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POESIA PRAXIS

 

 

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ARNALDO SARAIVA

 

Nasceu em 1939, em Casegas (Covilhã), Portugal. Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, doutorou-se na Faculdade de Letras do Porto, onde exerceu a função de docente de Estudos Brasileiros e Africanos.

 

Está representado na “Antologia dos Poetas Brasileiros – Fase Moderna”, de Manuel Bandeira e Walmir Ayala e na “Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa”, de Maria Alberta Menéres e E. M. de Melo e Castro.

 

 

 

BALADA DA CORDA BAMBA

 

 

Um  homem  mata  o  tempo  mata

A bomba    mata    a pomba

Um homem     ata   cata-

          -Tomba

 

Um   homem     rói   a    corda   rói

A    mó               rói  o  pó

Um homem   dói   mói-

    -Só

 

 Um   homem  dança  o  vento dança

A fama       dança     a cama

Um homem   lança   cansa-

              -Ama

 

Um   homem   gira   a   roda    gira

O rio          gira               o cio

Um homem       mira tira-

              -Frio


Um  homem   mata um homem mata

Um homem pumba

Um homem cata

Acata ata de-

sata-

-Tomba

O tempo mata      a bomba

                               Mata:

    Um homem mata-

-Se

 

 

POESIA SEMPRE.  Revista da Biblioteca Nacional do RJ.   Ano 1 – Número 2 – Julho 1993.  Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional / Ministério da Cultura – Departamento Nacional do Livro.   ISSN 0104-0626m   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Aura

 

Eu daqui nada vejo, mas sei, um homem sobe.
Pressenti um motor entre gritos apitos.
Tacteei uma sombra entre o fumo de bombas.
Uma brisa indecisa, este bafo abafado.

Eu próprio quis subir, como quem soube, sobe.
Como o que só repousa no dorso do que ousa,
quis subir (quis fugir), a escada quebrada,
a cera derretera, o foguetão, papelão.
Nos pés tão pesados sapatos tão presos a
esta terra terrível comitrágico planeta
cada vez menor para a BOMBA
cada vez maior.

A mim não me foi dada a aura das viagens
por virgens paisagens, ex-lácteas galáxias.
Não quis Deus conceder-me, ou eu não o mereci,
pôr o pé nas crateras fantásticas de outras eras.
Meus pobres conterrâneos não podiam ensinar-me
no seu velho dialecto esse novo alfabeto.
Cheguei cedo demais? Não sei, não cheguei
ao planalto central onde a festa total.

A mim não me foi dado ver um homem subindo.
Já não digo portanto subir com esse homem.
Mas quem quer que ele seja, onde quer que ele esteja,
eu daqui nada vejo, eu me alegro por ele,
eu me alegro contigo, e lhe digo, meu amigo.

Vou de novo à varanda, alguns gritos: soluços?
Sob o fumo comum, empurram-se, talvez,
americanos, russos. O dia vai morrer
e eu aqui, de bruços, — que vi eu, que sei eu.

Só sei: um homem sobe. E de o saber subindo
eu já subo também, se bem que nada veja.

 

 

 

Página publicada em outubro de 2014; ampliada e republicada em novembro de 2017

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
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