palavras...

Não sabia como doeria deixar de te amar,
porque a indiferença das coisas me toca tão
[compadecida,    
que a dor enfraqueceu em sua própria chaga.
Restaram as reminiscências, como uma distante estrela
transformando o escuro dos meus sonhos
com sua simples centelha.



QUERO SER IMORTAL

como a chuva
caída no meio da madrugada
e o açúcar dissolvido no café
ralo na xícara de minha avó

a gota d´água desperdiçada
da torneira do tanque
no quintal de algum passado

Quero ser imortal como o brilho
do sol purpureando as palavras
da água, sua correnteza
que jamais retorna

e o caminho percorrido das sombras

e as frutas amadurecidas
mordidas pelas bocas menos mentirosas

Imortal como as placas
enferrujadas dos nomes antigos
das cidades crescidas
e das ruas modernizadas

o reflexo dos lindos olhos
de uma jovem de longos cílios
no vidro da janela do último trem

como a curva do ocaso
no canto do telhado

o cheiro de pó levantado
pela chuva de verão no meio
da tarde de uma São Paulo de outrora

Imortal como aquele
outdoor na esquina da casa
pichado e rasgado
pela saudade anarquista
da juventude

Imortal
como toda fragilidade
que simples e fácil
e quase imperceptível
sobrevive na eternidade
de todo efêmero

20.2.04

*

VEJA E LEIA  outros poetas de SÃO PAULO em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/sao_paulo/sao_paulo.html



Página publicada em dezembro de 2023

 


 

 

 

*

Página ampliada e republicada em janeiro de 2023

 

 

 

Extraídos de ALFORJA – REVISTA DE POESÍA, XIX invierno 2001, México.

 

 

 



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