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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



SAÚL IBARGOYEN ISLAS

 

Nació en 1930 en el Uruguay y ha publicado nume­rosos libros de poesía, entre los que destacan Un lugar en la tierra, Ciudad, Límite, Sin regreso, De este mundo y Los meses, Erótica mia: escribiré em tu espalda, Basura y más poemas.

 

Radicado en México desde hace muchos años, le fue concedida la nacionalidad mexicana en septiembre del 2001. Poeta, novelista, cuentista, traductor, periodista cultural, editor, coordinador de talleres de poesía.

 

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL / TEXTO EM PORTUGUÊS 

 

CICLO DEL BUEN BURGUÉS

 

Hizo su vida:

fue activo y tenaz

luchó sordamente.

Gustaba del mar

y su melancolía

tantas veces lloró

viendo en alto sus acciones

y los niños ajenos

le inspiraron sonrisas.

Se interesó por el deporte

visitó varios países

comprá un cuadro de Picasso

fue ministro y doctor

casó con mujer joven.

Hizo su vida

y ahora está

pudriéndose en paz

con sus flores favoritas.  

 

 

IBARGOYEN, Saúl.   La última bandera.   México, DF Editorial Praxis, 1994.  53 p.    ISBN 968-6509-72-0  Col. A.M

 

Não quero tocar a origem das coisas

 

O passado se move
como um deserto de plumas
e lagartos e pétalas
fermentando minhas pupilas
— que não consigo fechar —
e meus joelhos que começam
a romper-se
e a ponte de origem que estoura
cujo sussurro os astros traduzem
as invencíveis baratas
e nada mais que alguns pássaros.
Olha o passado
que nos enfrenta a todos:
é um simples rio
um rumo turvo apenas transitado
uma espiga branquíssima pelos céus
um rei dependurado de uma árvore
um capitão em sua túnica de ferro
uma montanha viajando pelo mar
um monstro de duas cabeças
que se desfaz na sujeira do espelho
um colar de turquesa desfeito
com seus aros de ouro sem brilho
um templo do diabo
incendiando-se sem fogo?
O passado é a fome
que o verme percorreu
posto por insetos
e vermelhas formigas
e glândulas de iguana
em meu prato de milho desintegrando-se?
O passado é apenas?
nossa gente de açoitava
seus lábios e lançava grunhidos
e gritos e alaridos e alentos
porque o cântaro se rompia
na solitária plenitude
da Lua o porquê
na casa do deus
começar a desfazer-se os anos
ou porque o fumaça do incenso
apodrecia com a fumaça
do canhão?
Não conheces o presente
não cheiras nem percebes
o mesclado sabor
do que está por vir:
por que não olhas
a sombra de tuas costas
nem buscas em tuas axilas
o voo sem descanso
do esplêndido quetzal.*
Por isso é provável
que estale teu coração
ao encolher-se sob a cifra
sangrenta do inevitável.
E talvez por isso refrescas
teus pés com bálsamos
unguentos e sumos estelares:
nada apagará o sofrimento
que começa a fustigar-te.
O passado se afasta
e as luzes distanciam
para um outro presente
fartas de imagens
como uma mancha de petróleo
deformada pelo vinhoso mar.
O passado é nada mais
que os dentes estrangeiros
sujos de cáries e de sarro
maculando a alvura da torta
a frescura inesperada da jícama**
o verde pegajoso de abacate
as febres da manga e o mamey***
a ocre umidade do mamão
a consistência esmeralda do tlacoyo****
a estranha proposta do nopal?*****
Assim é o passado: feitiços
forjados por um verbo inútil
danos que são apenas
gestos e acenos que provocam risos
chagas que ninguém
pode traçar na pele
daqueles deuses barbudos
cujas lanças e balas e espadas
e mísseis e cães ninguém
até agora arrancou?
O passado é a pestilência
o vômito espesso
a pútrida lagoa
a milpa****** fecundada pelo excremento
o temor e o sangue?
É a lagosta
que as auras devoram
é a mulher afogada
pelo sêmen brutal
é o menino é o escuincle*******
el pibe el chaval el botija
o guri destripados
contra os muros da cidade
extirpada de raiz?
É o passado a roda
que não rodou
as manivelas os pedais
ao moinhos os ponteiros
os eixos
os rolos as roldanas
a obsidiana e o Sol
e o copal******** aplastaram?
Não olhes a sombria
perspectiva de tuas espaldas:
podias ver tuas medulas
e a dolorosa equipagem de teus olhos
espalhados como as tripas
de um touro sem asas
na tarde triunfal
que adornamos também
com a nossa morte.

 *Quetzal é uma ave com plumagem de bonitas cores da família Trogonidae, que pode ser encontrada nas zonas tropicais da América Central.
** jícama é um tipo de vegetal comestível típico da América Central.

*** Mamey - fruto de polpa vermelha e doce da árvore americana de hojas caducas lanceoladas do mesmo nome.

*** Tlacoyo – tipo de “tortilla” frita, oval e aplastada, feita de massa e vegetais, principalmente de favas ou feijão.

 

***** Nopal -  Planta da familia das Cactáceas, de uns três metros de altura, con talos achatados, carnosos, com frutos comestíveis.

******Milpa é um tipo de agricutura dos povos astecas.

*******Escuincle – forma despectiva de referir-se às crianças.

********Copal – resina aromátaica usa das cerimônias precolombianas.

 

 

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS

Versão de Antonio Miranda

 

CICLO DO BOM BURGUÊS

 

Construiu sua vida:

foi ativo e tenaz

lutou surdamente.

Gostava do mar

e sua melancolia

tantas vezes chorou

vendo ações em alta

e as crianças alheias

inspiraram sorrisos.

Interessou-se pelo esporte

visitou vários paises

comprou um quadro de Picasso

foi ministro e doutor

casou com mulher jovem.

Construiu sua vida

e agora está

apodrecendo em paz

com suas flores favoritas.



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