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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

JOSÉ NÊUMANNE PINTO

 

 

Nasceu em Uraúna (Estado da Paraíba, Nordeste do Brasil) em 1951. Jornalista e poeta, figura reconhecida e admirada nos meios midiátiacos, com premiações por sua atividade de comunicador. Poucos conhecem a sua veia poética, mas é das mais fecundas, como reconhece o antologista Xosé Lois García que o incluiu em sua Antología de la Poesía Brasileña.  

Veja a página do autor: http://www.neumanne.com/

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS   /    TEXTOS EN ESPAÑOL

 

 

Extraídos de

BARCELONA, BORBOREMA

São Paulo: Geração Editorial, 1992. 133p

 

 

III

 

As pedras de Gaudí se movem na cor,

são ondas, ramblas, rios,

os muros de Gaudí, palmeiras.

Antonio Gaudí planta cal

e colhe o sol, o céu

na seara líquida

do Mediterrâneo.

O arquiteto semeia

Plantas de argamassa

em pontas de papiro.

Dão frutos plenos, sem prumo,

sons de concreto,

vida pensa.

Os ladrilhos de Gaudí,

menos que frases,

são crases provençais.

O velho de costas, curvo,

um risco de carvão

sobre o branco do papel,

letras, lascas de luz.

 

Aquém do nada,

cavernas incompletas

escavam o céu.

 

 

XI

 

Certa noite,

uma noite como esta,

Gaudí visitou a Sagrada Família.

Saltou da carruagem,

hirto e grave,

sacudiu o pó das polainas, parou.

 

Uma lua de Barcelona apitou no cais,

espalhando um som pálido,

seu filete de fósforo,

pelo pórtico do Nascimento.

Parou na pedra a sombra caprichosa

do casario branco de Moguer,

o pueblo andaluz de Huelva,

plantado em cerro factício,

desigual e catalão.

No adro convexo do templo,

a lua desenhou pátios

côncavos de Palermo Chico

em mi Buenos Aires querido.

 

Na noite catalã,

a lua semeou

flores do Bois de Boulogne,

lama viscosa de Lombard Street

(onde banqueiros londrinos se divertem),

pernas finas de mesas redondas

do Café de la Paix, em Paris.

 

Defronte do pórtico da Paixão,

o velho curvo ficou só

com a gorda lua de Barcelona.

 

 

XIV

 

Estas torres de pedra

são gotas de chuva,

as uvas gastas

que o sal secou

(como o sol enxuga

os grãos de café

no terreiro da data

de seu Juca Cintra,

perto de Avaré).

 

Estes terrões são

a chuva que o chão eleva

ao céu de Barcelona,

céu azul de Gaudí,

céu rubro na Borborema.

Suas gotas de arte,

suco mascavo

de uvas cinzentas

plantadas no espaço,

arranham o ar catalão.

 

Na solidão de as tramar,

a oração do arquiteto pio,

que as completa

no absurdo vazio

do adro claro.

 

 

XX

 

Deste chão pedras nascem,

impulso mortal.

Neste vão, pedras morrem,

solitárias e planas.

Em coisas sem vida,

que nunca morrem,

respiram paixões ancestrais

da Catalunha sem fim.

É irregular a superfície

dos caprichos

tecidos por catalão.

 

Vida, paixão e morte de Güell,

imortal de Gaudí,

mantido podre

no borralho-gelo

deste solo fértil.

 

O bafo deste parque

sabe a súbito beijo

roubado.

 

 

XXV

 

Quebrar bem cada ladrilho,

sobretudo dos de cor mais forte.

como confetes imprevistos,

atirá-los ao acaso;

fazê-los espalhar-se ao léu,

sem plano algum.

Depois, pregá-los à cal do muro,

como se salpicam estrelas no céu.

Ou seja, ordená-los

na desordem do belo.

 

Assim faz Antônio,

pedreiro anônimo,

arquiteto bárbaro

da Borborema,

ao ornar fachadas

de subúrbio,

no Rio de Janeiro.

Assim fez Antoni,

arquiteto eterno,

ao visitar, de madrugada,

o banco-rio

do Parque Güell,

a meio caminho

entre Los Caidos e o Coliseu.

 

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TEXTOS EN ESPAÑOL

 

Extraídos de

ANTOLOGÍA DE LA POESÍA BRASILEÑA

Org. de Xosé Lois García

Santiago de Compostela: Edicions Laiovento, 2001

ISBN 84-8487-001-4

 

 

III

 

Las piedras de Gaudí se mueven en el color,

son olas, ramblas, rios,

los muros de Gaudí, palmeras.

Antoni Gaudí planta cal

y recoge el sol, el cielo

en la mies líquida

del Mediterráneo.

El arquitecto siembra

plantas de argamasa

com puntos de papiro.

Dan frutos plenos, sin plomada,

sones de cemento,

vida piensa.

Los ladrillos de Gaudí,

antes que frases,

sojn mezclas provenzales.

El anciano de espaldas, curvado,

Una raya de lápis

sobre la blanca del papel,

letras, fragmentos de luz.

 

En este lado de la nada,

cavernas incompletas

excavan el cielo.

 

 

XI

 

Cierta noche,

una noche como ésta,

Gaudí visito la Sagrada Familia.

Bajó del carruaje,

yerto y grave,

sacudió el polvo de las polainas, paró.

 

Una luna de Barcelona silbó en el muelle,

divulgando un sonido pálido,

su estela de fósforo,

por el pórtico de la Navidad.

Detuvo en la piedra de la sombra caprichosa

del blanco caserío de Moguer,

el pueblo andaluz de Huelva,

plantado em cerro fictício,

desigual

,y catalán.

En el atrio convexo del templo,

la luna diseñó patios

côncavos de Palermo Chico

en mi Buenos Aires querido.

 

En la noche catalana,

la luna sembró

flores del Bois de Boulogne,

barro viscoso de Lombard Street

(donde los banqueros londinenses se divierten),

piernas finas de mesas redondas

del Café de la Paix, en París.

 

Frente al pórtico de la Pasión,

el anciano curvado quedó sólo

con la majestuosa luna de Barcelona.

 

 

XIV

 

Estas torres de pedra

son gotas de lluvia,

las uvas pasas

que el sol seca

(como el sol seca

los granos de café

en la Plaza

de Juca Cintra

cerca de Avaré).

 

Estes terrones son

la lluvia que suelo eleva

al cielo de Barcelona,

cielo azul de Gaudí,

cielo rojo en Borborema.

Sus gotas de arte,

jugo adulterado

de uvas grises

plantadas en el espacio,

arañan el aire catalán.

 

En la soledad de concebirlas,

la oración del arquitecto pio,

que las completa

en el absurdo vacío

do adro claro.

 

 

XX

 

De este suelo piedras nacen,

impulso mortal.

En este hueco, piedras mueren,

solitarias y planas.

En cosas sin vida,

que nunca mueren,

respiran pasiones ancestrales

de la Cataluña sin fin.

Es irregular la superficie,

de los caprichos

tegidos por cantalán.

 

Vida, pasión y muerte de Güell,

Inmortal de Gaudí,

mantenido podrido

ceniza-hielo

de este suelo fértil.

 

El vaho de este parque

sabe a súbito beso

robado.

 

 

XXV

 

Romper bien cada ladrillo,

sobre todo los de color más fuerte.

Como confetis imprevistos,

lanzarlos al azar;

hacerlos esparcir ociosamente,

sin plan alguno.

Después pegarlos con cal al muro,

como se salpican estrellas en el cielo.

O sea, ordenarlos

en el desorden de lo bello.

 

Así hace Antonio,

cantero anônimo,

arquitecto bárbaro

de Borborema,

al ornar fachadas

de los suburbios

en Rio de Janeiro.

Así hizo Antoni,

arquitecto eterno,

al visitar, de madrugada

el banco-río

del Parque Güell,

a medio camino

entre Los Caídos y el Coliseo.

 

 

Página publicada em dezembro de 2007




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