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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

POESÍA ANARQUISTA
Coordinación de OMAR ARDILA

 

 

ESTHER BUSCAGLIA

 

Militante anarquista, colabora del periódico argentino  La voz de la mujer, publicado entre 1896 y 1897.

 

TEXTO EN ESPAÑOL -  TEXTO EM PORTUGUÊS

 

 

ANTOLOGÍA ANARQUISTA ... siglo XXI. Selección, prólogo & reseñas de Omar Ardila.  Bogotá: Un Gato Negro Editores, 2013.    191 p. ‘    ISBN 978-958-46-24-89-5  Ex. bibl. Antonio Miranda

 

         CANCIÓN

 

Yo soy un pobre obrero que cruza por el mundo
como judío errante, seguido por el mal;
jamás de los placeres libé la dulce copa;
una brinda el hado con penas dada más.

 

Se elevan a mi vista magníficos palacios,
y sólo una cabaña yo tengo por mansión
donde la higiene nunca llegó a mostrar su influjo
y adonde asoma apenas la clara luz del sol.

 

Preséntase a mi paso surtidos abundantes
de telas vistosísimas que invitan a vestir,
y yo en mi vestimenta tan sólo llevo harapos
manchados con la pringue que toco en mi trajín.

 

Veo manjares ricos que el apetito excitan

con su admirable aspecto y su fragante olor,
y a mí de pan regado con lágrimas amargas
apenas me alimenta la mísera ración.

 

Yo creo esas riquezas que veis por todas partes;
trabajo solamente para el ajeno bien,
y sin embargo, veo que siempre soy mirado
lo mismo que un leproso por el feroz burgués.

 

En todas partes sobran productos de la industria
que son (por excedentes), inútiles al fin,
y a mí no me conceden mis sórdidos verdugos
ni lo que me hace falta para poder vivir.

 

Yo soy un pobre esclavo que cruza por la tierra
como judío errante, sufriendo nada más;
para curar mis penas espero solamente
el triunfo de la ansiada Revolución Social.

 

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de Antonio Miranda

 

 

 

 

 

CANÇÃO

 

Eu sou um pobre operário que cruza pelo mundo
como judeu errante, perseguido pelo mal;
jamais dos prazeres liberta a doce copa;
uma brinda o fado com penas dadas a mais.

 

Elevam-se à minha vista magníficos palácios,
e apenas uma cabana eu tenho como mansão
onde a higiene nunca chegou amostrar seu efeito
e onde aparece apenas a clara luz do sol.

 

Vemos em meu caminho surtidos abundantes
de telas vistosíssimas que  convidam a vestir,
e eu em minha vestimenta apenas levo farrapos
manchados com a gosma que toco em meu trabalho.

 

Vejo manjares magníficos que o apetito excitam

com seu admirável aspecto e seu fragrante odor,
e a mim de pão regado com lágrimas amargas
apenas me alimenta a mísera ração.

 

Eu creo essas riquezas que vês por toda parte;
trabalho somente para o bem do próximo,
e no entanto, vejo que sempre sou olhado
tal como um leproso pelo feroz burguês.

 

Por toda parte sobram produtos da indústria
que são (por excedentes), inúteis afinal,
e a mim não me concedem meus sórdidos verdugos
nem o que me faz falta para poder viver.

 

Eu sou um pobre escravo que cruza pela terra
como um judeu errante, sofrendo nada mais;
para curar minhas penas espero somente
o triunfo da ansiada Revolução Social.

 

 

 

Página publicada em outubro de 2018

 

 

 

 


 

 

 
 
 
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