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NOVAS GALÁXIAS NA TRILHA DE HAROLDO DE CAMPOS

por Antonio Miranda

 

Breve resenha apresentando:

CAMPOS, Haroldo de. 
galáxias.  2a. edição revista
organização de Trajano Vieira
São Paulo: Ed. 34, 2011.   128 p. 
ISBN  978-85-7326-300-8
Inclui CD "Isto não é um livro de viagem"

 

         Galáxias é um desses livros que todo mundo admira, mas que poucos leram. Como Ulysses, de James Joyce. Como Un coupe de dés... do Mallarmé. E outros títulos, entre nós, de Guimarães Rosa e Mario de Andrade. Mas Galáxias já teve versão musical, traduções a outras línguas e que mereceu uma edição revista e, supostamente, definitiva. Até alguém não empreender outra pesquisa arqueológica nos manuscritos tão rabiscados do poeta da Noigandres e do Concretismo.  A ortografia foi atualizada, salvo nos casos dos neologismos  e das palavras "que receberam acento diferencial forçado". O próprio Haroldo chegou a rever as provas da edição, introduzindo algumas alterações.

         Galáxias é um texto inesgotável. Caetano Velloso disse que era proesia. Para Benedito Nunes trata-se de um texto plural. Memorial-circunstancial, experiência revista. "Catalisador ao mais alto grau", vaticinou Guimarães Rosa. Ou um caleidoscópio, arrematou o autor de Grande Sertão Veredas. [Guimarães Rosa leu os primeiros textos de Galáxias pois Haroldo levou uma dúzia de anos na criação e recriação entre 1963 e 1976. ] Inclui termos e frases em outras línguas, como Ezra Pound em seus Cantos.

         Severo Sarduy, outro autor de textos complexos e galáxicos, acreditou estar diante de um livro de ensaios, em que "no hay centro, ni siquiera por su ausencia, sino a cada línea una creación fonética autónoma a partir de nada" e se justifica com a crença de que não existe uma origem para o universo.

         Seja o que for, Galáxias é um livro fascinante e intrigante, sem fim nem princípio, que pode ser lido a partir de qualquer fragmento (por isso a obra não tem numeração nas páginas) como também pretendeu, em seu tempo, Cortazar. Metalinguagem. Texto contínuo e sem pontuação que pode ser reorganizado para dar lugar a outras significações. Certamente que o leitor empresta sua própria visão e interpretação de mundo à leitura, quando não se deixa influenciar pelos fragmentos lidos pelo próprio Haroldo no CD, em que modula e acrescenta sua interpretação (no sentido de agregar sentido durante a leitura carregada de intenção).

         Por certo, a editora 34 lançou em 2004 a 2a. edição. Agora faz em verdade, a reimpressão como sendo a 3a. edição. Só conhecemos a 1a. edição (1984) e esta de 2011. Convencionalmente, se uma edição não apresenta nenhuma mudança significativa em relação à anterior, não deve ser considerada uma nova edição. Mas o mercado tem regras que a convenção desconhece e aceita como nova uma reedição que acrescente algo de novo: a imagem da capa, formato diferente, um CD que não estava na anterior. Talvez seja o caso.


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