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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 


 

 

DELASNIEVE DASPET

 

Delasnieve Miranda Daspet de Souza é de Porto Murtinho, onde nasceu e cresceu em meio a exuberante natureza que é o Pantanal do Mato Grosso do Sul, Brasil. É ativista cultural de reconhecimento internacional, poeta, advogada e faz trabalho social com menores carentes, em Campo Grande - MS, onde reside.

 

Publicou e participou dos seguintes livros:

 

Por Um Minuto ou Para Sempre;  Tertulia na Primavera; Tertúlia na Era de Aquário - Vol. I;  Poesia Só Poesia – coletânea; Tempo de Poesia – coletânea;  Revista Jurídica do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul; Seleção de Poetas Notívagos - 2001 – Coletânea; Conceição do Almeida – Memórias.

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL

 

PORTUGUÊS  -  FRANÇAIS

 

Tons de Outono.

 

As águas de março passaram

fechando o verão.

E chega o outono com os tristes

dias borrados entre frio e fosco,

garantindo noites escuras e profundas.

No chão, um acolchoado de folhas.

Árvores desnudas. Tudo em chocolate,

marrom degradê, avermelhado,

cor da temporada.

Visto-me de melancolia.

Eu ... Corpo curvado, coração magoado,

fustigada pelo sol, pelo vento,

metade sigo e a outra cede,

vou e fico,

morro e vivo

na solidão acompanhada

das saudades que vão e das que ficam,

marrom, obscura, hiato sem nexo ...

... E entro no contexto do universo.

 

 

Melhor quebrar o espelho ...

 

sempre um senão.

Um porquê.

Um talvez, ou um quem sabe.

Pode-se ser qualquer coisa

para desvendar a guerra,

furar a ferida,

e não há remédio que cure!

É mais fácil culpar os outros

pela nossa infelicidade  

e desesperança.

O outro é nosso algoz ... sempre!

É difícil saber-se menos .

... Menos qualquer coisa.

É a nossa imperfeição

que nos cria dor e raiva ....

Duro admitir o erro,

melhor quebrar o espelho!

 

 

Duas Faces.

 

Tenho duas faces. Dois perfis.

Um único rosto. Uma única testa.

Ambas as faces apresentam sinais.

Uma sorri. Outra morde.

São meias irmãs. Meias faces. Meias-verdades.

A face direita bate os dentes.

É a que tem medo.

A que sua fria.

Assusta-se!

A da esquerda é a que despreza.

A que impõe. Amedronta. Multiplica.

Desafia o perigo.

As duas tornam-me homogênea.

Uma é a ponta do dia. Outra o fim.

Em mim - um rosto que não anoitece,

pois possuo as duas faces.

Faces da lua. Lua. Luna. Lunna.

Duas faces

Com fases.

Duas faces.

Dois perfis.

Duas fases.

Um único rosto. Única nuca.

Única vida. Ardida. Perdida.

No duo que somos,

A minha metade carne ferve e chora por ti,

te busca e te quer.

A outra, minha metade razão,

esta me diz que tudo deve continuar

como até aqui!

Faces. Luas. Fases. Duas.

Bebe-me como se eu fosse absinto.

Aromática. Doce. Meiga.

Amarga.

Absinto.

Inesquecível.

 

 

Extraídos de Por Um Minuto ou Para Sempre.      Santos, SP: Editora Espaço do Autor, 2004.

 

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL 

 

GUAIKURU

 

Traducción al castellano: Maria Dolors Vilaseca

 

Soy de la región de los Guaikurus,

de los hombres verdaderos

de quien los embuias-guaikurus

son herederos.

 

Guaikurus, esencia del hombre sulmatrogrosense

antes que nada es un fuerte guerrero,

luchador, independiente,

que por mucho tiempo a partir del Pantanal,

de la región de Porto Murtinho,

dominaran de forma absoluta

el Estado de Mato Grosso do Sul actual.

 

Ser Murtinhense es ser Guaikuru.

síntesis del brasileño

cordial, amigo, camarada, cevando el tereré;

en un churrasco puntear la guitarra,

cantar, tocando la boiada.

 

Actuar como si estuviesen solas

las aguas mansas del Paraguay,

en la inmensidad azul y del ocaso de Porto Murtinho.

 

Nosotros, los murtinhenses somos intimistas desde

"que se sepa con quien está hablando".

Somos todos como ramas del mismo arbol,

estamos codo con codo con un inmenso océano,

nada puede estar equivocado.

 

Porto Murtinho, tierra de buen mate y de abundancia ganadera,

de buen pescado,

de naturaleza intacta,

de aprecio a la vida,

de valores humanos e históricos,

de belleza y de gratitud,

de solidaridad y generosidad,

Terena, Kinikinao, Guaikurus, Kadweus,

bolivianos, paraguayos.

Somos Murtinhenses, brasileños de frontera.

 

Aquí nací, morena trigueña,

hija amada de esta tierra verde mar,

de florestas tropicales,

y a donde, hoy, retorno,

depositando en la madre tierra

mi  poética melodía de

India Guaraní! 

 

 

 

                      PORTUGUÊS  -  FRANÇAIS

 

 

DELASNIEVE DASPET

 

 

 

Avocate, militante pour des causes sociales et humaines, la paix, l'environnement et la culture, la poétesse brésilienne Delasnieve Miranda Daspet de Souza, née à Porto Murtinho - MS, a grandi au sein des luxuriants paysages du Pantanal du Mato Grosso du Sud. Manèe et mère de deux enfants, elle vit à Campo Grande - MS. Adepte ardente de la Biopoésie, chroniqueuse, essayiste, conférencière, enseignante et éducatrice, elle s'implique auprès des enfants de la misère. Elle est membre et représentante d'associations et académies littéraires nationales et internationales. 

                             

 

SOUZA, Delasnieve Miranda Daspet de.   De liberté en liberté. Traduit para Macr Galan et Athanase Vantchev de Thracy.  Montigny-le-Bretonneux, France:  Yvelinéditon, 2010.       210 p.  15,5x24 cm. 

 

Ode au Mato Grosso do Sul

 

Là où le vert éclatant brûle les yeux vierges,

Là où le piraputanga, le pacu, le poisson-tigre, le silure,

Nagent aux côtés de l'homme,

Le maître prédateur...

 

Le Beau toujours nous ravit,

L'once tachetée boit au crépuscule

Dans les bras d'eau aux berges où errent, comme elle, le cerf  
                                                                               commun,

Le sanglier, le jabiru, le héron blanc et le mardn-pêcheur.

 

Les bêtes savent ce qui reste de la forêt Atlantique,

Elles connaissent ce bout de terre insoupçonné

Au cœur de notre Pantanal chéri.

 

Le jour où tu penses venir, avertis-moi,

Je t'attendrai avec ma poésie, du maté amer, du tereré,

Nous aurons de bonnes discussions et, qui sait, si c'est la saison,

Je t'emmènerai pêcher.

 

Mato Grosso do Sul, mon chant majeur,

Mon rêve, mon sang fusionnera avec ta terre

Un jour...

 

Un jour, Toi et Moi, unis dans un amour immortel,

Nous fleurirons comme les marguerites : blanches et jaunes,

De la couleur de notre drapeau qui orne notre ciel bleu,

Je serai enfin à toi, toute à toi. Terre Aimée !

 

Nos corps seront réunis, pour toujours, dans la poussière pourpre !

Nous ne ferons plus qu'un, ma Terre du Ponant.

 

 

 

Ode a Mato Grosso do Sul

 

Onde o verde chega a doer ao desavisado olhar,

Onde a piraputanga, o pacú, o dourado, o pintado,

nadam lado a lado do humano,

este, o verdadeiro predador...

 

Bonito é lindo em qualquer época,

A onça pintada ainda bebe água, nos finais de tarde,

nos corichos por andam, também, o veado, o cateto,

porco do mato, o tuiuiú, a garça branca e o Martim-pescador

 

Conheçam o que sobrou da Mata Atlântica,

esse insuspeitado pedaço, aqui, no centre

do nosso amado Pantanal.

 

E quando aqui chegares, me avise,

estarei a tua espera com poesia, chimarrão, tereré,

uns bons causes e quem sabe — se for em tempo hábil —

até uma pescaria...

 

Mato Grosso do Sul, meu canto maior,

Meu sonho, meu sangue se fundirá com teu solo

Um dia...

 

Um dia Tu e Eu — neste imorredouro amor que nos une
                                                           floresceremos

como as margaridas — brancas e amarelas —

cores da nossa bandeira, enfeitando o nosso céu azul,

Serei enfim — tua, completamente tua. Terra Amada.

 

Unidas, para todo o sempre, no vermelho-roxo

do pô que seremos... amalgama!

Juntas — minha Terra — estaremos

No meu poente.

 

 

 

Página publicada em maio de 2015

 



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